(1/18) DesignaçãoConvento de Nossa Senhora da Porta do CéuCódigoLxConv028Outras designaçõesConvento de Telheiras; Convento de Nossa Senhora da Porta Coeli; Convento de Nossa Senhora das Portas do CéuMorada actualEstrada de Telheiras, 113SumárioA fundação e construção deste convento encontra-mse intimamente ligadas a D. João de Cândia, príncipe do Ceilão, desconhecendo-se a data exata do lançamento da sua primeira pedra (provavelmente na década de 1620 ou seguinte). Com a morte do fundador em 1642, o convento viveu dias conturbados em virtude de desavenças entre os seus testamenteiros, que retiraram dele parte do seu mais valioso recheio.
O Terramoto de 1 de novembro de 1755 arruinou o edifício, tendo-se os frades abrigado temporariamente em construções de madeira erguidas na cerca. A sua reconstrução encontrar-se-ia concluída em 1768, tendo-se nessa circunstância colocado na fachada uma lápide a assinalar o facto.
Na sequência do processo que culminou na sua supressão (1833-1835), as pilhagens e o abandono do convento levaram a uma acentuada degradação que se manteve durante quase dois séculos (não obstante ter sido ocupado por um vasto número de famílias em grande parte do século XX), à exceção da igreja, restaurada e reaberta ao público em 1941.
Totalmente arruinado e abandonado há mais de uma década, em 2016 iniciaram-se as obras de transformação do edifício do convento num estabelecimento de ensino privado, com base num projeto que pressupõe a manutenção das suas características estruturais e a construção de um novo edifício na antiga cerca.Caracterização geralOrdem religiosaOrdem dos Frades Menores. Província de PortugalGéneroMasculinoFundadorD. João de CândiaData de fundaçãoDécadas de 1620 ou 1630Data de extinção1834-01-10Tipologia arquitetónicaArquitetura religiosa\Monástico-conventualComponentes da Casa Religiosa - 1834Convento Igreja Cerca de recreio e produçãoTipologia de usoSem usoCaracterização actualSituaçãoConvento - Existente Igreja - Existente Cerca - ExistenteAcessoPrivadoDescriçãoEnquadramento históricoA fundação e a construção deste convento encontram-se intimamente ligadas a D. João de Cândia, príncipe do Ceilão. Desconhece-se a data exata do lançamento da sua primeira pedra (provavelmente nas décadas de 1620 ou seguinte), sabendo-se no entanto que o fundador instituiu uma Irmandade de Nossa Senhora da Porta do Céu em 1625 (FERREIRA, 2007, p. 14). O convento foi criado para a Ordem Seráfica de São Francisco da Província de Portugal, «segundo a norma da Ordem franciscana que privilegiava a fundação das suas casas em lugares preferencialmente ermos, longe da multidão e perto de percursos de água.» (FERREIRA, 2008, p. 101).
Por via da escritura da instituição da sua capela no convento, a 20 de outubro de 1639 o fundador decide dar «[para] habitação dos ditos Padres o assento desta quinta em que vive com a Igreja, Sancrestia, Dormitorio, Coro e Refeitório, e com todas as mais officinas necessarias, para vivenda e clauzura dos ditos Padrez, e lhes dâ o pumar, e a orta da dita quinta, e somente reserva a vinha que se devidirâ com o muro; e bem assim emquanto Viver Elle Principe lhes darâ cem mil reis de esmola em cada hum anno [...] para a Fabrica do dito Convento, e Igreja e culto divino della [...] e com mais condição que Elle Princepe estarâ na parte que escolher nas cazas desta sua quinta pera ficar nella com sua caza, e criadoz, sem prejuízo da clauzura dos ditos Relligiosos, que ficarão na sua clauzura, no seu dormitório, e cazas que tem separadaz, e tanto que Deoz Levar o dito Principe ficarão todas as cazas da clauzura para dentro para o Convento, sem que a Ordem as possa largar a outrem, nem vir a ellas viver outra pessoa por outro algum titulo e ficarão sempre unidas ao convento de Relligiozos que nelle hão de habitar. Item com mais conidção que emquanto Elle viver elle Principe viver [sic], e sinco Relligiozoz que ouverem de vir habitar Este Convento para dizerem as missas, e viverem nelle, serão pessoas â satisfação delle Principe, e lhas não mudarão contra sua vontade» (ANTT, Registos de Instituição de Capelas..., f. 311v-312v cf. FERREIRA, 2007, p. 20).
