(1/64) DesignaçãoConvento de Nossa Senhora de JesusCódigoLxConv035Outras designaçõesConvento de Nossa Senhora de Jesus da Ordem Terceira de São Francisco; Convento de Nossa Senhora de Jesus de Lisboa; Convento de JesusMorada actualRua da Academia das Ciências, 19SumárioO Convento de Nossa Senhora de Jesus nasce da vontade da Ordem Terceira de São Francisco constituir a sua primeira casa na cidade de Lisboa. O processo de edificação foi iniciado em 1582 com a doação de uns terrenos onde existia uma ermida dedicada à Virgem Mãe de Deus, sitos no sítio dos Cardaes, pertencentes à antiga freguesia de Santa Catarina. Com forte oposição por parte da Ordem dos Frades Menores, o Convento de Jesus só viria a ser fundado a 17 de Abril de 1595.
A edificação do Convento de Jesus foi articulada em duas grandes campanhas de obras. A primeira, responsável pela construção das principais dependências do convento, decorreu entre 1595 a 1707. A segunda campanha surge em sequência das reconstruções pós-terramoto que, iniciadas em 1757, vêem-se concluídas em 1795 com a inauguração de uma nova casa que não existia no traço primitivo do convento, a "Livraria".
Extinto a 14 de Março de 1834, o convento vê as suas várias dependências serem alvo de reocupações que perduraram até aos dias de hoje: o Hospital de Jesus manteve as suas funções ligadas à saúde, operando actualmente como clínica privada; a igreja do antigo convento passa a servir de igreja paroquial da freguesia das Mercês; e a zona conventual passa a pertencer à Academia das Ciências de Lisboa. [Caracterização geralOrdem religiosaOrdem dos Frades Menores. Província da Ordem Terceira RegularGéneroMasculinoData de fundação1595-04-17Data de construção1615-07-30Tipologia arquitetónicaArquitetura religiosa\Monástico-conventualComponentes da Casa Religiosa - 1834Convento Claustro Igreja Cerca de recreio e produçãoTipologia de usoInicial - Religioso\Mosteiro ou Convento Intermédia - Civil\Equipamento\Educativo Intermédia - Civil\Equipamento\Cultural Atual - Civil\Equipamento\CulturalCaracterização actualSituaçãoConvento - Existente Igreja - ExistenteOcupaçãoConvento - Ocupado(a) - Academia das Ciências Convento - Ocupado(a) - Museu Geológico do Laboratório Nacional de Energia e GeologiaDisposições legaisConjunto de Interesse Público; Portaria nº 1176/2010; 24 de DezembroDescriçãoEnquadramento históricoA Ordem Terceira de São Francisco instalou-se pela primeira vez em Portugal em 1422 com a construção de um oratório dedicado a Santa Catarina na Ribeira de Santarém (REMA, 1994, p. 644). Seguida a construção deste que veio a ser o Convento de Santa Catarina de Vale Mourol de Santarém, várias foram as casas edificadas pelo Reino pertencentes à Ordem. Passado pouco mais de um século desde a construção do primeiro convento da Ordem Terceira de São Francisco, são dados os primeiros passos para a fundação da que viria a ser a nova sede da Ordem: o Convento de Nossa Senhora de Jesus.
A história do comummente denominado Convento de Jesus começa com a intenção da Ordem Terceira de São Francisco de constituir a sua primeira casa em Lisboa pera na ditta cidade servir a Nosso Senhor e ào proximo com seos ministerios, mostrando na Côrte e cabeça do Reyno que nam era inutil o seo prestimo (História dos Mosteiros...,II, 1972, p. 7). A oportunidade de o fazer surge quando Luís Rodrigues de Pedrosa, e sua mulher Milicia Gomes e irmão decidem em 1582 doar à Ordem uns terrenos de que eram proprietários no sítio dos Cardaes, terrenos estes que contavam com uma ermida dedicada à Virgem Mãe de Deus, umas casas e um cardal a elas anexo (ANDRADE, 1946, pp. 6 e 86).
Iniciam-se os processos de aquisição de licenças para a construção do futuro convento: com a doação dos terrenos, os religiosos adquirem licença por parte do Senado da Câmara e a provisão do Arcebispo de Lisboa, D. Jorge de Almeida, para a construção do edifício. Para tal, os religiosos do Convento de São Simão de Almada transitaram para o (futuro) convento para nele residirem e prosseguirem com a sua edificação. Iniciadas as obras, estas viram-se suspensas por ordem do Ministro Geral, frei Francisco Gonzaga, em sequência da oposição à construção do edifício por parte da Ordem dos Frades Menores (da Província de Portugal da Regular Observância). Em 1584 a Ordem recebe novamente provisão do Arcebispo de Lisboa, que ratifica uma vez mais a posse dos terrenos aos religiosos. Por fim, a 25 de Junho de 1586 os religiosos recebem a Bula pontifícia enviada por Papa Sisto V autorizando a construção do Convento de Jesus.
