DesignaçãoMosteiro de Nossa Senhora da Conceição de MarvilaCódigoLxConv033Outras designaçõesConvento de Nossa Senhora da Conceição de Marvila; Convento de MarvilaMorada actualRua Direita de Marvila, 9SumárioO Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição de Marvila, da Ordem de Santa Brígida, foi fundado por madre Brígida de Santo António (abadessa do Mosteiro de Santa Brígida), em terrenos cedidos para o efeito por Fernão Cabral, arcediago da Sé Lisboa. A autorização régia foi concedida por Alvará de 27 de abril de 1655.
A construção do cenóbio teve início a 18 de março de 1660 e prolongou-se até ao 1º quartel do século XVIII por falta de verbas. Para a conclusão das obras foi determinante o patrocínio de D. Isabel Henriques, que em 1679 doou 4000 cruzados à instituição.
O mosteiro foi extinto pelo Decreto de 11 de abril de 1872 e no ano seguinte foi desativada a capela. Em 1874 o edifício foi cedido para asilo de meninas abandonadas; e em 1928 passou a albergar o Asilo de Mendicidade de Campolide. Atualmente acolhe um recolhimento de idosos denominado Mansão de Santa Maria de Marvila. A igreja foi reaberta ao culto 1932 e é sede da Paróquia de Santo Agostinho a Marvila.
Em termos urbanísticos, a antiga propriedade monástica manteve-se estável desde a sua supressão, salientando-se apenas a desanexação do extremo nascente da cerca, na zona de confluência das atuais ruas Direita de Marvila e Zófimo Pedroso.Ordem religiosaGéneroFemininoFundadorD. Leonor de Mendanha - Intenção religiosa Fernão Cabral - Intenção religiosaData de fundação1655-04-27Data de construção1660-03-18Data de extinção1872-04-11AutoriaBento Coelho da Silveira - Pintor, Atribuição, Século XVII Francisco Ferreira Araújo - Pintor, Século XVII António de Oliveira Bernardes - Pintor de azulejos, Atribuição, Século XVII P.M.P - Pintor de azulejos, Atribuição, Século XVII José Rodrigues Ramalho - Entalhador, 1690Tipologia arquitetónicaArquitetura religiosa\Monástico-conventualComponentes da Casa Religiosa - 1834Convento Claustro Pátio Igreja Cerca de recreioSituaçãoConvento - Existente Igreja - Existente
OcupaçãoConvento - Ocupado(a) - Mansão de Santa Maria de Marvila
Disposições legaisImóvel de Interesse Público; Decreto nº 33077; 29 de Setembro de 1948
Enquadramento históricoO mosteiro teve origem no cenóbio das Brígidas inglesinhas do Mocambo (LxConv026), de onde viriam a sair as religiosas fundadoras. Professa no Mosteiro de Santa Brígida, D. Leonor de Mendanha pretendeu instituir uma outra casa da mesma Ordem, dando assim início ao processo fundacional do Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição, em Marvila. Contou, para tal, com o apoio do confessor, o padre agostinho António da Conceição, que diligenciou junto do arcediago Fernão Cabral, arcediago da Sé de Lisboa, a cedência de três quintas que este último possuía em Marvila, freguesia do então concelho dos Olivais. Nestas propriedades se haveria de lançar, a 18 de março de 1660, a primeira pedra do novel cenóbio. Iniciados nessa altura, os trabalhos principais apenas conheceriam termo em 1680, contanto com o patrocínio de D. Luísa de Gusmão, de D. Isabel Henriques, que custeou as obras da capela-mor, e de uma filha desta, Maria de Santo António.
A casa foi sendo estrutural e artisticamente beneficiada ao longo do tempo, graças essencialmente ao empenho de algumas famílias da nobreza e das próprias religiosas e seus familiares. O nível da encomenda fica, aliás, expresso a nível material, apresentando o convento um património de incontornável valia, que contou com o contributo de figuras maiores da arte do tempo, de que são exemplo os pintores de azulejos P.M.P. (monograma com que assina a sua obra) e António de Oliveira Bernardes e o pintor Bento Coelho da Silveira.