A 1 de abril de 1642 D. João de Cândia morre na sua residência à «Rua Direita, dentro das portas da Mouraria, freguezia de Santa Justa. Devia ser residência luxuosa, consoante a sua pessoa e trato e o numero dos seus creados, entre os quaes se contavam quatro escravos indios [...]. Em 31 de março de 1642 estava elle deitado na sua cama, em seu perfeito juizo, mas tão gravemente enfermo, que não poude escrever nem assignar o seu testamento, dando no dia seguinte a alma ao Creador. As suas ultimas disposições testamentarias foram lançadas no papel por seu creado, Simão da Costa, que tambem assignou por elle. O tabellião chamado para lavrar o termo de approvação era Francisco Tavares que ajuntou mais algumas declarações do testador. [...] [Entre outras disposições] quer que o seu cadáver seja levado na tumba da Misericórdia e depositado no seu jazigo de Telheiras.» (VITERBO cit. LARCHER, 2008, pp. 39-40). No início do século XVIII, os seus restos mortais são passados para um pequeno mausoléu localizado na parede da capela-mor, no qual existiu (pelo menos até ao final do século XIX) uma inscrição: AQVI JAZ O ESM.O SR D.JOÃO DE AVSTRIA PRINCIPE DE CANDIA FVNDADOR E PADROEIRO DESTE CONV.TO FALECEU NO MÊS DE MARÇO DE 1642 E FICOV EM DEPOZITO NO CARNEIRO DEBAIXO DO ALTAR MOR DONDE SE TRESLADARAM OS SEVS OSSOS PARA ESTA SVA SEPVULTVRA NO MÊS DE OVTVBRO DE 170...
Com a morte do fundador o convento viveu dias conturbados em virtude das «desavenças dos seus testamenteiros, que começaram a retirar do convento os melhores recheios, tais como pratas, tapeçarias, alfaias e outros valores; às quezílias entre os frades e consequentes despesas com a justiça; e também devido ao não cumprimento das condições exigidas por D. João de Cândia aquando da fundação deste espaço religioso, principalmente no que dizia respeito ao número de frades que podiam dele fazer parte.» (LARCHER, 2008, p. 42).
O Terramoto de 1 de novembro de 1755 arruina o convento, tendo-se os frades abrigado temporariamente em construções de madeira erguidas na sua cerca. A reconstrução do edifício («tudo se fez com largueza», segundo Sousa Viterbo - VITERBO cit. LARCHER, 2008, p 42) encontrar-se-ia concluida em 1768, tendo-se nessa circunstância colocado na fachada uma lápide a assinalar a obra.
«Em 1833, dos 8 frades que ainda persistiam no Convento de Nossa Senhora da Porta Coeli, dois encontravam-se detidos por conduta indevida; cinco haviam seguido o exército miguelista e apenas um, Fr. António da Piedade Ferreira, permanecia e colaborava em todos os actos de supressão, sendo certamente apoiante dos liberalistas.» (LARCHER, 2008, p. 43).
A 30 de outubro desse ano, num processo comum aos restantes conventos masculinos, o duque de Bragança ordena que três testemunhas sejam indagadas acerca das vantagens, para a Religião ou para o Estado Português, da manutenção do convento
No decorrer do processo, é referido por Guilherme José Furtado não ter encontrado no convento «Cartorio, Livros nem outros moveis alem dos insegnificantes descriptos no Inventario; o mais tinha sido destruido, ou roubado pelos rebeldes [...] A casa do Convento est[ava] bem conservada, e poder[ia] ter trinta moradores: a Igreja [era] boa e assiada [...] e Magestoza com cinco Altares, mór, e quatro latraes, dous pulpitos e guarda vento em muito bom uso Cerca de uma Teia quazi Nova com quatro Confessionários. [...] Consta[va] este Edeficio do pavimento terreo composto de Refeitorio, Cozinha e Officinas Anexas, e mais dois andares que [eram] os dormitorios, formados de hum corredor e diverças Cellas. Comp[unha]-se o Predio Rustico de huma Cerca com Vinha, arvores de pevide, e caroço, hum bocado de cannavial e trez taboleiros de Orta. Hum pôsso com engenho Real corrente e seu tanque com huma pequena almocega.» (LARCHER, 2008, pp. 44 e 47).
Após a elaboração dos diversos inventários, a 29 de maio de 1835 o Auto de Posse do Convento pela Fazenda Nacional é assinado pelo Provedor do Quarto Distrito de Lisboa (Joaquim José de Azevedo e Silva).
