DesignaçãoConvento de Santo AlbertoCódigoLxConv068Outras designaçõesConvento de Santo Alberto de Lisboa; Convento das AlbertasMorada actualJardim Nove de AbrilSumárioO Convento de Santo Alberto, o primeiro convento de Carmelitas Descalças do país, situava-se no local onde se encontra o edifício do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA) conhecido por "Anexo". Era delimitado pela Rua das Janelas Verdes a norte, pelo Palácio dos Condes de Alvor (actual MNAA) a este, pela Rocha do Conde de Óbidos a sul, e a oeste pela cerca conventual, transformada no Jardim 9 de Abril.
O pedido de instituição de um convento feminino em Portugal, feito pela nobreza e pela Câmara de Lisboa, é apresentado ao Provincial da Ordem, em Sevilha, pelo prior do primeiro convento carmelita em território português. Os dois religiosos vêm para Lisboa com quatro carmelitas do Convento de Ávila, e compram umas casas na zona de Santos-o-Velho. O cenóbio é fundado em 1584 sob invocação de Santo Alberto, em homenagem ao cardeal-arquiduque Alberto de Áustria, patrocinador do convento e vice-rei de Portugal em nome de Filipe I de Espanha. No ano seguinte as religiosas mudam-se para o edifício, sendo eleita prioresa uma discípula de Santa Teresa, santa à qual é dedicada uma das capelas da igreja do convento, onde é depositada uma relíquia sua. Quer o convento quer a igreja sofrem grandes danos com o Terramoto de 1755 e têm de ser reconstruídos.
Quando em 1890 morre a última religiosa o convento é extinto. A igreja permanece aberta ao culto, a cerca conventual é cedida à Câmara Municipal de Lisboa para jardim e miradouro públicos e o edifício ao Museu Nacional de Belas Artes (antecessor do MNAA), instalado no contíguo Palácio dos Condes de Alvor. O espólio é distribuído por várias entidades e, em parte, vendido. O edifício do convento, ocupado pelo museu como armazém, entra em ruína e em 1918 já se encontra demolido. A igreja é mantida, como exemplo típico do barroco português, e integrada mais tarde no "Anexo" do MNAA construído entre 1937 e 1939.Ordem religiosaGéneroFemininoData de fundação1584-12-24Data de extinção1890-04-08Tipologia arquitetónicaArquitetura religiosa\Monástico-conventualComponentes da Casa Religiosa - 1834Convento Igreja Cerca de recreioSituaçãoConvento - Demolido(a) Igreja - Existente Cerca - Parcialmente urbanizada
PropriedadeEstado
OcupaçãoCapela - Ocupado(a) - Museu Nacional de Arte Antiga
Enquadramento históricoA fundação do Convento de Santo Alberto enquadra-se no período da Monarquia dual, durante o reinado de Filipe II de Espanha e I de Portugal (1580-1598), grande devoto dos Carmelitas Descalços, ordem cujo primeiro convento masculino em Portugal, sob invocação de São Filipe, fora fundado em 1581, em Santos-o-Velho, por frei Ambrósio Mariano, enviado ao nosso país por Santa Teresa de Ávila.
Após o pedido da nobreza de Lisboa, corroborado pelo Senado da Câmara através dos vereadores D. Duarte Castel-Branco, conde de Sabugal, D. Luís de Lencastre, Comendador-mor de Avis e D. João Lobo, barão de Alvito (Monumentos e edifícios notáveis..., 1988, p. 32; O Museu Nacional de Arte Antiga, 1994, p. 22), frei Mariano é incumbido de ir a Sevilha pedir a instituição do convento feminino em Portugal ao Provincial da Ordem, frei Jerónimo Graciano. Ambos regressam a Lisboa, na véspera de Natal de 1584, acompanhados por quatro carmelitas do Convento de Ávila que viriam fundar o novo convento em Lisboa: Maria de São José (Salazar), Mariana dos Santos (Vanegas), Branca de Jesus (Freile) e Inês de Santo Eliseu (Morales) (VECHINA, s.d.). "Enquanto nam tinham casa própria», as religiosas são enviadas para o Convento das Dominicanas da Anunciada, onde permanecem cerca de um mês, tendo as religiosas dos dois conventos firmado o contrato de "fazendo se participantes mutuamente as de hum convento das obras do outro" (História dos Mosteiros..., II, 1972, pp. 375-376).
Fora dos muros da cidade, em terrenos pertencentes às Comendadeiras de Santiago, que haviam habitado o Convento de Santos-o-Velho, frei Jerónimo Graciano e frei Ambrósio Mariano compram umas casas para aí construir o futuro convento. Em Janeiro de 1585, as primeiras freiras mudam-se para o novo convento, ainda sem igreja (O Museu Nacional de Arte Antiga, 1994, p. 22), e, a 2 de Abril, por ordem de frei Graciano, chegam mais quatro religiosas à comunidade. A 25 desse mês, é eleita prioresa Maria de São José (1548-1603), companheira e discípula de Santa Teresa, que escolhe para o convento a invocação de Santo Alberto (História dos Mosteiros..., II, 1972, p. 374), em homenagem ao cardeal-arquiduque Alberto de Áustria, vice-rei de Portugal durante o reinado de Filipe I, e patrocinador do convento. Costa Lima levanta duas hipóteses para a identidade do orago: Santo Alberto de Vercelli ou de Jerusalém (1149-1214), autor da Regra dos Carmelitas Descalços e Santo Alberto da Sicília (c. 1250-1307), carmelita e teólogo (LIMA, 1952, p. 7).
O Convento "se foi fazendo á proporção das esmolas que se recebiam e dos dotes das religiosas novas" (ANTT, Inventário de extinção do Convento de Santo Alberto, http://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=4224425, f. 0165-0166). Manuel da Silva de Sousa, governador do Porto, e a mulher Isabel Botelha são os patronos da capela-mor, onde se fazem sepultar. Ainda em 1585, frei Graciano traz para Portugal a mão esquerda de Santa Teresa, relíquia que é depositada na capela dedicada à Santa, fundada por Vicente Soares de Peleta, que ali foi sepultado. Contígua a esta, é fundada a Capela de Santo Cristo da Fala, em 1597, pelo padre Diogo Fernandes, capelão-cantor de Filipe I e que ali está sepultado (m. 1600). A capela deve o seu nome, segundo Frei Belchior de Santa Ana (cit. por LIMA, 1952, p. 13), por o Senhor do crucifixo ter falado à madre Maria de São José, encorajando-a, numa altura em que estaria esta a ser perseguida e caluniada. Situação, aliás, que levará ao seu afastamento para Espanha, onde virá a falecer (1603).
Com o Terramoto de 1755 o convento fica tão arruinado que as freiras se refugiam na Quinta do Provedor dos Armazéns (São Sebastião da Pedreira, actual jardim da Fundação Calouste Gulbenkian). Dali, passam depois para o Palácio dos Condes da Ribeira Grande (na Junqueira) e, quando voltam a Santo Alberto, ficam abarracadas na cerca enquanto decorrem as obras de reconstrução do convento (CASTRO, III, 1763, p. 426). A igreja também é afectada e tem de ser parcialmente reconstruída. Na petição que é feita à Câmara pela prioresa e demais religiosas do convento, estas dizem que "se arruinou a Igreja do mesmo Convento de Sorte que necesita de se apiar[?] a parede della que faz face pera a Rua, e como quer que pera se reedificar de novo seja precizo abrir alicerce da parede da parte da Rua o que senão pode fazer sem preceder licença de Vossa Excelencia e a autuação costumada" (AML, Livro de Cordeamentos de 1756, f. 57). A vistoria teve lugar a 1 de Abril de 1756 e no auto respectivo refere-se que "as ditas Relegiosas que vão mandar reedeficar a parede da sua Igreja, estorcendoa dereita com a parede das cazas do Provedor da Ajuda junto as quais faz Hu pequeno recanto, [?] se a dita obra se acham não fazia prejuizo porque a dita parede da parte da Alcantara estroce[?] direita com as cazas do dito Convento, e da outra parte saindo hu palmo para fora fica a rua com mayor formosura por ficar estorcendo dereito a parede da Igreja com as delas Cazas do Provedor nas quais hade ficar[?] dele somente hu quarto de palmo devendolhe de pedraria das ditas cazas e por este estrumento quer abrir alicerces e sentar os portaes, e reformar a dita parede he de todo o referido fiz este auto se propor Em Sessao Da Vereação" (AML, Idem, f. 58).
Em 1834 são extintas as ordens religiosas. No entanto, aos conventos femininos é permitida a existência até à morte da última freira, depois da qual o convento seria extinto e o património passaria para o Estado, à semelhança do que sucedera com as casas masculinas. Já no ano anterior, o Decreto de 5 de Agosto de 1833 havia expulso os noviços e noviças de todos os institutos religiosos e proibido a admissão de novos, mesmo que, na prática, isso não tenha sido completamente cumprido. No Convento das Albertas continuam a ser recebidas jovens que, fazendo vida regular porque não podem professar, são chamadas "pupilas" (PUJOL e PIMENTA, 2006, p. 21). Por exemplo, em 1859, habitavam o convento, juntamente com as nove religiosas e oito "empregados de ambos os sexos no serviço interno e esterno da comunidade", sete pupilas, admitidas entre 1843 e 1856 (ANTT, Inventário de extinção do Convento de Santo Alberto, http://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=4224425, f. 0060).
