Ficha de Casa Religiosa
    
Designação
Convento dos Mercedários

Código
LxConv110

Sumário
Dedicada ao resgate dos cristãos aprisionados pelos muçulmanos, a história da Ordem de Nossa Senhora das Mercês da Redenção dos Cativos em Portugal foi fortemente atribulada, com um conjunto de fundações de casas religiosas até meados do século XVIII. Numa primeira fase os mercedários chegam a Portugal em 1282, na embaixada que acompanhou a vinda da Rainha Isabel de Aragão para o seu casamento com D. Dinis. Dois anos depois recebem ordem para a constituição de casas religiosas no país, das quais um convento em Lisboa, cujas informações são profundamente escassas, desconhecendo-se a data da fundação (datando provavelmente do século XIV) ou localização. Sabe-se apenas que foi extinto em 1504 por falta de religiosos e esmolas para o resgate dos cativos.

Caracterização geral
Descrição
Enquadramento histórico
Fundada em Barcelona em 1218, a Ordem de Nossa Senhora das Mercês da Redenção dos Cativos tinha como principal objectivo o resgate dos cristãos aprisionados pelos muçulmanos, tendo procurar fomentar um sistema de colectas destinado a esse fim. A sua história em Portugal foi fortemente atribulada, com um conjunto de fundações de casas religiosas até meados do século XVIII. Numa primeira fase os mercedários chegam a Portugal em 1282, na embaixada que acompanhou a vinda da Rainha Isabel de Aragão para o seu casamento com D. Dinis. Acompanharam a rainha dois religiosos, Reverendo Padre Fr. Pedro Serra [...] professo da Religião dos Mercenarios [confessor da rainha] & residente no convento de Barcelos de Santa Eulalia, que ha a cabeça desta Sagrada Religião. Deste convento saio o sano varão acompanhado de Fr. Bernardo de Montagut Religioso da mesma casa, mestre em Theologia, & de igoas progressos nas materias de espirito, pedido tambem pella mesma Rainha para vir em companhia sua. [...] E o Reverendo Senhor Mestre Geral lhes deu licença para fundar conventos naquelle Reyno, & assistir com a Infanta todo aquelle tempo que fosse sua vontade. (BRANDÃO, 1650, pp. 66-67). Dois anos depois, os mercedários recebem ordem para a constituição de casas religiosas no país. Segundo Jorge Cardoso terão fundado 2 conventos e 3 hospícios ainda que se conheça a existência de um convento em Coimbra, um em Lisboa e um em Beja (fundado em cerca de 1300 e extinto em 1503, é o único do qual existe documentação a sustentar as crónicas da época), localizando-se um dos hospícios em Elvas (LOURENÇO, 2010, p.221).

São profundamente escassas as informações relativas ao cenóbio lisboeta, desconhecendo-se a data da fundação (datando provavelmente do século XIV) ou localização, sabendo-se apenas que é extinta em 1504 por falta de religiosos e esmolas para o resgate dos cativos (CARDOSO, 1652, p. 272; CASTRO, 1763, p. 80). Sendo a última casa mercedária existente em Portugal, a sua extinção marcou a saída da ordem religiosa do país.

Cronologia
1282 Chegada a Portugal de dois religiosos da Ordem de Nossa Senhora das Mercês da Redenção dos Cativos, vindos de Barcelona, acompanhando a vinda de D. Isabel de Aragão para o seu casamento com D. Dinis.
1284 Os religiosos mercedários recebem autorização para fundarem casas religiosas em Portugal.
1504 O convento lisboeta é extinto por falta de religiosos e verbas para o resgate dos cativos.

Fontes e Bibliografia
Imagens: 1