As pilhagens e o abandono do edifício levaram a uma acentuada degradação, conforme mostra o relato que em 1882 o Padre Seabra faz: «A talha da capela-mor estava a apodrecer, e no camarim chovia como na rua por que as telhas tinham sido levadas para uma casa que serto influente político estava construíndo nas vizinhanças. O sobrado da sacristia, e de outras dependências, havia sido arrancado, e tivera idêntico destino. E do órgão que outrora acompanhava no coro os cânticos litúrgicos... existia apenas o teclado!» (SEABRA cit. LARCHER, 2008, p. 47) Segundo a mesma fonte, a igreja esteve em vias de ser vendida, tal não tendo ocorrido devido à interseção da Ordem Terceira de São Francisco que, nessa iminência, em dezembro de 1880 pediu ao Governo a sua cedência, comprometendo-se em troca a proceder ao seu integral restauro: «Attendendo, pois, a mesa supplicante a todas estas circunstâncias [nomeadamente o facto de ali repousar os restos mortais de D. João de Cândia], e que a mencionada Egreja de Telheiras, pela sua posição topographica pouco ou nenhum valor material teria, e que com algum sacrificio por parte da Ordem, e d'outros fieis da localidade, pouco a pouco se poderá restaurar o templo, e restabelecer o culto. Considerando mais a mesa supplicante que segundo os boatos propalados n'aquella povoação; posta a Egreja em praça, será arrematada por alguém para fazer d'ella uma cocheira, estábulo e palheiro, o que sem duvida contristará não só os corações verdadeiramente catholicos mas até mesmo os d'aquelles que forem indiferentes ao catholicismo» (Idem, p. 48). Apesar de o pedido da Ordem ter sido positivamente acolhido, o elevado ónus que a reconstrução acarretaria devido ao mau estado geral do edifício levou a que esta não tivesse tido capacidade para cumprir a sua parte do acordo, pelo que ao longo das décadas seguintes o estado de ruína se manteve.
Com a implantação da República e respetivo espírito iconoclasta que se abateu sobre um elevado número de pessoas, o edifício acabaria por ser vandalizado e de novo saqueado, tendo-se inclusivamente perdido os restos mortais do fundador. «Tempo depois passou [aí] a funcionar n[a] igreja, profanada, o oficina de um ferreiro e o casarão conventual, vendido e profundamente alterado, servia de abrigo a um cardume de famílias pobres. Á porta do Convento abriu nessa mesma altura uma taberna que por lá permaneceu até bem a pouco tempo.» (LARCHER, 2008, p. 49).
Esta situação seria parcialmente revertida em 1941, altura em que se iniciaram as obras de restauro do templo, reabrindo ao público a 22 de agosto desse ano, «com o coro reconstruído e as paredes caiadas» (Idem, p. 49). O estado do edifício conventual manter-se-ia inalterado no decorrer das seguintes décadas.
A 8 de abril de 2004 foi criada a Paróquia de Telheiras, iniciando-se cerca de meio ano depois as obras de restauro do exterior e cobertura da igreja, sem as quais era impossível aí ministrar o culto religioso. A 28 de maio de 2006 o templo reabriu ao público.
No início de 2016 iniciaram-se as obras de transformação do edifício do convento num estabelecimento de ensino privado, com base num projeto que pressupõe a manutenção das suas características estruturais e construção de um novo edifício na antiga cerca.Evolução urbanaLocalizado a cerca de «huma légua de Lisboa, pela estrada esquerda do Campo Grande» (FERREIRA, 2008, p. 145), o sítio de Telheiras sempre fez parte do território da freguesia de São João Baptista do Lumiar (atual freguesia do Lumiar). Aquando da fundação do convento era essencialmente uma área de quintas com vinhas e pomares e com um escasso número de casario implantado em torno da Estrada de Telheiras.
Esta situação só se começa a alterar no final do 1º quartel do século XX, com a urbanização da Quinta do Guarda-Mor (a poente do convento), local onde em 1928 a Companha dos Bairros Jardins começa a edificar o «Bairro Jardim de Telheiras» (cft. Planta da Cidade de Lisboa de 1950). Mais tarde, no início da década de 1960, a sul do convento é construída a Deutsche Schule Lissabon/Escola Alemã de Lisboa (inaugurada em 1963).
A imagem urbana e as vivências da zona mudam radicalmente a partir da década de 1980 com a urbanização de uma vasta área a norte da Estrada de Telheiras, promovida pela Empresa Pública de Urbanização de Lisboa (EPUL).
O edifício do convento e a sua igreja são, assim, dos raros exemplares arquitetónicos que subsistem da Telheiras pré-1950. Da cerca conventual (que em 1835 era composta por vinha, árvores de pevide e caroço, canavial, três tabulareiros de horta, um poço e uma tanque pequeno) foi suprimido o extremo sul, entre a Avenida Ventura Terra e a Rua Professor Francisco Lucas Pires.Caracterização arquitectónicaNo Auto do Tombo do Testamento de D. João de Cândia, datado de 26 de outubro de 1642, são descritas e medidas todas as propriedades então pertencentes ao convento, de entre as quais se transcreve as do convento e propriedades contíguas:
«Primeiramente declarou que os ditos bens era a cabeça delles a quinta em que o dito defunto fundou o dito Convento e Cappella com tudo o a elle pertencente que consta de Igreja cappellas dormitorios. Cazas e mais oficinas pertencentes a elle, Orta e pumar e hum pedaço de vinha que tudo he do dito convento, e bem assim o resto da vinha que fica mistica com o pomar cito defronte da Igreja do dito Mosteiro, fica huma coxeira com humas cazas sobradadas, e huimas estrevarias e detras dellas hum olival com sua vinha e outra vinha junto ao Olival que o dito defunto comprou ao Alcaide Mor de Sintra foreira ao Cabida da Sê da dita cidade. Item huma vinha grande que está onde chamão Masapêz. Item hum pedasso de vinha que o defunto comprou a Nicoláo Pereira e tem junto a ella hum Olvial com sua terra de pão que tudo estâ no Limite de Massapêz. Item duas vinhas e hum Olival que estâ em Telheiras debaxo, e assim declarou que no dito lugar de Telheiras estâ outra quinta que o dito defunto comprou depoiz de instituir a dita Cappella pello contrato que fez com os dito Relligiozos, e que estes herão os bens que o dito Principe tinha no dito Lugar de Telheiras [...]