Não atípico numa casa monástica, o faseamento dos trabalhos, verificável pelas datas de algumas obras realizadas nas celas (1718), portaria, claustro e Capela do Senhor dos Passos (1725), é apreciável no plano da análise formal.
Ao que consta, o mosteiro não terá sofrido substancialmente com o Terramoto de 1755. Alteração radical viria a sofrer mais tarde, pela aplicação da legislação liberal que decretou a extinção das Ordens e Congregações religiosas. O mosteiro foi suprimido em 1872, por morte da última religiosa professa, e o seu património alienado e, parte dele, cedido a entidades várias. No edifício estabelecer-se-ia, em 1874, o Asilo D. Luís I. Mais tarde, aí viria a funcionar o Asilo dos Velhos de Campolide, sendo atualmente o espaço ocupado pela Mansão de Santa Maria de Marvila. O templo, encerrado ao culto até 1932, recuperou a função religiosa, mantendo até hoje o estatuto de igreja paroquial.
Evolução urbanaO mosteiro situava-se em Marvila, freguesia integrante do então concelho de Olivais, e estava sob jurisdição canónica da diocese de Lisboa. Na zona concentravam-se quintas de recreio e propriedades rústicas detidas pela nobreza e por Ordens Religiosas e outras entidades eclesiásticas. Aí se viria a instalar, no século XVII, o Palácio da Mitra, habitado pelo primeiro Cardeal-patriarca de Lisboa, D. Tomás de Almeida (1716-1754). Além do cenóbio das Brígidas, os Olivais acolhiam ainda o Convento das Agostinhas Descalças do Grilo (LxConv008) e o Convento dos Lóios (LxConv007), do Monte Olivete (LxConv006) e de São Cornélio (LxConv101). No encalço do terramoto de 1755, o convento padece ruína e muitas das quintas vizinhas são abandonadas, passando estas, mais tarde, a acolher unidades fabris. Implementada a partir dos anos 30 de Oitocentos, a reforma religiosa conduzirá à desafetação de parte do edificado religioso, com reflexos evidentes na imagem do local, que continuará a alterar-se posteriormente, nomeadamente com a instalação da linha férrea, inaugurada em 1856. Nos nossos dias, o caráter arrabaldino e fabril marca ainda presença na paisagem urbana do lugar.
À época da extinção do mosteiro a cerca era delimitada a poente pela antiga Quinta do Bettencourt, a nascente pelo Poço do Bispo, a norte pela Estrada de Marvila e a sul pelos edifícios onde estava instalada desde a 2ª metade do século XVIII a "Fábrica do Sabão de Marvila" (arrendatária ao mosteiro). Desde então não houve quaisquer alterações do ponto de vista urbanístico, destacando-se apenas a desanexação do extremo nascente da propriedade, na zona de confluência das atuais ruas Direita de Marvila e Zófimo Pedroso.
Caracterização arquitectónicaExemplar da arquitetura religiosa, o edifício monástico apresenta elementos filiados maioritariamente no estilo barroco e segue a tipologia das casas religiosas femininas da época. A parte da clausura desenvolve-se ao redor do claustro, de planta retangular, enquanto a igreja pública, à qual se acede lateralmente, se localiza a noroeste do núcleo clausurado. Os espaços deste último distribuem-se ao longo de corredores, no topo nos quais se encontram escadas que permitem a comunicação entre pisos. A igreja, e planta longitudinal, apresenta nave única onde, lateralmente se abrem capelas: duas do lado da Epístola e três do lado do Evangelho. A capela-mor, desenvolve-se à mesma altura que a nave, por ela precedida através de degraus marmóreos. À capela-mor e sacristia anexa, opõe-se, na parede fundeira, os coros alto e baixo. A simplicidade da planta desafia o aparato decorativo do conjunto do templo, que recorre à conjugação da talha dourada, dos embutidos marmóreos, do revestimento azulejar e das pinturas. A cobertura, em abóbada de berço, exibe decoração pictórica. Já as paredes da nave se apresentam parcialmente recobertas de azulejos historiados, encimados por telas emolduradas de talha. Na capela-mor, as paredes, revestidas parcialmente de mármore polícromo, são sobrepujadas por telas. Ergue-se centralmente um rico retábulo de talha flanqueado por colunas espiraladas. No ingresso do templo, é visível o emblema da Ordem de Santa Brígida, com a data de 1715.