Contíguo ao convento, instalado no Palácio Alvor, encontrava-se o Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), dirigido pela Academia Real de Belas Artes (ARBA), cujo inspector pede, em Março de 1889, ao Secretário de Estado dos Negócios do Reino, a cedência daquele, para aumentar o espaço de exposição do museu. Perante isto, o Secretário de Estado propõe ao Ministro da Fazenda que "logo que seja supprimido o convento referido, seja o mesmo cedido á Academia, ou a parte que puder dispensar-se, se para esse ministério não houver fim mais urgente e proveitoso, a que applicar aquelle edifício" (Idem, f. 0284). Em Julho o Ministro põe o assunto à consideração superior e mandar lavrar o decreto da concessão provisória do Convento à Academia (Idem, f. 0286). Deste modo, a 8 de Agosto de 1889, é determinado por decreto (publicado a 16 de Abril do ano seguinte) que logo que se dê a extinção do Convento de Santo Alberto, o seu edifício, cerca e dependências, sejam entregues provisoriamente ao Ministério do Reino para alargar o MNBA (Idem, f. 0310).
A 20 de Janeiro de 1890, a prioresa do convento, Madre Maria Madalena do Carmo, cede parte dele à Associação Espiritual de Nossa Senhora de la Salette (que ali se estabelecera em 1859), para fundar uma escola de beneficência a favor de meninas pobres (Idem, f 0648-0650). Apesar de a religiosa não ter autoridade para o fazer, segundo a Direção Geral dos Próprios Nacionais (Idem, f. 0652-0654) e do Governo ter decidido que a associação teria de abandonar o convento quando se desse a sua extinção, as obras para a dita escola chegam a iniciar-se (Idem, f. 0656-0657).
Com a morte de Madre Maria Madalena do Carmo, última freira do convento, a 8 de Abril de 1890, o Convento de Santo Alberto é extinto e o Estado toma posse dele e dos bens da comunidade. No início do ano seguinte, o inspetor da ARBA escolhe para o MNBA alguns objetos do espólio do convento e a pedido do cardeal-patriarca de Lisboa, a igreja e respetivas alfaias de culto são cedidas provisoriamente à autoridade eclesiástica, "a fim de se continuarem ali as cerimónias do culto divino" (Idem, f. 0624-0627).
Pelo Decreto-Lei de 23 de Janeiro de 1891, o edifício do convento e a cerca são cedidos ao Ministério de Instrução Pública (MIP), para alargamento do MNBA. Situação já prevista no Decreto de 8 de Agosto de 1889, mas que fora revogado a 24 de Abril de 1890. As "pupilas" que viviam no Convento são obrigadas e retirar-se, indo umas para o Recolhimento de São Cristóvão, em Lisboa, e outras para o Convento dos Olivais (PUJOL e PIMENTA, 2006, p. 21). Em Maio do mesmo ano são entregues às ex-pupilas "os móveis do seu uso particular" (ANTT, Inventário de extinção do Convento de Santo Alberto, http://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=4224425, f. 0634-0636) e entregues à ARBA os objectos escolhidos para o MNBA (Idem, f. 0356-0358).
O Ministério da Fazenda estabelece que antes da entrega do convento ao MIP, "para dar o edifício despejado", se venda uma parte dos móveis e outra se entregue à Associação de Nª Srª de la Salette, que auxiliava o culto na Igreja (Idem, f. 0326-0327).
Em Novembro, o Ministério de Instrução Pública e Belas Artes insiste junto do Ministério da Fazenda na entrega do convento, "para numa parte dele serem accomodados os objectos do Museu" (Idem, f. 0324). No mês seguinte o Ministério da Fazenda ordena a entrega do edifício e cerca do convento, conforme o estipulado pelo Decreto-Lei de 23 de Janeiro, o que só irá acontecer após a venda em hasta pública do restante espólio (Idem, f. 0320-0322).
É a 17 de Fevereiro de 1892 que o convento é entregue ao inspetor da ARBAL. Mas apenas no final de Junho o antigo rendeiro desimpede a cerca e entrega a chave da mesma (Idem, f. 0342-0343). A Academia aproveita o edifício para depósito de quadros, obras de talha, azulejos e móveis mas as casas exteriores mantêm-se habitadas por pessoal do convento (Idem, f. 0342-0343). O conservador do MNBA Manuel de Macedo, num texto anónimo alvitra que para o edifício, "quando opportuno poderão ser removidos a secretaria, gabinetes respetivos, etc. o que facultará ao Museu outro tanto espaço approveitável» e, «no espaço que d'elle depende é possível de futuro (...) levar a effeito a creação de uma escola de arte applicada e de arte decorativa, agregada ao Museu" (O Muzeu Nacional de Bellas Artes, 1892, pp. 8-9).
Apesar de albergar uma escola de telegrafistas, no início do séc. XX (BMNAA, I, 2, 1939, p. 45), o convento entra em ruína e é demolido, entre 1911 e 1918 (CABELLO, 1992). A igreja, que é mantida, albergou na década seguinte uma repartição dos Correios e Telégrafos (ARAÚJO, 7, 1993, p. 64). Na década de 1930 passa a servir de arrecadação (BMNAA, IV, 1, 1959, p. 5).
José de Figueiredo, primeiro director do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), que sucede ao MNBA, cedo defendeu a dignificação da igreja e, mais tarde, a sua inclusão no anexo ao museu, a construir no espaço do demolido convento. Tal vem a suceder com o edifício construído entre 1937 e 1939, sob projecto de Guilherme Rebelo de Andrade, que, segundo Figueiredo, soube solucionar "de modo excelente" a integração da igreja entre o edifício antigo do Museu e o novo (cit. MANAÇAS, I, 1991, p. 55). Para o arquiteto "a integração da capela no conjunto arquitectónico do novo edifício foi o ponto de partida para o meu estudo" e, "com a sala que se lhe segue», serviu de «traço de união arquitectónico entre o edifício projectado e o actual museu, e condiciona, em planta, a posição exacta das galerias e consequentemente de todas as restantes divisões" (SIPA DES.00030974, Memória descritiva e justificativa do projecto de ampliação do MNAA, 1935, p. 32). Através da sacristia da igreja, sob o altar da capela-mor, existia uma das ligações entre o novo edifício e o antigo Palácio Alvor. Para Rebelo de Andrade, a mesma proporcionava ao visitante do Museu, "ao entrar na Capela, um ponto de vista curiosíssimo" (SIPA, Idem). Mas, com as alterações de João Couto, segundo diretor do MNAA, ao projeto do arquiteto para remodelação do palácio, anula-se a circulação por essa "deficiente passagem" (MANAÇAS, I, 1991, p. 122). A ligação foi mantida mas deixava de ser usada, pois passava a comunicar com a última sala da galeria de exposições temporárias do museu.
Em Novembro de 1938, durante as obras de limpeza e restauro da igreja, o director do MNAA manda deslocar o retábulo de talha barroca setecentista da Capela do Santo Cristo da Fala, por desconfiar que estivesse a tapar um mais antigo e encontra-se, de facto, o altar primitivo, do séc. XVI, de pedra e cal, revestido a azulejo de padrão, com motivos vegetalistas, imitando adamascados (BMNAA, I, 2, 1939, p. 55). O altar é recuperado, sendo o barroco transferido para a Igreja Matriz do Torrão, em Alcácer do Sal (SIPA, Mosteiro de Santo Alberto..., IPA.00003153 http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=3153).
A Igreja das Albertas vem a ser inserida no circuito museológico em 1942, procedendo-se à "substituição das peças móveis por outras de mais valor", da coleção de alfaias religiosas (BMNAA, II, 8, 1943, p. 191). Acedia-se à igreja por uma escada com corrimão e balaustrada de pau-santo (BMNAA, IV, 1, 1959, p. 5) na parede poente da sala anexa, hoje conhecida por "ante-Capela", que ocupou o espaço do antigo vestíbulo da igreja e da portaria conventual. Aqui expõe-se, num primeiro momento, ourivesaria (onde figura, por exemplo, a Custódia de Belém) e, mais tarde, a coleção de paramentaria, frontais de altar e mobiliário litúrgico (Museografias..., 2008, p. [5]).
Entre 1963 e 1965, a Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais intervém na consolidação do telhado da Capela das Albertas, "que parcialmente flectia e comprometia a segurança da cobertura" e procede à eletrificação do espaço (BMNAA, V, 2, 1966, p. 72).
Durante as obras de adaptação do edifício anexo ao MNAA a núcleo da XVIIª Exposição Europeia de Arte, Ciência e Cultura do Conselho da Europa (projecto de João de Almeida, Pedro Ferreira Pinto e Pedro Emauz da Silva), entre 1982 e 1983, a "ante-Capela" sofre alterações estruturais. Devido à redução do pé-direito do piso térreo do edifício, para construção do piso intermédio, o tecto da sala é rebaixado e, por isso, tapa-se daquele lado a grade do coro-alto e o acesso à igreja, pelo topo poente, é fechado, eliminando-se a escada de madeira, passando a ser feito por uma abertura na parede sul, descendo uma escada metálica paralela à parede poente que, posteriormente, na campanha de obras de 1992-1994, é colocada paralela à parede sul, como ainda hoje se encontra.
Em 2007, devido ao seu estado de degradação, a Capela das Albertas é encerrada ao público, por questões de segurança (RTP/Notícias, 2007, http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=160262&tm=&layout=121&visual=49). A recuperação da cobertura chegou a ter orçamento em 2004 (ADEPOF-DGPC, MNAA, Cobertura da Capela das Albertas, cap. Obras de construção civil, 2006), mas não foi concretizada. Sendo a capela o único corpo do complexo do MNAA "com apenas um piso, preservando a cota da cobertura original" (DGPC, http://www.patrimoniocultural.pt/static/data/docs/2014/01/13/tftec_MNAA_Recuperacao_cobertura_Capela_das_Albertas_DEZ13.pdf), encontra-se "encravada" entre os restantes corpos, de cota superior, facto que faz com que receba a descarga de águas pluviais daqueles. As infiltrações daí resultantes têm degradado o telhado e a decoração interior. Em 2013 procedeu-se à recuperação do telhado e da fachada da Capela das Albertas (DGPC, Idem), trabalhos que permitirão uma intervenção de conservação e restauro do seu interior, com vista à sua reabertura ao público.