Medição do Convento e quinta em que elles estâ edificado. Item comessando a medir pella parte do Norte que parte com estrada publica que vay para Alvalade grande do canto do cunhal da Igreja, tem esta parte â face da estrada cento e treze varas, e meya athe entestar na outra quinta que o dito Principe comprou depois de fazer o contrato que fez com os Padres de São Francisco que este pessuem sua herdeira parte do Nacente com a quinta asima dita e tem sessenta e sete varas, e do sul parte com vinha que o Principe deixou a renda della para administração da dita Cappella, e tem por esta parte cento, e vinte e quatro varas e meya athe intestar no muro do dito Convento, parte do Poente com azinhaga que vay para oz ameixiaez, e tem por esta confrontação oitenta e seis varas athe intestar no Cunhal de pedraria aonde comessou esta medição dentro do qual fica metida a Igreja do dito Convento e Suas officinas cazaz e dormitorios Jardim Pomarez horta e hum pedaço de vinha que está mistica com outra que o defunto applicou o rendimento della para o Administrador e juntamente com os apozentoz em que o [...] dito Principe viveo em Sua vida que tudo fica dentro dos muros e clauzura do dito Convento e Somente da parte do Sul e não está morada a qual medição foi feita por Paulo Soarez procurador das Capellaz, e medidor dos Tombos de suas propriedadez com hum cordel de Linho de vinte varaz de cinco palmos a vara marcada cidade em prezença do dito Provedor e de mim escrevão e Louvados e do Administrador da capella Estêvão Ferreira que o dito Provedor ouve por boa e bem feita e a julgou por tal por sua sentença e assignou de como assim o julgou por tal. João Rodriguez Cardozo o escrevy Abreo.
Medição das cazaz cocheyraz e Estrevariaz que estão defronte do Comvento e Logo o dito Provedor comigo escrevão Paulo Soarez e Louvados e Administrador fomos a humaz cazaz cocheyraz e Estrevariaz que tudo está junto defronte do dito Convento que tudo parte da banda do norte com olival dezta Capella e com cazas que o defunto deyxou a Balthezar de Almeyda Genrro do Administrador e do Sul com a praça que fica do dito Mosteyro e estrada publica que vay para Alvalade e do nascente com a Serventia que vay para o dito Olival que hé da mesma fazenda e medido à face da rua comessando a medir do principio da Cocheyra tem de nascente ao poente treze varas e do norte ao Sul tem onze varas e meya athé o cunhal de pedraria e pella parte do Sul tem nove varas do cunhal até a porta da Serventia do dito Lugar a qual porta entra na dita medição com Alcayde Môr de Cintara tem dezenove varaz ao Longo della e as cazas que estão junto a dita cocheyra são sobradaz e tem quatro cazas de sobrados e em baxo duas Logeaz q. cada hua dellas tem duas cazaz, e medindo o vão da coxeira do Norte ao Sul tem sete varas e meya, e o vão de cada Logea entrando em duas cazas que cada huma tem a mesma medida de Sete varas e meya em vão a qual medição o dito Provedor houve e por boa, e bem feita e mandou Se comprisse como nella se conthem, e a julgaou por sua Sentença e assingou João Rodrigues Cardozo o escrevi. Abreu.
[...] Vinha que estâ dentro da cerca do Convento que o defunto separou Seu rendimento pera o administrador. e Logo no dito Mez e anno atraz declarado, vinte e Sete dias do mez de outubro de mil Seis centos e quarenta e quatro annos Neste lugar de Telheiras [...] fomoz a huma vinha que estâ dentro da cerca do Convento que he a que o defunto declarou ficaria o rendimento della pera o administrador que parte do Poente com azinhaga que vay pera oz ameixiaes, e muro do dito Convento e tem sessenta e sinco varas e meya parte do sul com o muro que atravessa entre esta Vinha, e vinha de Vasco de Sâ de Menezes, e tem ao Longo do muro cento, e trinta e nove varas, parte do Nacente com o muro de outra quinta que péssue a herdeira do defunto Pêro Correa da Silva. E tem ao Longo delle setenta varas, e do Norte parte com hum pedaço de vinha que os Padrez do dito Comvento pessuem com o pumar e orta e tem cento e treze varas, e meya a qual medição elle Provedor houve por boa que mandou se comprisse como nella se contêm â reveria doa confrontadores.