Inventário de extinçãoANTT, Ministério das Finanças, Convento de Nossa Senhora da Conceição de Marvila, Cx. 1954, http://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=4224408
A Reforma Religiosa, particularmente expressiva nos anos 30 de Oitocentos, determinou a supressão das casas regulares. Em relação aos cenóbios femininos, a data da extinção passou a ser determinada pela data do falecimento da última religiosa professa. No caso do Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição de Marvila, a extinção verificou-se por decreto de 11 de abril de 1872. As duas religiosas sobreviventes (não professas ou apenas detentoras de votos simples), D. Eugénia de Nossa Senhora e D. Maria do Amor Divino, seriam transferidas, em virtude do aviso régio de 9 de janeiro de 1850, para o Mosteiro de Santa Clara de Santarém, sendo-lhes atribuída uma pensão mensal de 2 mil réis (f. 0372-0377).
O primeiro inventário de bens realizou-se a 14 de fevereiro de 1859, precedendo a supressão institucional da casa (f. 0061-0066 e f. 0350-0366) Os bens de raiz totalizavam o valor de 27:480$600: edifício do convento com oficinas e casa do capelão (16:000$000), cerca, do lado nascente do convento, com 10 pés de laranjeira e alguns pés de árvores de fruta (384$000), um pedaço de terra de semeadura a sul do edifício (120$000), um pedaço de terra de semeadura com três oliveiras e casas térreas (149$000), casas térreas na Rua Direita de Marvila (86$400), casas do primeiro andar com seu quintal, sito na mesma rua (172$800), outras casas (518$400) e mais casas sitas na Rua Direita do Poço do Bispo, onde se encontrava instalada a Fábrica do Sabão com seu quintal (10:050$000). Este inventário tem como apenos os mapas de rendimentos (f. 0026-0028), dívidas ativas e passivas (f. 0031) e despesa (f. 0034-0038) relativos ao ano de 1856.
A 25 de outubro de 1861 é assinado o auto de avaliação das propriedades rústicas e urbanas (f. 0074-0085).
Após a extinção formal do cenóbio, procede-se à "desamortização dos bens compreendidos nas disposições das leis de 4 de abril de 1861, 22 de junho de 1866 e 18 de agosto de 1869". Da lista nº 1018 de arrematações do Ministério da Fazenda, de 20 de dezembro de 1873, consta, sob o n.º 17111, o edifício em que se fabrica sabão, na Rua do Açúcar, anteriormente pertencente ao suprimido mosteiro (f. 0588-0589).
Perante a tomada de posse do mosteiro pelas entidades oficiais, ter-se-á verificado alguma resistência da parte da comunidade religiosa que aí habitava ainda (f. 0232-0233 e f. 0376-0385). O auto de diligência datado de 25 de março de 1872, pelo qual se aventa a eventualidade de tomar posse do edifício por arrombamento, é, neste sentido, elucidativo. A partir dele se desvela que as religiosas colocaram entraves à entrada dos oficiais no mosteiro para que se procedesse ao inventário, invocando que a propriedade do edifício apenas poderia ser deixada aos herdeiros do arcediago fundador. De facto, a escritura de doação de Fernão Cabral, Arcediago da Sé de Lisboa, de 16 de junho de 1655, refere que só os herdeiros daquele clérigo poderiam tomar posse por herança do mosteiro, e na condição de o mosteiro deixar de existir (f. 0066).