Evolução urbanaO Convento de Santo Alberto situava-se sensivelmente no local onde hoje se encontra o edifício do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA) conhecido por "Anexo", que integrou a igreja conventual. O convento era delimitado pela actual Rua das Janelas Verdes (antiga Rua Direita da Pampulha) a norte, pelo Palácio dos Condes de Alvor (onde se instala o MNAA) a nascente, pela Rocha do Conde de Óbidos a sul e a poente pela cerca conventual, hoje transformada no Jardim 9 de Abril.
Sítio de vilegiatura, a caminho de Belém e via de circulação extra-muros de Lisboa, a zona de Santos, onde o rei D. Manuel I tinha um paço, despertara o interesse das Ordens Religiosas, que, a partir do século XVI, ali fizeram construir os seus novos conventos (PEREIRA, 1993, p. 23). O Convento das Albertas foi erguido sobre umas casas com vista para o Tejo, que "nam eram grandes [mas] tinham um quintal em que o convento se podia de algum modo estender" (História dos Mosteiros..., II, 1972, p. 376). O terreno pertencia às Comendadeiras de Santiago, que haviam habitado o Convento de Santos-o-Velho, e as casas foram compradas em 1584 pelo Provincial da Ordem e por frei Ambrósio Mariano, prior dos Carmelitas Descalços de São Filipe, cujo convento se situava naquela zona (ver LxConv. 008).
Durante o século XVII as freiras de Santo Alberto compram umas casas contíguas ao convento "por estarem com grande aperto e limitação [e] falta de officinas" (ANTT, Cartórios dos Conventos, Convento de Santo Alberto, Cx. 1, pt. 8). No final da década de 1660, obrigam-se, por escritura, a ceder a sua serventia para acesso às tercenas vizinhas (ANTT, Idem, Cx. 1, pt. 32), mas pedem ao rei D. Afonso VI que obrigue os donos daquelas a alargarem-na por sua conta. Em contrapartida, as religiosas conservavam-na calçada de pedra (ANTT, Idem, Cx. 2, pt. 23). Por volta de 1698 é erguido, em terreno contíguo ao Convento de Santo Alberto, o Palácio dos Condes de Alvor, confinando a poente com a igreja daquele, que lhe servia de capela (MATOS, 1989).
Até cerca de 1850, o Tejo chegava aos jardins do Palácio do Marquês de Abrantes, o antigo paço de D. Manuel I. O projecto de regularização da margem do rio, que o Marquês de Pombal encomendara a Carlos Mardel, vem a ser concretizado pelo engenheiro Vitorino Damásio, com a construção do aterro, a zona ganha ao Tejo, com os destroços do terramoto de 1755, "alterando definitivamente a margem urbana e topográfica da zona" (PEREIRA, 1993, p. 26).
Em 1875, a Comissão de obras e melhoramentos municipais propõe à Câmara Municipal de Lisboa (CML) pedir ao Governo a cedência da cerca do Convento das Albertas, para se abrir uma nova rua de ligação da Rua Direita das Janelas Verdes (atual Rua das Janelas Verdes) com o aterro (AML, Parecer nº 37 da Comissão de obras e melhoramentos municipais, 12 de Abril de 1875). No final de 1880, é a própria vereação da Câmara que propõe a expropriação de parte da cerca conventual para alargamento do corredor entre a Rua Direita de São Francisco de Paula (actual Rua Presidente Arriaga) e a Rocha do Conde de Óbidos (AML, Proposta nº 851 da Câmara Municipal de Lisboa, 22 de Novembro de 1880), o que vem a acontecer logo no início do ano seguinte (AML, Parecer nº 851 da Comissão de Obras Públicas, 21 de Janeiro de 1881).
Em 1887, a Comissão das Obras Públicas emite um parecer sobre um projecto de construção de uma escadaria de comunicação entre a Rua 24 de Julho (actual Avenida 24 de Julho) e a Rua de São Francisco de Paula, através da Rocha do Conde de Óbidos, cortando uma faixa de terreno no extremo poente da cerca do convento (AML, Parecer n.º 93 da Comissão de Obras Públicas, 14 de Março de 1887).
A cerca conventual confinava a nascente com o edifício do convento, a sul "com casas edificadas juntas ao aterro pertencentes a diversos", a poente "com a rua que dá serventia para as escadas da Rocha do Conde de Óbidos" (ANTT, Inventário de extinção do Convento de Santo Alberto, http://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=4224425, f. 0404-0406) e a norte com a Rua de São Francisco de Paula, para a qual tinha um portão e davam "diversas casas de habitação e respetivas lojas", "uma delas encravada no muro" da cerca, ocupadas por criados do Convento ou arrendadas (ANTT, Idem, f. 0404-0406). Casas estas que, no final do séc. XIX, se encontravam "em péssimo estado, dando pouco conforto aos seus habitantes" (ANTT, Idem, f. 0603). Para além da cerca "principal", a poente, rodeava o convento, a nascente, o antigo Palácio dos Condes de Alvor, agora designado Palácio do Marquês de Pombal, um quintal e, a sul, a cerca "chamada da clausura" ou "quintalão", sustentada por alto muro, com um grande contraforte no ângulo sudoeste, sobre a Rocha do Conde de Óbidos. Isolada na cerca, encontrava-se uma pequena capela dedicada a São João Batista, apeada aquando da transformação da cerca em jardim público.
A 21 de Maio de 1890, após a extinção do convento por morte da última freira, o visconde de Reboredo e os fregueses de Santos-o-Velho transmitem ao Ministro de Estado e dos Negócios da Fazenda uma proposta para se usar a cerca do antigo convento para logradouro público (LIMA, 1952, p. 11) e a 31 do mesmo mês, a Administração do 4º Bairro de Lisboa demonstra vontade de usar para logradouro "toda a parte do terreno occupado pelo extinto convento excepto parte do edifício" (ANTT, Inventário de extinção do Convento de Santo Alberto, http://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=4224425, f. 0670-0672). A 30 de Agosto, em sessão da Comissão Administrativa do município de Lisboa, o vereador Simões de Almeida lê um requerimento da viscondessa de Reboredo e de outros moradores das freguesias de Santos-o-Velho e da Lapa pedindo para que a Comissão insista junto do governo para que este ceda a cerca do extinto convento para a "transformar em jardim e logradouro público". O presidente reforça esta intenção pois "é um dos mais belos pontos de vista que a cidade tem, e nenhum mais próprio e em melhores condições para se gozar o esplendido panorama do Tejo. O ministério de instrução pública ficaria com o edifício" (Actas da Comissão Administrativa..., 1890, pp. 349-350. 2 de Setembro de 1890, a Comissão Administrativa dirige-se ao Governo Civil para que consiga, junto do Ministério da Fazenda, a cedência da cerca do convento para "alameda e jardim de logradouro público", com base no pedido de mais de cinquenta paroquianos de Santos e da Lapa, porque a zona compreendia "duas freguesias das mais importantes já pela densidade da população já pela actividade da vida comercial e industrial que em tão alto grau se acham desenvolvidas naquele importante bairro" (ANTT, Inventário de extinção do Convento de Santo Alberto, http://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=4224425, f. 0368). Menos de uma semana depois, a Direção Geral dos Próprios Nacionais determina que o logradouro público deverá ser "devidamente decorado e ajardinado" (ANTT, Idem, f. 0674).
Em Julho de 1894, Pedro Romano Folque, engenheiro-chefe da Direção de Edifícios Públicos e Fornecimento de Materiais (EPFM), entidade tutelada pelo Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria, que superintendia as obras nos edifícios públicos, propõe a demolição de um troço do muro que vedava a cerca do extinto Convento de Santo Alberto, do lado da Rua das Janelas Verdes, e que já estava muito arruinado na parte superior. Tinha em vista a melhoria do arejamento e do aspeto da rua. Quanto ao muro do lado do rio, junto à escadaria da Rocha do Conde de Óbidos, propunha o seu arranjo, "até à altura conveniente" (ANTT, Ministério das Obras Públicas, mç. 1290-1, proc. 15). Após a demolição parcial do muro, o chefe da 5ª Secção de Construção da Direcção Especial de Edifícios Públicos e Faróis (DEEPF), dependente da DPFM, propõe a Folque a sua demolição completa, transformando a antiga cerca num jardim que "poderia ser simplesmente a cerca ou a ligação desta com o actual jardim do Muzeu [Nacional] de Bellas Artes o que seria um melhoramento importantíssimo para a cidade", visto o Museu estar instalado no antigo Palácio dos Condes de Alvor, contíguo ao edifício do Convento (ANTT, Idem, mç. 1290-1, proc. 15, doc. 48).
Entretanto, Pedro Romano Folque propõe à DEEPF que a cerca do convento seja entregue ao cuidado da CML para servir de jardim público e miradouro, de onde se disfrute o porto e o movimento fluvial do Tejo e onde se realizem concertos noturnos, ao ar livre (ANTT, Idem, mç. 1290-1, proc. 15). Apresentada a proposta, a CML compromete-se a assegurar os encargos da construção e conservação do projetado jardim: terraplanagens, demolições, construção de um novo muro de vedação, colocação de escadas e grades de ferro (ANTT, Idem, mç. 1290-1, proc. 15, ofício nº 2201). Folque não deixa de insistir para que os trabalhos se realizem "aproveitando-se quanto possível o existente" (ANTT, Idem, mç. 1290-1, proc. 15, ofício nº 487). Em agosto de 1894, o Ministério das Obras Públicas e a CML assinam um contrato provisório pelo qual o primeiro cede à segunda a posse da cerca, no dia imediato à conclusão das obras em curso, ficando o posterior ajardinamento a cargo da Câmara (ANTT, Idem, mç. 1290-1, proc. 15). A pedra decorrente das demolições é vendida para as obras do Colégio da Visitação de Santa Maria, em Belém, da Igreja de Nossa Senhora das Dores, do Convento do Desagravo do Santíssimo Sacramento, no Campo de Santa Clara, do Asilo Maria Pia, em Xabregas, do Hospital de Arroios e do Liceu de Lisboa, futuro Liceu Passos Manuel (ANTT, idem, mç. 1290-1, proc. 15).