[...] Medição da quinta que foi de Pero Correa da Silva que comprou o defunto [...] depoiz de se fazer o contracto da instituição desta Capella a qual parte do Poente com a cerca do Convento, e correndo a medição pella parte do Norte ao Longo da estrada que vay pera Alvalade grande athe entestar em cazas de Francisco Jorge, tem trinta e duas varaz, e virando das ditas cazas do dito Francisco Jorge e Anna Pereira onde faz huma chave athe entestar no tanque da mesma quinta tem dezasseis varas e meia, e virando por sima do tanque para a parte do Norte o Canto do quintal de Anna Pereira tem doze varas e meya e faz huma chave ao Longo do mesmo quintal que tem seis varas e correndo ao Longo do mesmo quintal a parte do norte tem oito varas, e faz outra chave para a parte da Estrada que tem quatro varas, e continuando a medição ao Longo das cazas de Bertolameu Duarte a parte do Norte tem dezasseis varas, e Seguindo a medição ao Longo das cazas da quinta athe o Canto tem treze varas, e voltando o canto sobre o posso para a parte do Nacente athe a janella da Varanda tem doze varas, e comessando do canto das Cazas de João Pestana pellas da quinta e muro da parte do Nacente pella estrada que vay pera Lixboa athe o fim do muro tem cento sincoenta, e oito Varas e voltando o canto do muro pella parte do Sul que parte com vinhas com Vasco de Sâ, e Menezes que estâ murada tem setenta e oito varãs e meya e continuando a medição da banda do Poente ao Longo do muro da vinha do administrador, e muro dos Fradez athe entestar no muro que vay pella Estrada do Campo Grande, tem cento e noventa e seis varas e Seguindo a medição a façe da estrada que vay pera Alvalade, e das cazas de Rodrigo de Rezende athe as cazas de João Pestana que ficão da parte do Norte, tem dezenove varas». (ANTT, Registos de Instituição de Capelas... f. 324-331 cf. FERREIRA, 2007, pp. 29-33).
O edifício do convento apresenta uma configuração pouco habitual no contexto dos demais edifícios do género implantados em Lisboa. Apresenta duas alas, em forma de L que, adossado à igreja, cria um conjunto de planta em U que delimita um pátio de grandes dimensões, aberto à Estrada de Telheiras. «Na reconstrução feita após o terramoto, aproveitou-se muito da antiga igreja como, logo à entrada, um arco abatido que sustém o coro e, de cada lado, duas portas encimadas de frontão; marcando o lugar dos dois púlpitos tem uma moldura barroca na parede em curva e contracurva.» (LARCHER, 2008, p. 43)
A entrada era feita por uma porta situada na parte direita do corpo principal (junto à fachada lateral da igreja) desembocando num pequeno vestíbulo que dava acesso à sacristia (à direita) e aos aposentos do piso térreo (à esquerda), localizando-se em frente a escadaria de acesso aos dormitórios dos pisos superiores. No piso térreo implantava-se o refeitório (cuja exiguidade do espaço original obrigou à sua ampliação, tendo então sido construído um pequeno volume avançado, no centro do corpo principal e virado a sul), a cozinha e um conjunto de diversos aposentos, espaços com abóbadas de canhão. Nos dois pisos superiores localizavam-se os dormitórios, espaços de configuração simples com um corredor junto à fachada norte e um conjunto de celas voltadas a sul.
No início de 2016 o edifício encontrava-se devoluto e arruinado, pouco mais sobrando que as paredes estruturais, faltando já o piso que separava os dois andares dos dormitórios.Inventário de extinçãoANTT, Inventário de extinção do Convento de Nossa Senhora das Portas do Céu de Telheiras, Cx. 2256, http://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=4711778
O Inventário de extinção deste convento inclui as diligências para a supressão, os autos de inventário dos bens móveis e os autos de posse e avaliação
Por Portaria régia de 30 de Outubro de 1833 (f. 0009-0010), emitida pelo Tribunal da Junta do Exame do Estado actual e Melhoramento Temporal das Ordens Regulares, determina-se que o bacharel Guilherme José Furtado passe no Convento de Nossa Senhora das Portas do Céu, no lugar de Telheiras, subúrbios de Lisboa, acompanhado de um escrivão escolhido entre os amanuenses da Secretaria da Junta do Melhoramento, e de um fiscal da Fazenda Pública, fazendo aviso ao Vigário Geral do Patriarcado, para:
- indagar junto de três testemunhas quais as vantagens que a religião e o Estado que resultam da manutenção do convento;
- saber se está na letra do Decreto de 9 de Agosto de 1833 para ser conservado ou suprimido;
- saber o número de religiosos que formam a comunidade, indicando a sua aptidão, qualidades «e serviços e desserviços feitos a Rellegião à cauza da Rainha e da Nação Portugueza».