Data de 20 de abril de 1872 o inventário das alfaias e objetos destinados ou não ao serviço do culto que se encontravam no extinto cenóbio (f. 0092-0172). Os ditos objetos foram dados à avaliação do ourives do ouro João Inácio de Freitas Lourenço, a 26 de abril de 1872 (f. 0174-0182).
A 4 de maio de 1872, lavra-se o termo de entrega de bens ao pároco dos Olivais, Rev.º Joaquim Maria Ribeiro da Silva (f. 0182-0183). É igualmente elaborada uma relação de imagens, que foram remetidas ao Patriarcado de Lisboa e dadas como rececionadas a 2 de março de 1874 (f. 0186-0188).
A 29 de maio de 1872 os dezassete documentos que dão corpo à "Relação dos títulos de dívida pública e padrões reaes encontrados no convento [...)" são remetidos pelo delegado do Tesouro, José Maria Marques Caldeira, à Direção-Geral dos Próprios Nacionais de maio de 1872 (f. 0695-0697).
Ao inventário do convento e prédios anexos, de 27 de junho de 1872 (f. 0274-0286), encontra-se associado o auto de avaliação lavrado a 10 de julho de 1872 (f. 0280-0286). Deste consta; o edifício monástico (4:000$000), a cerca e terrenos anexos (6:000$000) e armazéns da Rua Direita do Açúcar, 10 a 15 (6:000$000). A avaliação total foi de 16:000$000.
Da lista de arrematações nº 891, datada de 27 de novembro de 1872 (f. 0530), constam as arrematações efetuadas no Ministério das Finanças. Ao nº 15257 corresponde um prédio na Rua do Açúcar; ao nº 15258, o edifício, sito também na Rua do Açúcar, correspondente à Fábrica de Sabão; ao nº 15259, ainda na Rua do Açúcar, três casas "em plano baixo" junto à Fábrica de Sabão.
A 13 de abril de 1873, verifica-se a devolução à Junta da Paróquia da freguesia de Santa Maria dos Olivais de vários paramentos, alfaias e outros objetos pertencentes ao suprimido mosteiro. Os objetos (arte sacra e alfaias) entraram na posse do destinatário a 23 de junho de 1873 (f. 0566). Já as peças de imaginária serão remetidas a 3 de março de 1874 ao Patriarcado de Lisboa.
A 20 de agosto de 1873, regista-se o auto de posse de um prédio urbano situado na Rua do Açúcar. O beneficiário é José Monteiro Guimarães, que adquire o imóvel por 400$000 (f. 0526-0529).
A 18 de outubro de 1873, a Companhia Nacional de Tabacos de Xabregas, que detinha um dos três edifícios que constituíam o antigo mosteiro e que era locatária do edifício em que se encontrava a antiga Fábrica de Sabão, pede documento comprovativo da posse desses mesmos imóveis (f. 0190-02059). Sabe-se que, quando a Fábrica de Sabão pretendeu tomar posse do edifício, algumas dificuldades emergiram, já que algumas religiosas ainda aí se encontravam, situação que deu origem a uma ordem de despejo no sentido de que as religiosas abandonassem o local e se recolhessem a uma das partes do edifício que o Governo entendia destinar-lhes. A documentação supra apresenta anexamente uma "Planta de uma parte da fábrica de sabão em Marvila" (f. 0223).
Em 19 de janeiro de 1874, a administração do Asilo D. Luís I, instituição fundada em 1861 para abrigar meninas carenciadas ou abandonadas (f. 0462-0464), pede a concessão do edifício do mosteiro e igreja, em virtude da expropriação, por utilidade pública, do local onde à data se achava instalado (f. 0610-0677). A concessão efetiva-se por força da Carta de Lei de 10 de abril de 1874, sendo o auto de posse assinado a 27 de abril de 1874 (f. 0086-0091), mas não sem antes o administrador do concelho dos Olivais invocar, a 30 de abril daquele ano, não estar de posse do inventário dos bens, condição sem a qual não poderia efetivar a entrega do edifício e igreja.