Em Dezembro, a CML procede à demolição de uns casebres junto à Igreja das Albertas, "para que a disposição do jardim que ali se vae estabelecer possa ficar em um só plano", pois "pela redução de um dos dois planos de terreno, se evita para a Câmara o custo importante de uma grade no muro de suporte que os divide, e a pedra proveniente da demolição dele, servirá para altear o muro exterior até ao nivel proposto [. Assim] o jardim, com um suave declive e desaffrontado d'aqueles casebres informes e desalinhados, seria [...] um dos mais bellos ornamentos da cidade, pelas explendidas vistas sobre as docas, o rio e a outra margem do Tejo" (ANTT, Idem, mç. 1290-1, proc. 15).
Em 1896, o Ministério das Obras Públicas avança com um projecto para dar utilidade pública ao edifício do convento, agora desocupado, tirando partido da sua localização. O "vasto edifício do estado" incluiria o Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), mantido no Palácio Alvor, a Igreja das Albertas, "conservada como museu religioso", e o convento "transformado em Academia de Belas Artes" (cit. em BMNAA, II, I, 1950, p. 12). Nas faces do Jardim das Albertas e do rio alargar-se-ia a construção "segundo linhas evidentemente definidas em face do existente" para grandes salas de aulas e festas solenes ou galerias de exposição. A fachada das Janelas Verdes seguiria a do Palácio e para sul, conquistar-se-ia o espaço ocupado pelo depósito de material dos Correios e Telégrafos. Previa-se arcarias envidraçadas para as faces poente e sul do andar nobre e no térreo outras, abertas e de livre acesso, para "abrigo e logradouro publico em local de tão explendida e aprasivel vista". Estudar-se-ia também o levantamento de uma torre decorada e com uma ou mais varandas sucessivas "para disfrute do panorama do Tejo", onde, «tão alto quanto possível», se colocasse um grande relógio de quatro mostradores que, iluminados à noite, "prestassem serviço para terra e rio" (Cartório das Obras Públicas, livro 275, f. 1, cópia, Biblioteca do MNAA). A convite do director do MNBA, o arquiteto Rosendo Carvalheira é incumbido de proceder ao estudo do projeto, mas o mesmo não viria a ser concretizado.
O "Levantamento da Planta de Lisboa", de Silva Pinto, terminado em 1911, mostra-nos a antiga cerca conventual já transformada em jardim público e o edifício do convento, aparentemente, intacto. Já a "Planta da Egreja das Albertas e do terreno entre o Jardim da Rocha do Conde d'Óbidos e o jardim do Museu" (SIPA, Mosteiro das Albertas..., DES.00030974, http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPAArchives.aspx?id=092910cf-8eaa-4aa2-96d9-994cc361eaf1&nipa=IPA.00003153), não datada, mas provavelmente da mesma década, apresenta o convento sem o claustro e os compartimentos a poente da portaria, mas mantendo esta e a cisterna, estando as paredes norte e poente regularizadas. Servindo de armazém ao MNBA e depois ao Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), seu sucessor a partir de 1911, o edifício degrada-se, entra em avançado estado de ruína e parece estar completamente demolido até 1918 (CABELLO, 1992).
Entretanto, no local do antigo convento previra-se a construção de um anexo para ampliação do MNAA. O primeiro projeto, de 8 de junho de 1915, é da autoria do arquiteto Adães Bermudes (SIPA, Mosteiro de Santo Alberto..., IPA.00003153, http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=3153). Nesse ano abrem-se fundações (CABELLO, 1992), mas as obras virão a ser suspensas no ano seguinte. Em Abril de 1918 Bermudes realiza um segundo projeto (SIPA, Idem,), pressupondo a demolição da igreja do convento (BMNAA, II, 1, 1950, p. 13), facto que ia em sentido contrário ao que defendia José de Figueiredo, diretor do MNAA. As obras começam ainda em 1918 mas são interrompidas dois anos depois e o projeto também não se concretiza (SIPA, Mosteiro das Albertas..., IPA.00003153, http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=3153). Dos dois projetos construíram-se as paredes da cave e a placa de cimento armado que serviria de pavimento ao andar térreo do edifício (BMNAA, I, 2, 1939, p. 45). Logo em 1920, José de Figueiredo solicita ao arquiteto José Luís Monteiro um novo estudo para os alçados do novo edifício do MNAA. A igreja, que é salva da demolição, é integrada no projeto mas também este não é concretizado.
Em Abril de 1935, o engenheiro Duarte Pacheco, Ministro das Obras Públicas e Comunicações, determina a criação de uma zona de isolamento do MNAA (Caminhos do Património, 1999, p. 58), que é tida em conta no novo projeto para o edifício anexo ao MNAA, em elaboração, pelo arquiteto Guilherme Rebelo de Andrade. Deste modo, o projeto, apresentado naquele ano, incluiu um novo arranjo do jardim do Museu e do Jardim 9 de Abril (nome dado ao Jardim da Rocha do Conde de Óbidos em 1925), ligados através de um portão; uma nova escadaria de ligação do segundo à Avenida 24 de Julho, com um ascensor interior, que viria substituir a escadaria oitocentista, sensivelmente no mesmo local, para nascente; o nivelamento do muro que limita ambos os jardins a sul, desde a escadaria até aos edifícios a nascente do actual Laboratório José de Figueiredo (incluído no projecto) e, ao longo daquele, depois de demolidos os edifícios da Avenida 24 de Julho, uma estrada e passeio em rampa, ligando a Avenida à Rua das Janelas Verdes, através da actual Travessa José António Pereira.
Sensivelmente no espaço antes ocupado pelo Convento de Santo Alberto, e aproveitando o que fora edificado dos projetos anteriores, é construído, entre 1937 e 1939, o edifício anexo ao MNAA, que incorpora a igreja das Albertas. No entanto, a intervenção urbanística proposta por Duarte Pacheco não será concretizada.
Caracterização arquitectónicaO Convento de Santo Alberto era uma construção simples e desornamentada(website do MNAA), à imagem das disposições de Santa Teresa de Ávila, reformadora da Ordem dos Carmelitas (O Museu Nacional de Arte Antiga, 1994, p. 21). Igreja, celas, coro e oficinas, tudo era de pequenas dimensões (LIMA, 1952, p. 6). O interior, dividido em mesquinhas cellas [e] pequenas salas, e os pavimentos em diversos niveis, é um verdadeiro labyrintho (A Reforma do Carmo e a Egreja e Convento das Albertas, 1891, p. 2). Cada cela tinha apenas a larguesa bastante pera dar lugar a hum limitado leyto e a huma pequena mesa pera [se] poder escrever (História dos Mosteiros..., II, 1972, p. 381).
Actualmente, do antigo convento parece restar apenas a igreja (conhecida por Capela das Albertas), entre os dois edifícios do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA): o antigo Palácio dos Condes de Alvor e o novo edifício do final da década de 1930, que integrou a igreja conventual. Exteriormente, esta tem corpo rectangular simples, com cobertura homogénea, em telhado de duas águas, a fachada despojada, rebocada e pintada de bege, percorrida por uma faixa de cantaria de calcário. A entrada é lateral, como quaze todos os mosteiros de religiosas (PEREIRA, 1927, p. 249), com um portal proto-barroco, de verga reta e moldura dupla, encimado por friso almofadado em calcário vermelho, com a inscrição ESTE CONVENTO DE S ALBERTO HE DAS FREIRAS DESCALÇAS DE N. S. DO CARMO. O frontão é interrompido por tabela, contendo o escudo da Ordem das Carmelitas Descalças, e encimado por frontão triangular, com cruz latina e pináculos piramidais no vértice (SIPA, Mosteiro de Santo Alberto..., IPA.00003153, http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=3153). O escudo é mantelado, com a cruz a dominar o campo heráldico, carregado de estrelas em roquete, encimado por coroa aberta (LIMA, 1952, p. 6). Na parte superior da fachada, encontram-se três janelas retilíneas modernas, com moldura simples de cantaria e malheiro de ferro forjado (SIPA, Mosteiro de Santo Alberto..., IPA.00003153, http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=3153). Em 1839, ladeavam o portal da igreja a entrada da portaria, a poente, flanqueada por duas janelas quadrangulares, desencontradas, e a nascente uma pequena janela rectilínea, pertencente ao antigo coro-baixo, mais tarde, bastante alterado e transformado em sacristia (PEREIRA, 1927, gravura em extratexto). O aspeto da frontaria manteve-se desta forma, pelo menos, até 1874, tendo em conta a descrição feita, em data desconhecida, pela Irmã Maria Teresa dos Anjos, entrada no convento naquele ano (SIPA, Idem).