Não havendo o número de doze religiosos professos, deverá passar-se ao inventário geral de bens. Os objetos do culto religioso devem ser entregues ao pároco da freguesia juntamente com a igreja do convento, para que ele guarde «o tabernáculo e as cousas Santas» e faça com que se diga missa «ao Povo». Os religiosos devem nomear o seu representante para acompanhar o inventário e assinar os autos. O inventário geral, do qual se farão traslados de cada classe de objetos, a apensar aos autos principais, serão remetidos para a Junta do Exame.
A portaria é autuada a 4 de Novembro de 1833 (f. 0007), dia em que o escrivão José Joaquim de Santa Ana presta juramento (f. 0013) e os religiosos do convento são notificados para se apresentarem no dia seguinte perante o juiz supressor (f. 0014-0015). Apenas foi notificado um religioso - frei António da Piedade Ferreira - pois dos outros sete, dois estavam presos no Limoeiro e os outros cinco estavam com os «rebeldes» (f. 0015 e 0018). Eram eles frei António Januário da Natividade, guardião, frei Luís de São Vicente Ferreira, frei António do Rosário, frei Bernardo, frei António, frei António de Nossa Senhora do Carmo Portela, frei Amaro de São José Pinto, e frei António da Piedade Ferreira (f. 0017).
A 5 de Novembro são inquiridas as três testemunhas (f. 0016-0019), que dizem não haver vantagem para a Religião e para o Estado na conservação no convento por ter apenas um religioso. Mas consideram que «seria conveniente a esta Povoação se aqui se podessem reunir Religiosos suficientes em Numero para conservarem a vida Regular visto que a Casa esta muito bem conservada e tem hum magnifico Templo no que os povos terião vantagens por se acharem mui distantes de sua Freguezia» (f. 0017).
O inventário geral (f. 0045- 0056) começa pelos objetos da igreja, descrita como «bem aciada e limpa» e tendo cinco altares - mor e quatro laterais (f. 0047-0053 e f. 0093-0096), seguindo-se os móveis dos dormitórios (f. 0053-0054), a cerca «toda murada com uma cavalharice, palheiro e Nó que se compõem de huma boa vinha, terra para orta, e algumas arvores frutíferas» (f. 0054), os rendimentos em dinheiro (f. 0054), os legados pios (f. 0054-0055) e as dívidas ativas (f. 0055). O termo de encerramento do inventário acontece a 7 de Novembro de 1833 (f. 0055-0056), dele constando que, segundo o representante do convento, não havia cartório, livraria, utensílios de cozinha, enfermaria, nem objetos preciosos «por ter sido tudo extraviado pelas Tropas dos Rebeldes alli aquartelados durante o cítio de Lisboa» (f. 0056).
A igreja e os objetos religiosos tinham sido entregues no dia anterior ao pároco da freguesia do Lumiar, Bernardo Pereira Leitão de Carvalho, com a recomendação de que «na Igreja do Convento se disse-se Missa ao Povo» (f. 0057-0058). E os móveis dos dormitórios, o convento e a cerca foram entregues a 7 de Novembro à guarda de frei António da Piedade Ferreira (f. 0058-0059).
No resumo dos autos enviado à Junta do Exame, de 9 de Novembro de 1833, o juiz supressor informa que não encontraram o cartório, nem livros e apenas mobília insignificante. Refere que o edifício está bem conservado e pode ter até trinta moradores mas que a sua conservação não é útil, pois os frades escandalizavam os povos com o seu péssimo comportamento (f. 0025) mas considera que a igreja deve manter-se aberta ao culto com um capelão que diga missa aos domingos e dias santos (f. 0026).
Em vista desta informação a Junta do Exame emite o seu parecer a 11 de Dezembro de 1833 (f. 0029-0034). Esta Consulta é remetida ao Rei a 20 de Novembro de 1833, para que seja declarada a sentença de supressão (f. 0027). A Resolução de Sua Majestade data de 16 de Dezembro de 1833 (f. 0034) e é executada pela Junta a 10 de Janeiro de 1834.
Os autos de posse e avaliação do edifício conventual (f. 0061-0071) decorrem respetivamente a 29 de Maio e a 26 de Setembro de 1835 e são coordenados pela Provedoria do 4º Distrito de Lisboa, na pessoa do Provedor Joaquim José de Azevedo e Silva (autos de posse) e do Provedor interino António Gonçalves Lamarão (autos de avaliação).
Nos autos de tomada de posse do antigo convento e da cerca (f. 0065-0066). O edifício tem «pavimento térreo composto de Refeitório, Cozinha e Officinas anexas, e mais dois andares que são os dormitorios, formados de hum corredor e diversas Cellas». Quanto à cerca, tinha «Vinha, arvores de pevide, e caroço, hum bocado de cannavial, e trez taboleiros de Orta, um pôsso com engenho Real corrente e seu tanque com uma pequena almacega» (f. 0065).
Quanto aos autos de avaliação, o convento (incluindo a igreja e a sacristia) é avaliado em 10:000$000rs e com rendimento anual de 40$000rs (f. 0068-0069), e a cerca em 450$000rs, com renda anual de 22$500rs (f. 0070-0071).