As Irmãs Hospitaleiras dos Pobres por Amor de Deus e Terceiras de São Francisco de Assis veem, pois, indeferido o intento de se estabelecerem no mosteiro. De facto, o requerimento por elas dirigido ao Ministério da Justiça para posse do edifício não é aceite pela Repartição da Direção-Geral dos Próprios Nacionais. Em face da resposta, a instituição religiosa solicita, a 2 de setembro de 1873, a retirada da praça daquele bem (f. 0683).
Em 7 de janeiro de 1878, é alienada a propriedade de algumas casas ou armazéns subterrâneos pertencentes ao antigo cenóbio (f. 0336-0337). Mais tarde, a 28 de junho de 1897, o Asilo requere a concessão de um armazém sito na Rua do Açúcar, que em tempos fizera parte da Fábrica de Sabão. Esse mesmo armazém será avaliado e descrito e o auto a isso referido datado de 1 de dezembro de 1897 (f. 0256-0261).
1655-04-27 Alvará de D. João V autorizando a abadessa do Mosteiro de Santa Brígida a edificar em Lisboa outra casa religiosa da Ordem de Santa Brígida. Ficou estipulado que o número de religiosas não excederia as 80, com 8000 cruzados de renda. 1655-06-16 O Rev.º Fernão Cabral, arcediago da Sé de Lisboa, faz doação de parte da sua Quinta de Marvila a Madre Brígida de Santo António, no século D. Leonor de Mendanha, abadessa do Convento de Santa Brígida (LxConv026), para instituição de um novo cenóbio feminino da Ordem de São Salvador em Lisboa. 1660-03-18 Ingresso das religiosas fundadoras no novo convento, sendo elas: Soror Teresa de Jesus, Soror Inês de São Sebastião e Soror Aleixa de Santa Brígida. Por ordem do cofundador, Padre Fernão Cabral, é executada a imagem da padroeira da casa, Nossa Senhora da Conceição. Pela mesma altura, Francisco Ferreira de Araújo pinta o teto do coro-baixo. 1665 | 1666 Também por determinação de Fernão Cabral, coadjuvado por Frei Pedro de Santo Agostinho, administrador do convento, têm início as obras do templo definitivo que viria substituir a primitiva igreja, considerada exígua. 1666 Início da construção da nova igreja. 1666-03-17 O cofundador e benfeitor Rev.º Fernão Cabral falece, deixando em testamento ao convento dez mil cruzados e algumas casas na zona de Marvila. 1669 D. Inês de São Sebastião deixa ao convento várias peças de arte sacra, de que são exemplo uma imagem de Nossa Senhora, uma pintura de Cristo e uma outra de Nossa Senhora da Conceição. 1679 Escritura de doação de 4000 cruzados ao mosteiro, feita por D. Isabel Henriques, mulher do fidalgo Diogo Lopes de Torres, em troca de um lugar perpétuo no cenóbio para a sua descendência. 1680 Graças às doações feitas pela benfeitora D. Isabel Henriques, concluem-se os dormitórios, o claustro e os espaços destinados a oficinas. 1681 Depois da morte do marido, D. Isabel Henriques ingressa na clausura com a filha D. Juliana. 1690 É executado o retábulo da capela-mor, que se atribui a José Rodrigues Ramalho. 1690 Soror Francisca do Sepulcro empreende a conclusão das obras da igreja nova e a renovação da capela-mor, além de fazer doação ao convento de várias alfaias. 1691 Morte de D. Isabel Henriques. A sua memória é evocada por uma lápide na capela-mor. 1691-07 Soror Juliana Maria de Santo António sucede à sua mãe, D. Isabel Henriques, na beneficiação material da casa, mandando terminar as obras da capela-mor, ainda não concluídas à morte de D. Isabel. 1695 O mosteiro tem 35 religiosas, com 865 mil réis de renda. 1699 Terminam as obras da capela-mor. É encomendada a talha da nave e uma imagem do Senhor dos Passos. 1714 Procede-se ao douramento do trono e tribuna. 1714-08 Concluem-se os trabalhos na igreja. 1718 D. Helena de Távora ingressa no convento e beneficia-o largamente. Empreende a execução de celas, o ladrilhamento do claustro, a instalação de água no jardim, a aplicação de talha dourada, azulejaria e pintura na Capela do Senhor dos Passos e a construção de um pequeno espaço destinado a hospedaria. 