Hoje em dia, acede-se à igreja apenas do interior, através da sala do MNAA chamada ante-Capela, descendo um lanço de escadas metálicas e transpondo o arco abatido que a separa da igreja e que originalmente separava esta do coro-alto, ao nível do piso superior. Ao nível do inferior, a ante-Capela ocupa, sensivelmente, o local da antiga portaria conventual e de um pequeno vestíbulo (2,90m × 6,65m), que antecedia a igreja e tinha as paredes forradas de azulejo, com temas da Sagrada Escritura. No interior do coro-alto, a ladear a grade de comunicação com a igreja, existiam dois retábulos, em talha dourada, com colunas torsas, um dedicado à Virgem e o outro a Deus Pai. Ao centro, sobre a grade, um Crucificado (Idem). Na parede sul do coro-alto havia três telas, representando os Esponsórios da Virgem, a Ressurreição e a Apresentação de Maria, e, no lado oposto, São Gregório. Aqui encontrava-se também um pequeno órgão e a capela do recolhimento, demolida em 1912 (AFMNAA, gav. 12, 4.1.3.3, nº 70). A grade do coro-alto foi colocada em 1938, durante a adaptação da igreja a espaço museológico do novo edifício do MNAA que integrou a igreja. Aliás, foi por ideia de Rebelo de Andrade, autor do projecto, que a bela moldura de talha, antes guardada nas arrecadações [...] coube de maneira milagrosa no vão existente (BMNAA, IV, 1, 1959, p. 5). Actualmente a grade é apenas vista do lado da igreja. Rodeiam-na três painéis pintados: Santo Elias ou Santo Alberto (à esquerda), Santa Teresa d'Ávila (à direita) e um êxtase da Santa (ao centro). Acima da cimalha, outro painel representa a Fuga para o Egipto.
A igreja é pequena (24,79m × 7,75m), de planta longitudinal, com uma só nave, capela-mor e duas capelas laterais profundas (na parede sul), a Capela de Santo Cristo da Fala e a Capela de Santa Teresa, de dimensões aproximadas (3,20m × 3,20m e 3,21m × 3,40m, respetivamente). Contém azulejos do final do séc. XVI (os originais da Capela do Santo Cristo) ao séc. XVIII. A talha dourada abarca as mesmas épocas, sendo a mais antiga e simples a da Capela de Santo Cristo e a mais recente a da capela-mor. No segundo quartel do séc. XIX, a igreja podia acomodar mais de 300 fiéis e contava com seis altares: a capela-mor, com a imagem de Nossa Senhora do Carmo e, em nichos laterais, dos santos fundadores, duas capelas fronteiras com retábulos chigados á frente (São José e Nossa Senhora do Carmo), do lado da Epístola duas capellas em fundo (Santa Teresa e Santo Cristo) e um quadro moderno de Santa Filomena serve de altar (PEREIRA, 1927, pp. 249-250).
A cobertura da nave é em madeira, em forma de masseira, dividida em tabelas e pintada a branco, com filetes e flores douradas. As paredes são revestidas, a meia altura, por azulejo historiado, azul e branco, formando painéis, com cenas alusivas à vida de Cristo e de Santa Teresa. O plano superior é revestido a talha dourada barroca, de estilo joanino, formando apainelados de acantos. Na parede sul, duas janelas falsas, pintadas em azulejo, contrapõem-se às duas janelas verdadeiras na parede norte. Ao contrário, na parede sul, após o arco abatido, a porta que dava acesso ao Convento (atualmente fechada) tem a sua correspondente pintada em azulejo, em frente, na parede norte. Nesta parede encontramos também o púlpito, com escada de cantaria, balcão de madeira e sobre-céu de talha dourada. Entre o púlpito e a porta falsa, encontramos a estrutura de madeira que precede a entrada lateral da igreja. No pavimento da nave, de ladrilhos cerâmicos, estão incrustadas lápides funerárias, armoriadas e com legendas, encontradas quando das obras de restauro da igreja, em 1938, ao levantar-se o antigo pavimento, que estava apodrecido (BMNAA, IV, 1, 1959, p. 5).
A Capela de Santo Cristo da Fala Capela tem teia de mogno, pavimento de cantaria e é revestida a azulejos de brutesco, de c. 1670, da autoria de Gabriel del Barco. Os azulejos rodeiam uma pequena cartela com símbolos do martírio de Cristo e duas janelas que comunicavam com a zona conventual, uma delas com grade de bicos. A cobertura é em falsa abóbada de arestas, interrompida por um lanternim, rebocada e pintada de verde, tendo nos panos cartelas de estuque com símbolos do martírio de Cristo, como o Sudário de Verónica e a bandeira com as iniciais S.P.Q.R. O retábulo maneirista, de talha dourada, é do final do séc. XVI, tendo ao fundo o painel Panorama de Jerusalém com Passos da Paixão de Cristo, atribuível a Bento Coelho da Silveira. O frontal de altar, de azulejo polícromo, imitando adamascados, é datável de 1580 e exemplar único em Portugal, tendo sido descoberto em 1938 sob um frontal barrico. Na parede do lado do Evangelho existe uma lápide com moldura em cantaria de calcário vermelhão e com a inscrição: "ESTA CAPELLA HE DO PADRE DIOGVO FERNANDEZ CAPELLAO CANTOR DEL REI NOSSO SENHOR A QVAL ELLE MANDOV FAZER A SVA CVSTA TEM MISSA QVOTIDIANA POR SVA ALMA E DE SEVS DEFVNTOS DEIXOV PARA ESTA OBRIGAÇAO SESENTA MIL REIS DE RENDA EM OVRO E CASAS NESTA CIDADE E AS RELIGIOSAS DESTA SANTA CASA POR ADMINISTRADORAS 1597 FALESEO 22 DE IVLHO ANNO 16??" (data tapada pela moldura) (SIPA, Mosteiro de Santo Alberto..., IPA.00003153, http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=3153; HENRIQUES, 2003, p. 162; O Museu Nacional de Arte Antiga, 1994, p. 22).
A Capela de Santa Teresa é revestida a azulejo. No silhar, de azulejo azul e branco, historiado, com alegorias religiosas, e nos alçados, de azulejos de tapete polícromos (amarelos, laranjas e verdes), de c. 1600, com padrão de maçaroca, que rodeiam duas janelas comunicantes com o convento, estando uma delas entaipada e forrada com azulejo branco. Entre o silhar e a zona superior corre uma faixa de talha, decorada com acantos dispostos simetricamente. A cobertura, em abóbada com lanterneta no fecho, possui as iniciais JMJT (Jesus, Maria, José e Teresa) e símbolos de Santa Teresa: a açucena, os livros e tinteiro, corações inflamados e uma estrela. O retábulo é de talha dourada, com decoração de acantos. O nicho é rematado por uma pintura de Santa Teresa com a Virgem. O altar, de madeiras embutidas, tem ao centro a pedra de armas do seu instituidor (SIPA, Mosteiro de Santo Alberto..., IPA.00003153, http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=3153). Em 1891, as paredes laterais da capela ainda se achavam revestidas com 11 quadros pintados a óleo, representando cenas da vida da Santa (ANTT, Inventário de extinção do Convento de Santo Alberto, http://digitarq.dgarq.gov.pt/details?id=4224425, f. 0600).
Da nave da igreja, passando uma teia de madeira acede-se à capela-mor, onde se encontram duas capelas retabulares laterais, de talha dourada, com motivos fitomórficos, dedicadas a Nossa Senhora do Carmo e a São José (SIPA, Mosteiro de Santo Alberto..., IPA.00003153, http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=3153). O arco triunfal, também de talha dourada, de volta perfeita, assenta em pilastras, possuindo no fecho as armas das Carmelitas. A capela-mor tem, tal como a nave, cobertura de madeira em masseira, com caixotões pintados com cartelas recortadas por acantos, onde se inscrevem elementos eucarísticos. Sobre supedâneo de cantaria de calcário liós branco e rosa, com escadas centrais, o retábulo-mor, de talha dourada joanina, tem no tímpano as armas da Ordem. Aqui existia «um dos melhores quadros de Pedro Alexandrino, o qual representa A Virgem, querubins e anjos» (ANTT, Inventário de extinção do Convento de Santo Alberto, http://digitarq.dgarq.gov.pt/details?id=4224425, f. 0601). Ao centro, encontra-se a tribuna em arco de volta perfeita, contendo o trono com baldaquino, para exposição do Santíssimo, surgindo nos nichos laterais as imagens de Santa Teresa (à esquerda) e Santo Alberto (à direita). A estrutura é flanqueada por talha dourada, onde se enquadram as portas de acesso à tribuna. Por 8 degraus de calcário lioz branco e cor-de-rosa, acede-se ao altar-mor, em cantaria branca, vermelha e azul. Nas ilhargas, azulejos historiados representam a "Última Ceia", na parede sul, e a "Multiplicação dos Pães", no lado oposto. Na parede sul encontra-se o comungatório, a janela gradeada por onde as carmelitas recebiam a comunhão. Na parede norte situava-se uma janela, para a Rua das Janelas Verdes, que tinha abaixo um quadro a óleo representando Cristo no Caminho do Golgota (ANTT, Idem, f. 0601). Uma pequena escada à esquerda do patamar do altar-mor, dá acesso à Sacristia, que é de tal forma que não ha segunda deste projecto, porque é debaixo da capella mór, tendo escadas que decem aos lados (PEREIRA 1927, p. 251). O teto é em madeira pintada, o pavimento semelhante ao da nave da igreja e as paredes revestidas a azulejo de figura avulsa e de padrão, no rodapé.
Da antiga portaria acedia-se também ao edifício do Convento, que contava com dois pisos. O inferior com cozinha, refeitório, arrecadações, um claustro com arcos de cantaria (cinco tramos por quadra) e fechado em abóbada e um pátio com cisterna e outros dois interiores. O piso superior constava de três dormitórios, com 21 celas no total: um principal, virado a sul, com 12 celas e dois pequenos. No centro a Capela dos Anjos, toda de talha dourada e colunas torsas, com o tecto e paredes com anjos pintados, tendo as imagens de Nossa Senhora [...] e um São Miguel (SIPA, Mosteiro de Santo Alberto..., IPA.00003153, http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=3153). Havia ainda uma casa de recriação, com janelas para o claustro, e dois coros, um com grade contígua à capela-mor da igreja, de ferragem pontiaguda (ainda hoje visível, à esquerda do altar) e outro no fundo da Igreja por cima da casa da portaria (ANTT, Inventário de extinção do Convento de Santo Alberto, http://digitarq.dgarq.gov.pt/details?id=4224425, f. 0164). O vão deste último é ainda visível, do lado da igreja, com uma grade não original, mas o coro e a portaria já não existem. No topo da escada existia um grande oratório, protegido por vidraça, com um relicário de talha dourada (SIPA, Mosteiro de Santo Alberto..., IPA.00003153, http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=3153). O espaço conventual contava ainda com uma pequena livraria, várias capelas e altares (O Museu Nacional de Arte Antiga, 1994, p. 22). A fachada sul do convento tinha no extremo poente uma entrada de 3,75m para a cerca. No andar térreo daquela havia 9 portas e 3 frestas, no primeiro pavimento 13 janelas e no segundo 14.