O auto de posse da igreja e da sacristia ocorre a 5 de Setembro de 1836 (f. 0089-0090). A igreja é avaliada em 4:500$000rs e a sacristia em 1:500$000rs.CronologiaDécadas de 1620 ou 1630 Data aproximada da fundação do Convento de Nossa Senhora da Porta do Céu. 1625 D. João de Cândia institui a Irmandade de Nossa Senhora da Porta do Céu. 1633 Residiam no convento cinco religiosos e o príncipe fundador. 1639-10-20 Por via da escritura da instituição da sua capela no convento, o fundador decide dar para habitação dos padres o assento da quinta e respetiva igreja e convento. 1642 Estabelecimento de uma comunidade de forma regular no convento. 1642-04-01 Morte de D. João da Cândia. 1755-11-01 O convento fica arruinado pelo terramoto, e os frades abrigam-se provisoriamente em construções de madeira erguidas na cerca. 1768 Conclusão das obras de reconstrução do edifício. 1833-10-30 Portaria do duque de Bragança determinando o início das diligências para a eventual supressão do convento e nomeando como juiz comissário o bacharel Guilherme José Furtado. 1833-11-04 Autuação da Portaria de 30 de Outubro. No convento só reside um religioso, pois dos restantes cinco tinham fugido com os rebeldes e dois estavam presos no Limoeiro.
1833-11-05 Início dos autos de inventário dos bens do convento. 1833-11-06 A igreja e os objetos religiosos são entregues ao pároco da freguesia do Lumiar, com a recomendação de que «na Igreja do Convento se disse-se Missa ao Povo.» 1833-11-07 Termo de encerramento do inventário geral de bens do convento. Os móveis dos dormitórios, o convento e a cerca são entregues à guarda de frei António da Piedade Ferreira. 1833-12-11 Despacho da Junta do Exame favorável à supressão do «Convento de Nossa Senhora das Portas do Ceo», aprovado por unanimidade e enviado para consulta régia. 1834-01-10 Sentença de supressão do «Convento de Nossa Senhora das Portas do Ceo do lugar de Tilheiras», emitida pela Junta do Exame após Resolução Régia de 16 de Dezembro. 1834-05-30 Decreto de extinção de todas as casas religiosas masculinas das ordens regulares e incorporação dos seus bens nos Próprios da Fazenda Nacional. 1834-08-19 Portaria do Tribunal do Tesouro Público sobre a venda e o arrendamento dos bens nacionais. Determina que o Perfeito da Província da Estremadura dê orientações para que se proceda à venda dos bens móveis e semimóveis, exceto os objetos do culto divino, as peças de ouro e prata e as livrarias; e que arrende, por um ano, todos os prédios rústicos e urbanos da Fazenda Nacional. 1834-08-25 O edifício do extinto convento (incluindo a igreja) é avaliado em 10 contos de réis; e a cerca em 450 mil réis. 1835-05-29 Auto de posse do convento por parte da Fazenda Nacional. 1835-05-29 Autos de tomada de posse do edifício conventual e da cerca. 1835-09-26 O convento é avaliado em 10:000$000rs (incluindo a igreja e a sacristia) e com rendimento anual de 40$000rs, e a cerca em 450$000rs, com renda anual de 22$500rs. 1836-09-05 Em cumprimento duma portaria do Governo Civil de Lisboa datada de 24 de Agosto, a igreja e a sacristia (e as duas celas por cima desta) são avaliadas em 6:000$000rs. 1838-12-29 Portaria informando o Administrador Geral do Distrito de Lisboa que deverá proceder ao arrendamento da cerca do extinto Convento de Telheiras. 1880-12 A Ordem Terceira de São Francisco pede ao Governo a cedência da igreja, comprometendo-se em troca a proceder ao seu integral restauro, sendo o pedido atendido. 1941-08-22 Reabertura da igreja ao culto, após obras de reconstrução. 2004-04-08 Criação da Paróquia de Telheiras. 2004-09 Início das obras na igreja. 2004-11 Devido ao mau estado da cobertura a igreja é encerrada oa culto. 2006-05-28 Reabertura do templo. 2016 Início das obras de reconversão do edifício conventual num estabelecimento de ensino privado.Fontes e BibliografiaCartografia[Enquadramento urbano | Convento de Nossa Senhora da Porta do Céu de Lisboa, 1834]. |
[Enquadramento urbano | Convento de Nossa Senhora da Porta do Céu de Lisboa, 2015]. |
Instituto Geográfico Cadastral; - [Planta da Cidade de Lisboa,1950]. 1/1000. 238. MP 4100 (1C) a MP 4343 (16 U). |
PINTO, Júlio António Vieira da Silva; - [Levantamento da planta de Lisboa, 1904/1911]. 1: 1000. 249 plantas; 80 X 50cm, Planta 8Q (Março de 1907). |
Manuscrito[Consultas da Comissão Eclesiástica da Reforma]. [Manuscrito]1822-1823. Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Ministério dos Negócios Eclesiásticos e Justiça, Maço 268, n.º 4, Caixa 214. |