1725 A instâncias de João Vicente dos Santos, cuja filha era religiosa no convento exercendo o cargo porteira, é construída a portaria. Século XVIII - 2ª metade Desenvolve-se parte substancial do trabalho que viria a dotar artisticamente a casa, com a pintura da abóbada da capela-mor, a execução dos azulejos da nave, que se atribuem ao pintor de azulejos PMP, a pintura, por Bento Coelho da Silveira, das telas da nave e a pintura, talvez por António de Oliveira Bernardes, dos azulejos do coro- baixo. 1755-11-01 O terramoto provoca infiltrações e danifica parcialmente o retábulo-mor da igreja. 1808 Devido à falta de recursos, as religiosas solicitam um administrador régio para as remediar das dívidas para com os credores. 1834-05-30 É decretada a extinção de todas as casas religiosas masculinas das Ordens regulares e a nacionalização dos seus bens. As comunidades femininas mantêm-se mas ficam impedidas de emitir votos. 1859-02-14 Precedendo a supressão institucional da casa, é efetuado um primeiro inventário de bens, coordenado por Silvério Antão Barata Salgueiro, desembargador da cúria patriarcal, e acompanhado pela madre abadessa Maria José do Coração de Jesus. 1859-04-07 Do mapa de pessoal do mosteiro constam 6 religiosas professas, 2 pupilas, 4 senhoras recolhidas, e 3 criadas, veleira, compradora, sacristão, capelão, coveiro e procurador. 1861-04-04 Lei sancionando o decreto de cortes de 28 de Março de 1861, que estabelece os termos em que deve proceder-se à desamortização dos bens eclesiásticos. O artº 11º refere que "Todos os bens que, no termo d´esta lei, constituírem propriedade ou dotação de algum convento que for supprimido na conformidade dos canones, serão exclusivamente aplicados á manutenção de outros estabelecimentos de piedade ou instrucção e á sustentação do culto e clero". E que uma lei especial regulará esta aplicação. 1861-10-25 É assinado o auto de avaliação das propriedades rústicas e urbanas do convento. 1862-05-31 Decreto que regula a execução do artigo 11º da Carta de Lei de 4 de abril de 1861. Inclui as instruções "sobre a administração e rendimento dos conventos de religiosas suprimidos". 1872-04-11 Em virtude do falecimento da última religiosa professa, o convento é formalmente suprimido por decreto. Verifica-se, de seguida, a tomada de posse, pelo Estado, do edifício cenobítico, seguidamente ocupado pela Fábrica de Sabão e posteriormente detido pela Companhia Nacional de Tabacos de Xabregas. 1872-04-20 É elaborado o inventário das alfaias e objetos preciosos encontrados no extinto cenóbio, num total de 417 items avaliados em 4:743$060. 1872-05 É lavrado um termo de entrega de bens ao pároco dos Olivais, Rev.º Joaquim Maria Ribeiro da Silva, e elaborada uma relação de imagens a serem remetidas ao Patriarcado de Lisboa. Procede-se à execução de uma relação dos títulos de dívida pública e padrões reais encontrados no convento, que é enviada à Direção-Geral dos Próprios Nacionais. 1872-06-27 É elaborado o inventário do edifício conventual e prédios anexos. 1873-04-13 Vários paramentos, alfaias e outros objetos pertencentes ao suprimido convento são devolvidos à Junta da Paróquia da freguesia de Santa Maria dos Olivais, que deles toma posse seguidamente, enquanto as peças de imaginária sacra são mais tarte remetidas ao Patriarcado de Lisboa. 1873-08-20 José Monteiro Guimarães toma posse, pelo valor de 400$000 réis, de um prédio urbano situado na Rua do Açúcar e anteriormente pertencente à comunidade religiosa. 1874-04-10 É efetivada por lei a concessão do edifício e igreja do extinto convento ao Asilo D. Luís I, instituição fundada em 1861 para abrigar meninas carenciadas ou abandonadas. 1874-04-27 Auto de posse do mosteiro pela Fazenda Nacional. 1878-01-07 É alienada a propriedade de algumas casas ou armazéns subterrâneos pertencentes ao antigo cenóbio. 