Na cerca conventual existia uma pequena capela dedicada a São João Batista. «Isolada no terreno», media 7m × 5,20m. Segundo uma descrição de 1894 (ANTT, Ministério das Obras Públicas, mç. 1290-1, proc. 15), as paredes exteriores não eram rebocadas e na frente (virada a sul) tinha um alpendre de madeira assente em colunas de pedra. No interior, havia um silhar de azulejos «formando paisagem e marinha». O chão era de tijolo e as paredes e o teto, em abóbada, forrados com conchas, pedras e fragmentos de louça, formando mosaicos#, entre os quais se encontravam pratos, pires, tigelas, «que se julga serem do Japão», a maior parte, àquela data, já desaparecidos.
Inventário de extinçãoANTT, Ministério das Finanças, Convento de Santo Alberto de Lisboa, Cx. 1986
http://digitarq.dgarq.gov.pt/details?id=4224425
No âmbito da Reforma Geral Eclesiástica, empreendida pelo Ministro e Secretário de Estado Joaquim António de Aguiar e executada pela Comissão da Reforma Geral do Clero, pelo Decreto de 28 de Maio de 1834 (publicado a 30 de Maio), foram extintos todos os conventos, mosteiros, colégios, hospícios e casas masculinas de todas as ordens religiosas, sendo os seus bens incorporados na Fazenda Nacional. As casas femininas ficaram sujeitas aos respetivos bispos, até à morte da última freira, data em que se daria a sua extinção e consequente entrega dos bens ao Estado (ANTT, Processos de extinção das casas religiosas femininas em Portugal).
O processo relativo à extinção do Convento de Santo Alberto conta com 683 fólios digitalizados (incluindo uma planta), com documentos de 1856 a 1912.
Entre Fevereiro e Março de 1859 é realizado o primeiro inventário dos bens da comunidade de Santo Alberto, pelo padre João Santos da Matta, Pároco da Freguesia de Santos-o-Velho (f. 0140-0197). O Ministério da Fazenda toma posse do edifício e dos seus bens e ordena o arrendamento da cerca e das casas habitáveis anexas (f. 0328-0333). Este inventário contém a descrição e avaliação do convento e cerca (avaliados em 5:480$00 - f. 0163-0166), notícia sobre a formação do convento (f. 0165-0169), descrição e avaliação dos prazos (f. 0167-0170), descrição dos títulos de Crédito Público e das escrituras de empréstimos feitas com fundos do convento (f. 0171-0183), descrição e avaliação dos objectos preciosos, alfaias, livros e obras impressas (das quais se destacam vidas de santos e crónicas religiosas em castelhano) - f. 0184-0195. Inclui ainda mapas de despesa (1856 - f. 0042), dos bens e rendimentos do convento e das dívidas ativas e passivas (1856 - f. 0044-0049), e do pessoal do mesmo (1859 - f. 0060).
Quando, a 8 de Abril de 1890, morre madre Maria Madalena do Carmo, última religiosa do convento, dá-se a sua extinção, tomando o Estado "posse real e effectiva" do edifício, cerca e casas anexas no dia 22 de Abril (f. 0404-0406). À época da extinção, habitavam o Convento onze "pupilas", que, por ordem do Governo, ficam confinadas a uma parte do edifício (PUJOL e PIMENTA, 2006, p. 21).
O inventário dos bens do Convento de Santo Alberto, realizado em 1890-1891, contém a relação dos diversos títulos e bens imóveis e móveis do convento entregues à Repartição da Fazenda do distrito de Lisboa, como títulos de dívida (f. 0082), padrões de juro reais (f. 0083), um título de acções do Banco de Portugal (f. 0084), tecidos, madeiras, móveis, pratas, livros, quadros e propriedades. Apresenta a descrição e avaliação das imagens (f. 0420-0433), alfaias litúrgicas (f. 0434-0437), ornamentos (tecidos - f. 0438-0460, madeiras - f. 0462-0476), armações (f. 0478-0484), e móveis (0486-0512), o inventário e avaliação dos objectos de prata (0516-0521), a avaliação dos quadros (0566-0596), a descrição e avaliação dos livros impressos (f. 0524-0556) e manuscritos (f. 0556-05629), e a descrição e avaliação do convento (avaliado em 21:098$000 - f. 0604-0606), igreja (avaliada em 30:000$00 - f. 0598-0602), cerca e anexos (avaliados em 25.510$000 - f. 0602-0604), acompanhada de uma planta do convento (f. 0608). Relativamente à cerca os avaliadores consideram que "[...] attendendo ás suas tres frentes - uma para a Rua de Sam Francisco de Paula - outra para a travessa, e a terceira sobre a rocha do Conde d'Obidos, é surprehendente pelo ponto de vista para o Tejo - não podendo ser afrontada por futuras construcções - é susceptivel, indo á praça dividida em lotes, recolher a Fazenda melhor preço do que dou presentemente sendo vendida na totalidade. Tem 5.022 metros quadrados incluindo os casebres descriptos, a Cinco mil reis o metro, prefaz vinte e cinco contos que quenhentos e dez mil réis" (f. 0603-0604)
O processo inclui ainda, autos de avaliação de três domínios diretos das religiosas do convento, na freguesia de Loures (1864 - f. 0094-0138), a relação dos objetos que tinham sido inventariados e que foram pedidos pelas ex-pupilas do convento (1891 - f. 0208-0212), bem como o inventário dos livros que existiam no arquivo do convento (1893/1894) e que perfaziam: o tombo do convento, um livro de recibos e despesas (1681) e um livro do gasto e recibo (1698 - f.0676-0678).
Outros documentos do processo: o Decreto de 24 de Abril de 1890, que revoga o Decreto de 8 de Agosto de 1889 (entrega provisória do extinto Convento de Santo Alberto e cerca ao Ministério do Reino - f. 0306), documentação da Câmara Municipal de Lisboa, da Associação de Nossa Senhora de la Salette, instalada na igreja do Convento de Santo Alberto (f. 0646-0666), requerimentos das ex-pupilas acerca de bens a elas pertencentes (como um órgão do coro da igreja - f. 0246-0261), pedidos de pagamento de dívidas do convento (f. 0220-0244), a relação dos objetos do convento escolhidos pela Academia Real de Belas Artes para o Museu Nacional de Belas Artes (f. 0356-0358), um requerimento do padre Patrício Bernardo Russel, reitor do Colégio Irlandês de Corpo Santo, pedindo a cedência de um altar do convento (1891 - f. 0644), termos de entrega de bens da comunidade a várias entidades, entre outros.