[Junta do Exame do Estado actual e Melhoramento temporal das Ordens Regulares]. [Manuscrito]1790-1830. Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Ministério dos Negócios Eclesiásticos e Justiça, Maço 270, nº1, Cx. 216, Doc. 24. |
Inventário de extinção do Hospício de Nossa Senhora do Desterro de Lisboa. [Manuscrito]. Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Ministério das Finanças, Hospício de Nossa Senhora do Desterro de Lisboa, Cx. 2225, f. 0174-0176. |
Registos de Instituição de Capelas nas Igrejas de Nossa Senhora da Purificação de Bucelas, Boa Viagem e Telheiras. [Manuscrito]Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Hospital de São José, Livro 24. |
Monografia CONCEIÇÃO, Fr. Cláudio da - Gabinete Histórico que sua Magestade Fidelissima, o Sr. Rei D. Miguel [...] oferece. Desde Janeiro de 1755 a Dezembro de 1758, Tomo XIII. Lisboa: Impressão Régia, 1829, pp. 72-73. |
CONCEYÇÃO, Fr. Apollinario da - Claustro Franciscano, Erecto no Dominio da Coroa Portuguesa e estabelecido sobre dezeseis venerabilissimas columnas. Expoem-se sua origem, e estado presente. Lisboa Occidental: Na Offic. de Antonio Isidoro da Fonseca, 1740, p. 38. |
FERREIRA, Rosa Trindade; LEMOS, Fernando A. A. - Nova Monografia do Lumiar. Lisboa: Junta de Freguesia de Lumiar, 2008. |
PEREIRA, Maria Celeste; LEMOS, Fernando A. A.; FERREIRA, Rosa Trindade - Documentos Inéditos para a História de Telheiras e do seu Convento. Lisboa: Junta de Freguesia de Lumiar, 2007. |
PORTUGAL, Fernando; MATOS, Alfredo de - Lisboa em 1758. Memórias Paroquiais de Lisboa. Lisboa: Publicações Culturais da Câmara Municipal de Lisboa, 1974, pp. 282-284. |
ElectrónicoParóquia de Telheiras. Nª Sra. da Porta do Céu. A nossa história [Consult. 19-08-2016]. |
PeriódicoCEREJO, José António - Convento Dá Lugar a Colégio Feminino. Público. 8 de Fevereiro de 2016. |
LARCHER, Madalena - O Convento de Nossa Senhora das Portas do Céu. Telheiras, Cadernos Culturais, nº 1, 2º Série. Novembro de 2008. |
Material Fotográfico
| Convento de Nossa Senhora da Porta do Céu | Exterior | Igreja. DPC_20141125_006. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2014. |
| Convento de Nossa Senhora da Porta do Céu | Exterior | Igreja. DPC_20141125_004. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2014. |
| Convento de Nossa Senhora da Porta do Céu | Exterior | Igreja. DPC_20141125_003. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2014. |
| Convento de Nossa Senhora da Porta do Céu | Exterior | Igreja. DPC_20141125_005. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2014. |
| Convento de Nossa Senhora da Porta do Céu | Exterior | Igreja. DPC_20141125_002. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2014. |
| Convento de Nossa Senhora da Porta do Céu | Exterior | Igreja. DPC_20141125_001. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2014. |
| Convento de Nossa Senhora da Porta do Céu | Exterior | Igreja. DPC_20141125_009. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2014. |
| Convento de Nossa Senhora da Porta do Céu | Exterior | Pátio. DPC_20141125_007. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2014. |
| Convento de Nossa Senhora da Porta do Céu | Exterior | Pátio. DPC_20141125_008. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2014. |
| Convento de Nossa Senhora da Porta do Céu | Exterior | Fachada nascente e sul. DPC_20141125_013. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2014. |
| Convento de Nossa Senhora da Porta do Céu | Exterior | Fachada sul. DPC_20141125_015. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2014. |
| Convento de Nossa Senhora da Porta do Céu | Exterior | Fachada sul. DPC_20141125_016. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2014. |
| Convento de Nossa Senhora da Porta do Céu | Exterior | Cunhal norte. DPC_20141125_020. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2014. |
| Convento de Nossa Senhora da Porta do Céu | Exterior | Fachada norte. DPC_20141125_021. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2014. |
| Convento de Nossa Senhora da Porta do Céu | Interior | Nave da igreja. DPC_20141125_093. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2014. |
| Convento de Nossa Senhora da Porta do Céu | Exterior | Fachada poente. A41762. © CML | DMC | Arquivo Municipal de Lisboa. |
| Convento de Nossa Senhora da Porta do Céu | Exterior | Igreja. A43288. © CML | DMC | Arquivo Municipal de Lisboa. |
InventariantesTiago Borges Lourenço - 2016-08-22 Rita Mégre - 2020-06-25 Última atualização - 2020-06-30
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