1901 O Asilo D. Luís I passa a estar sob a alçada da Direção de Beneficência Pública. 1911 O asilo toma o nome do seu instituidor, Manuel Pinto da Fonseca, e fica associado à Provedoria da Assistência Pública. 1928 | 1929 O Asilo D. Luís I é transferido para Porto Brandão e no espaço conventual por ele anteriormente ocupado é instalado o Asilo de Mendicidade de Campolide, que, unida a uma unidade destinada a invisuais, passa a designar-se Recolhimento para Desamparados e Asilo de Cegos e Cegas. 1932 A igreja volta a assumir a sua primitiva função cultual. 1936 A instituição de solidariedade instalada no convento muda a designação para Asilo de Velhos de Campolide e Asilo de Santa Maria para Cegos e Cegas. Década de 1940 Anexo à igreja é edificado o salão paroquial. 1940 A instituição passa a designar-se Asilo de Velhos de Marvila, nome que manterá até 1973, passando pela tutela sucessiva do Instituto de Assistência ao Inválido, da Direção-Geral da Assistência e, por fim, do Instituto da Família e Ação Social do Ministério da Saúde e Assistência. 1943 Dá-se informação sobre o estado de ruína em que a capela se encontre e sobre o interesse na sua classificação patrimonial. 1947-08-27 A igreja passa a pertencer à paróquia de Santa Maria dos Olivais. 1948-09-29 A antiga igreja conventual é classificada como Imóvel de Interesse Público (decreto nº 33077). 1954 Uma vistoria à igreja dá nota do estado de deterioração de algumas das suas estruturas. 1959 A igreja fica associada à freguesia de Marvila, passando a assumir a função de matriz sob a invocação de Santo Agostinho. 1961 Constata-se o risco de derrocada da igreja. 1964 Constata-se igualmente o risco de derrocada do salão paroquial. 1965 | 1968 O pároco requer a realização de várias obras, tais como a construção de um centro paroquial. 1973 O asilo assume a designação final de Mansão de Santa Maria de Marvila atualmente sob tutela do Ministério da Solidariedade e Segurança Social. 1976 Num espaço anexo à capela-mor, são construídos a sacristia, o cartório e a casa mortuária. 1998-01 | 1998-04 Intervenção de conservação e restauro do tecto da nave da igreja.
Material gráficoCartografiaManuscritoMonografiaElectrónicoPeriódico | Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição de Marvila | Exterior | Fachada norte. DPC_20140917_077. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2014. |
| Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição de Marvila| Exterior | Fachada norte. DPC_20140917_081. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2014. |
| Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição de Marvila | Exterior | Fachada norte. DPC_20140917_078. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2014. |
| Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição de Marvila | Exterior | Fachada norte. DPC_20140917_079. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2014. |
| Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição de Marvila | Exterior | Pátio norte. DPC_20140917_082. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2014. |
| Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição de Marvila | Exterior | Pátio norte | Igreja. DPC_20140917_084. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2014. |
| Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição de Marvila | Exterior | Pátio norte | Igreja. DPC_20140917_085. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2014. |
| Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição de Marvila | Exterior | Pátio norte | Dormitórios. DPC_20140917_083. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2014. |
| Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição de Marvila | Exterior | Fachada norte. FIL000125. © CML | DMC | Arquivo Municipal de Lisboa. |
Maria Luísa Jacquinet - 2016-03-03 Última atualização - 2017-01-19
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