1580 União Ibérica. Filipe II de Espanha é proclamado rei de Portugal. 1581 Frei Ambrósio Mariano funda o Convento de São Filipe, na zona de Santos, o primeiro da Ordem dos Carmelitas Descalços em Portugal. 1584-12-24 Chegam a Lisboa quatro carmelitas do Convento de Ávila, acompanhadas de Frei Ambrósio Mariano e do Provincial da Ordem, Frei Jerónimo Graciano, para formarem a primeira comunidade feminina em Portugal. Fundação do Convento de Santo Alberto. 1585 Frei Graciano traz para Portugal a relíquia de Santa Teresa de Ávila, que é depositada na capela respetiva da igreja do convento. 1585-01 As freiras passam a habitar o convento. 1585-04 Chegam mais quatro religiosas à comunidade de Santo Alberto. 1585-04-25 É eleita prioresa Maria de São José, companheira de Santa Teresa de Ávila. 1597 Fundação da Capela de Santo Cristo da Fala, na igreja do convento. 1608 Na igreja do convento extingue-se a confraria do Glorioso São José e, em seu lugar, institui-se a Capela de Jesus Maria José. 1611-07-12 Morre Vicente Soares de Peleta, fundador da Capela de Santa Teresa, que vem a ser sepultado, juntamente com a mulher, na igreja do convento. 1668-07-31 As freiras de Santo Alberto são obrigadas a dar serventia para as tercenas vizinhas. 1669-01-18 As freiras de Santo Alberto pedem a D. Afonso VI que mande alargar a serventia do convento por conta dos donos das tercenas para as quais aquela dava. c. 1670 Azulejos de Gabriel del Barco para a Capela de Santo Cristo da Fala. c. 1698 Início da construção do Palácio Alvor, contíguo ao Convento de Santo Alberto. 1703 D. Fernando Ruiz, Conde de Sabugal, constrói um gabinete contíguo ao convento, sobre o telhado do qual manda fazer um cano, para que as águas não caiam sobre ele nem para a cerca conventual. 1711 Provável intervenção do arquiteto João Antunes no Convento de Santo Alberto. 1755-11-01 Convento de Santo Alberto sofre graves danos com o terramoto e é temporariamente abandonado pelas freiras. A igreja também é afectada, como se refere no pedido de cordeamento que as religiosas solicitarm à Câmara um ano depois. 1756-04-01 Vistoria da Câmara à igreja, a pedido da prioresa do convento que pretende mandar reconstruir a parede que ruíra com o terramoto. 1833-08-05 Por decreto, são expulsos os noviços e noviças de todos os institutos religiosos e proibida a admissão de novos. O Convento de Santo Alberto continua a receber "pupilas". 1834-05-30 Decreto de extinção das ordens religiosas, que determina o encerramento imediato dos conventos masculinos. 1841 | 1842 As freiras de Santo Alberto pagam multa por não declararem o "prédio" da Rua das Janelas Verdes. 1856 O Convento de Santo Alberto é alvo de alguns consertos. 1859 Estabelecimento da Associação Espiritual de Nossa Senhora de la Salette (AENSS) no Convento de Santo Alberto. 1859-03-02 Primeiro inventário dos bens da comunidade de Santo Alberto. O convento fica na posse do Ministério da Fazenda e a cerca e os anexos são arrendados. 1860-08-16 É aprovada em sessão de câmara autorização para as religiosas poderem mandar tirar semanalmente duas pipas de água do Chafariz das Janelas Verdes, para abastecimento do seu convento. 1861-04-04 Lei sancionando o decreto das cortes gerais de 28 de Março de 1861, que estabelece os termos em que deve proceder-se à desamortização dos bens eclesiásticos. O artº 11º refere que "Todos os bens que, no termo d´esta lei, constituírem propriedade ou dotação de algum convento que for supprimido na conformidade dos canones, serão exclusivamente aplicados á manutenção de outros estabelecimentos de piedade ou instrucção e á sustentação do culto e clero". E que uma lei especial regulará esta aplicação. 1862-05-31 Decreto que regula a execução do artigo 11º da Lei de 4 de Abril de 1861. Inclui as instruções "sobre a administração e rendimento dos conventos de religiosas suprimidos". 1875-04-12 A Comissão de obras e melhoramentos deliberou propôr à Câmara que peça ao governo a cerca do convento para que se possa abrir uma nova rua que ligue a Rua Direita das Janelas Verdes com o aterro. 1880-11-22 A CML pede ao Governo que parte da cerca do convento seja expropriada para alargamento do corredor entre a Rua Direita de São Francisco de Paula e a Rocha do Conde d´Óbidos. 1881-02-05 Aprovado o Parecer nº 851 da Comissão de obras e melhoramentos municipais relativo à expropriação de parte da cerca do convento para que se completarem os melhoramentos projectados para a Rocha do Conde de Óbidos - alargamento do corredor de ligação com a Rua de São Francisco de Paula. Foi aprovado o orçamento da referida obra, no valor de 903$000. 1889-03 A Academia Real de Belas Artes (ARBA) pede ao Governo a cedência do Convento de Santo Alberto para ampliação do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), instalado no Palácio Alvor, contíguo ao convento. 1889-08-08 Decreto mandando que seja entregue ao Ministério do Reino o edifício e cerca do convento para ampliação do Museu de Belas Artes. 1890 | 1891 Novo inventário dos bens do Convento de Santo Alberto, avaliados em 105269$938. 1890-01-20 Madre Maria Madalena do Carmo, última freira do Convento de Santo Alberto, cede parte dele à AENSS, para esta construir ali uma escola. 1890-04-08 Morre Madre Maria Madalena do Carmo e o Convento de Santo Alberto é extinto. Por este motivo a relíquia de Santa Teresa é levada para o Convento dos Olivais. 1890-04-22 O Estado toma posse do Convento de Santo Alberto e dos bens da comunidade. 1890-05-21 Apresentação ao Ministro de Estado e dos Negócios da Fazenda de uma proposta de usar a cerca do Convento de Santo Alberto para logradouro público. 1890-05-31 A Administração do 4.º Bairro de Lisboa propõe usar para logradouro a maior parte do terreno ocupado pelo convento. 1890-09-16 A AENSS requer o convento, com igreja e cerca, por ter ali iniciado a construção de uma escola. 1891-01 O director da ARBA escolhe para o MNBA objetos do espólio do convento. 1891-01-21 A igreja do convento é cedida provisoriamente à autoridade eclesiástica para continuar aberta ao culto. Por deferimento do Ministério dos Negócios Eclesiásticos e da Justiça o cardeal-patriarca de Lisboa pode utilizar as alfaias de culto do convento. 1891-01-23 Decreto concedendo provisoriamente ao Ministério da Instrução Pública e Belas Artes o edifício e cerca do extinto convento para ampliação do Museu de Belas-Artes. As pupilas que viviam no convento são obrigadas a retirar-se 1891-02-09 Entrega das alfaias de culto do convento ao cardeal-patriarca de Lisboa. 1891-02-14 A livraria do convento é entregue à Biblioteca Nacional de Lisboa. 1891-02-16 Um paramento e castiçais do convento são entregues à Irmandade do Patriarca São José, possivelmente da Igreja de Nossa Senhora do Socorro, Lisboa. 1891-03-11 O reitor do Colégio Irlandês do Corpo Santo pede o altar de Nossa Senhora da Conceição existente num dos quartos do convento. 1891-05-02 São entregues às ex-pupilas do convento os seus móveis. A superiora das pupilas reclama a propriedade de um órgão que se encontra no coro-alto da igreja. 1891-05-21 Entrega dos objetos do convento escolhidos pela ARBA. 1891-11 Entrega à AENSS de parte dos móveis do convento e de objectos para o culto da igreja. Os restantes bens do convento são vendidos em hasta pública. 1891-12-03 O Ministério da Fazenda ordena a execução do decreto de 23 de Janeiro. 1892 | 1893 Inventário das Cartas de padrão de juros reais do convento. 1892-02-17 O Convento de Santo Alberto é entregue à ARBAL. 1892-03-26 O antigo rendeiro da cerca do convento retira dali os seus pertences. 1892-06 O edifício é utilizado como depósito de obras da ARBAL e anexos os estão habitados por antigo pessoal do convento. 1892-06-30 O antigo rendeiro da cerca entrega a chave desta à ARBAL. 1894 A cerca do convento é utilizada para cultivo. 1894 | 1899 Demolição do muro da antiga cerca do convento. 1894-07 | 1895 Primeiras obras no convento depois da extinção, a cargo da Direção de Edifícios Públicos e Fornecimento de Materiais (DEPFM): reparações no telhado, limpeza, reparação e pintura do edifício. 1894-08 Projecto para gradeamento e ajardinamento da cerca do convento. 1894-08-09 Por contrato provisório, o Governo cede à CML a posse da cerca após as obras em curso. 1894-10-30 Entrega da Capela de São João Batista, na cerca do convento, à CML. 1894-12 Demolição de casebres junto à igreja do convento. 1896 Primeiro projecto de ampliação do MNBA, por Rosendo Carvalheira; inclui o Convento de Santo Alberto para instalar a ARBA e a igreja para museu religioso. 1898-11 Por ordem do Ministério dos Negócios Eclesiásticos e da Justiça, os objectos do Convento de Santo Alberto sem valor artístico, bibliográfico ou histórico para serem distribuídos pelos museus e arquivos públicos, podem ser distribuídos pela autoridade eclesiástica. 1899-01-23 Decreto de cedência efectiva do Convento de Santo Alberto ao MIP e a sua incorporação no MNBA. 1910-10-05 Implantação da República. A relíquia de Santa Teresa é levada do Convento dos Olivais para Espanha. 1911 | 1918 Demolição do Convento de Santo Alberto, excepto a igreja. 1911-04-20 Lei de Separação da Igreja do Estado. 1911-09-14 Em virtude da Lei de Separação da Igreja do Estado são incorporados bens do Convento de Santo Alberto no Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), que sucede ao MNBA. 1912 Um órgão reclamado desde 1891 é devolvido à superiora das pupilas que habitavam o Convento de Santo Alberto. 1912 Demolição da capela do recolhimento das Albertas, no coro-alto da igreja. 1915-06-08 Primeiro projecto de Adães Bermudes para um anexo ao MNAA, no local do Convento de Santo Alberto. Início das obras. 1916 Paralisação das obras do anexo ao MNAA. 1917 O Governo entrega o Convento de Santo Alberto ao MNAA. 1918 | 1920 Construção do anexo do MNAA até ao pavimento do andar térreo. 1918 Conclusão da demolição do Convento de Santo Alberto. Ali funcionava uma escola de telegrafistas. 1918-04 Novo projecto de Adães Bermudes para o Anexo ao MNAA, pressupondo a demolição da igreja do convento. 1920 Suspensão da construção do anexo; o novo projecto, da autoria de José Luís Monteiro, integra a igreja do Convento de Santo Alberto. 1925-02-14 Por edital, o Jardim das Albertas passa a designar-se Jardim 9 de Abril, em memória da Batalha de La Lys, durante a I Guerra Mundial. 1928 Funciona na Igreja das Albertas uma repartição dos Correios e Telégrafos. 1930 | 1933 Projecto para o anexo ao MNAA, de Guilherme Rebelo de Andrade, inclui a cave do projecto de Adães Bermudes e a Igreja das Albertas. 1935-04 O Ministro das Obras Públicas e Comunicações, Duarte Pacheco, determina para o MNAA um projecto de conjunto que integre o arranjo urbanístico da envolvente. 1935-11 Guilherme Rebelo de Andrade projecta uma nova escadaria de acesso ao Jardim 9 de Abril e a zona de isolamento do MNAA. 1937-09 | 1939-12 Construção do anexo ao MNAA, sobre a cave do projecto de Bermudes. 1938-11 Limpeza e restauro da Igreja das Albertas, custeados pela Academia Nacional de Belas Artes (ANBA). Reparação do telhado. Descoberta de lápides funerárias sob o soalho e do primitivo retábulo da capela de Santo Cristo da Fala. Colocação de uma grade no antigo coro-alto. 1938-12-24 Inauguração de exposição de barristas portugueses dos séculos XVII e XVIII, na Igreja das Albertas e numa sala do anexo ao MNAA, cedidas pelo Museu à ANBA. 1940 Aplicação de azulejos de padrão, do séc. XVII, no frontal de altar da capela-mor da Igreja das Albertas e de azulejos provenientes de vários locais em outros frontais de altar. 1942-09-28 A Igreja das Albertas integra o circuito museológico do MNAA. 1961 Montagem da secção de azulejo do MNAA no Convento da Madre de Deus. Os azulejos depositados no Convento das Trinas transitam para o claustro da Madre de Deus. 1962 Intervenção da DGEMN no convento: obras interiores, reparação dos telhados e arranjo do escoamento das águas pluviais; assentamento de azulejos artísticos e de cofres metálicos para esmolas; picagem e colocação de estuque nos tetos das salas da Confraria e consolidação da balaustrada nascente. 1963 Vinda do painel de azulejos São João Baptista a pregar, do Mosteiro da Batalha. Intervenção da DGEMN no convento: arranjo de uma sala no terceiro piso, anexa ao claustro, abertura de porta para o exterior, levantamento do jardim do claustro e reposição dos canteiros, abertura de roços para escoamento de águas pluviais no claustrim, obras na casa do reitor e instalação da Casa mortuária. 1963 | 1965 Reparação da cobertura e eletrificação da "Capela" (Igreja das Albertas). 1964 Intervenção da DGEMN no convento: reparações diversas e libertação da Sala de D. Manuel para o Museu e acesso a partir da via pública. 1965 Fundação do Museu do Azulejo no Convento da Madre de Deus (inclui a igreja, sacristia e coros), como anexo do MNAA. O Diretor-Geral do Ensino Superior e das Belas Artes coloca a hipótese de abrir o museu ao público, na parte dada como montada. 1965-02 Cerimónia de abertura do MNAA à noite inclui visita guiada à capela. 1967 Santos Simões recomenda a conclusão dos trabalhos de pequenas reparações e acabamentos no convento, antes de proceder à abertura do Museu do Azulejo. 1969 A instalação da obra Pão de Santo António no primeiro piso que dá para a ala este do claustro e de uma oficina de bate-chapa e pintura de automóveis, criada pela Casa Pia, no pátio do Mosteiro obriga a que a entrada do Museu se faça pela igreja. A DGEMN procede à reforma das cantarias dos pináculos em mau estado, à limpeza de algerozes e gárgulas e à consolidação e reparação das coberturas. 1969-02-28 Um sismo provoca alguns danos na igreja, com a queda de vários pináculos 1970 Isolamento da área da obra Pão de Santo António, permitindo o acesso ao museu pelo pátio da antiga portaria. 1970 Obras de conservação nos telhados e paredes da Capela (adjudicadas a Garcia J. Dias). 1971-11-22 O edifício do MNAA é classificado como Imóvel de Interesse Público. 1972 A DGEMN procede a obras na casa do guarda (situada sob a sacristia) e à iluminação do interior da igreja. 1973 Isolamento da capela com lã de vidro (obra adjudicada a Anselmo Costa). 1975 A DGEMN procede à construção de novas coberturas em material incombustível. Já se encontra regularizada a escadaria de acesso ao portal sul, tal como se apresenta hoje. 1976 | 1978 A DGEMN procede à conservação da cobertura sobre a capela-mor e à colocação de grades nas janelas. 1979 | 1980 Intervenção da DGEMN: colocação de uma estrutura que impossibilita o acesso aos telhados pelos alunos do Asilo D. Maria Pia, restauro das coberturas e dos elementos de queda das águas pluviais, tratamento de rebocos e pinturas exteriores e de algumas salas interiores, devido a infiltrações, consolidação da platibanda, reparação do pavimento da igreja, construção de um dreno no claustrim, para evitar infiltrações na Capela de D. Leonor. 1980-03-20 Estabelecimento da Zona Especial de Proteção do MNAA, por despacho do Secretário de Estado da Cultura. 1980-09-26 Pelo Decreto-Lei 404/80, o Museu do Azulejo autonomiza-se do MNAA e passa a Museu Nacional do Azulejo (MNAz), recebendo parte do acervo daquele. 1982 | 1983 A Capela das Albertas é emparedada durante as alterações estruturais na sala que lhe dava acesso, no âmbito das obras de adaptação do edifício anexo ao MNAA a núcleo da «XVIIª Exposição Europeia de Arte, Ciência e Cultura» do Conselho da Europa (projecto de João de Almeida, Pedro Ferreira Pinto e Pedro Emauz da Silva). 1990-04 Reparação da cobertura da Capela das Albertas (obra adjudicada a Lourenço, Simões e Reis, Lda.). 1998-08-10 A portaria 512/98 fixa uma Zona Especial de Proteção Conjunta do MNAA e edifícios classificados na zona envolvente. 2004-09 Orçamento para recuperação da cobertura da Capela das Albertas. 2007 Devido ao seu estado de degradação, a Capela das Albertas é encerrada ao público por questões de segurança. 2007-03-29 Pelo Decreto-Lei 97/2007 o MNAA fica afeto ao Instituto dos Museus e Conservação. 2013 Reparação do telhado e fachada da Capela das Albertas. 2014-02 Pintura da fachada da Capela das Albertas.
Material gráficoCartografiaManuscritoMonografiaElectrónicoPeriódico | Convento de Santo Alberto | Exterior | Fachada norte | Rua das Janelas Verdes. |
| Convento de Santo Alberto | Exterior | Fachada norte | Rua das Janelas Verdes. |
| Convento de Santo Alberto | Exterior | Fachada norte | Rua das Janelas Verdes. |
| Convento de Santo Alberto | Exterior | Fachada norte | Rua das Janelas Verdes. ECML_20150420_002. |
| Convento de Santo Alberto | Exterior | Fachada norte | Museu Nacional de Arte Antiga. ECML_20150430_008. |
| Convento de Santo Alberto | Exterior | Perspectiva da Escadaria José António Marques. ECML_20150427_021. |
| Convento de Santo Alberto | Interior | Capela de Santo Alberto. DPC_20150413_015. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2015
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| Convento de Santo Alberto | Interior | Capela de Santo Alberto | Perspectiva sobre a sala do "Anexo". DPC_20150413_012. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2015
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| Convento de Santo Alberto | Interior | Capela de Santo Alberto | Capela de Santo Cristo da Fala. DPC_20150413_009. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2015. |
| Convento de Santo Alberto | Interior | Capela de Santo Alberto | Capela de Santo Cristo da Fala. DPC_20150413_011. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2015. |
| Convento de Santo Alberto | Interior | Capela de Santo Alberto | Capela de Santa Teresa. DPC_20150413_007. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2015. |
| Convento de Santo Alberto | Interior | Capela de Santo Alberto | Altar de S.José. DPC_20150413_007. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2015. |
| Convento de Santo Alberto | Interior | Capela de Santo Alberto | Púlpito. DPC_20150413_006. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2015. |
| Convento de Santo Alberto | Interior | Capela de Santo Alberto | Porta exterior. DPC_20150413_041. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2015. |
| Convento de Santo Alberto | Interior | Capela de Santo Alberto | Altar-mor, lado da Epístola. DPC_20150413_034. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2015. |
| Convento de Santo Alberto | Interior | Capela de Santo Alberto | Altar-mor, lado da Epístola. DPC_20150413_037. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2015. |
| Convento de Santo Alberto | Interior | Capela de Santo Alberto | Altar-mor, lado da Epístola. DPC_20150413_004. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2015. |
| Convento de Santo Alberto | Interior | Capela de Santo Alberto | Altar-mor | Confessionário. DPC_20150413_031. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2015. |
| Convento de Santo Alberto | Interior | Capela de Santo Alberto | Altar-mor | Confessionário. DPC_20150413_033. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2015. |
| Convento de Santo Alberto | Interior | Capela de Santo Alberto. DPC_20150413_017E. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2015. |
| Convento de Santo Alberto | Interior | Capela de Santo Alberto | Sacristia. DPC_20150413_022. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2015. |
| Convento de Santo Alberto | Interior | Capela de Santo Alberto | Sacristia. DPC_20150413_023. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2015. |
| Convento de Santo Alberto | Interior | Capela de Santo Alberto | Sacristia. DPC_20150413_024. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2015. |
| Convento de Santo Alberto | Interior | Capela de Santo Alberto | Sacristia. DPC_20150413_029. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2015. |
| Convento de Santo Alberto | Interior | Igreja. N29700. © CML | DMC | Arquivo Municipal de Lisboa. |
| Convento de Santo Alberto | Exterior | Fachada do Museu das Janelas Verdes. PT/TT/EPJS/SF/001-001/0059/3017M. © Arquivo Nacional Torre do Tombo. |
| Convento de Santo Alberto | Exterior | Aspecto da construção do novo edifício para o museu das Janelas Verdes.PT/TT/EPJS/SF/001-001/0059/3018M. © Arquivo Nacional Torre do Tombo. |
| Convento de Santo Alberto | Exterior | Aspecto da construção do novo edifício para o museu das Janelas Verdes. PT/TT/EPJS/SF/001-001/0059/3019M. © Arquivo Nacional Torre do Tombo. |
| Convento de Santo Alberto de Lisboa | Exterior | Fachada poente. POR052315. © CML | DMC | Arquivo Municipal de Lisboa. |
| Convento de Santo Alberto | Exterior | Fachada norte. FAN000216. © CML | DMC | Arquivo Municipal de Lisboa. |
| Convento de Santo Alberto | Museu de Lisboa | Maqueta de Lisboa antes do Terramoto de 1755 | Pormenor. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2012
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| Convento de Santo Alberto | Museu de Lisboa | Maqueta de Lisboa antes do Terramoto de 1755 | Pormenor. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2012. |
| Convento de Santo Alberto | Museu de Lisboa | Maqueta de Lisboa antes do Terramoto de 1755 | Pormenor. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2012. |
| Convento de Santo Alberto | Museu de Lisboa | Maqueta de Lisboa antes do Terramoto de 1755 | Pormenor. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2012. |
Henrique Martins - 2015-03-01 Última atualização - 2017-03-28
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