Após as licenças necessárias, iniciam-se as obras para a construção de um pequeno hospício a 17 de Abril de 1595, data que marca a fundação do convento. Com as esmolas que os primeiros religiosos adquiriram, conseguem projectar uma nova e maior igreja que veio a suceder ao modesto hospício. A primeira pedra da nova igreja foi lançada a 30 de Julho de 1615 pela mão de Cristóvão de Almada, Provedor da Casa Da Índia. A primeira missa ocorre a 24 de Fevereiro de 1623.
Após a sua fundação, foi atribuído ao Convento de Jesus a qualidade de sede da Província dos Padres Terceiros em Portugal, funcionando ainda como residência do Ministro Provincial, dos Padres Definidores e do Capelão-mor da Armada Real (História dos Mosteiros..., II, 1972, p. 21).
Apesar do convento não ter tido fundador ou patrocínio régio, a construção da capela-mor contou com a protecção de D. João Manuel de Ataíde (1570-1633), Bispo de Viseu, Coimbra e mais tarde Arcebispo de Lisboa. O padroado reservou-lhe jazigo na capela-mor do convento, bem como jazigo para todos os Condes da Atalaia (posteriormente Marqueses de Tancos). A construção da capela-mor deu-se por concluída antecipadamente a 20 de Junho de 1633 sem que o retábulo tivesse pronto, para que se procedesse com o sepultamento do seu benfeitor, que havia morrido aos 4 dias do mesmo mês (CASTILHO, III, 1956, p. 296).
Em 1640 a Irmandade da Ordem Terceira Secular instala-se no convento, acrescentando ao espaço conventual um hospital e uma enfermaria, cada um com capacidade para «nelle se curarem doze Irmãos Terceyros pobres» (História dos Mosteiros..., II, 1972, p. 17). Neste que ficou conhecido como o Hospital dos Terceiros (actualmente denominado Hospital de Jesus) foi construída uma capela para que os doentes pudessem ouvir missa, a Capela dos Terceiros. A Irmandade da Ordem Terceira Secular era composta quer por homens como mulheres, sendo que «os homens quando entram na Irmandade nam sam obrigados a dar mays de quatro centos e oitenta re[i]s, mas as mulheres entram com dous mil re[i]s, porque estas nam tem em serviço da Irmandade o prestimo com suas pessoas tem os homens» (Idem, p. 17). Em 1712 a Irmandade contava com número compreendido entre os cinco mil a seis mil pessoas (Idem, p. 17; COSTA, III, 1712, p. 496).
Em 1680 os religiosos do Convento de Jesus ficam responsáveis pela administração do Recolhimento do Espírito Santo dos Cardais, da mesma Ordem Terceira de São Francisco, localizado nas imediações do Convento de Jesus, na Rua Eduardo Coelho [LxConv102]. Fundado em 1671 por D. Maria Borges para ocupar as funções de recolhimento feminino, este acaba por ser administrado pelos religiosos do Convento de Jesus após a morte da sua fundadora (CASTRO, III, Parte V, 1763, p. 244).
Com o advento do Terramoto de 1755 o convento sofre graves estragos. O edifício conventual é afectado sobretudo no refeitório, dormitório, claustro e enfermaria. Também a Capela dos Terceiros e respectiva Casa do Despacho ficam gravemente danificadas. Contudo, é na igreja que os danos são mais notórios: a parede do óculo da capela-mor cai e, com ela, os arcos que sustentavam o tecto da igreja. A capela do Santíssimo Sacramento e a capela-mor saem gravemente danificadas. Dois meses após o terramoto, a 20 de Janeiro de 1756, o tecto da igreja acaba por ruir por completo, piorando também o estado do refeitório e claustro. Em consequência do terramoto um religioso, frei Manuel da Madre Deus, de 85 anos, morreu sobre o entulho do refeitório. Morreram ainda vinte e uma pessoas (das quais dezanove mulheres e dois homens), «algumas pessoas saíram feridas, e uma mulher com as pernas quebradas» (Dos Conventos..., f. 205v).
Logo no dia 2 de Novembro, os religiosos apressaram-se a transferir o Santíssimo Sacramento para a Capela de São Francisco, localizada junto ao poço da cerca do convento. A capela ficou desde então responsável por nela se celebrar a missa, servindo também de abrigo à comunidade religiosa. Para melhorar as condições, frei José de São Rosa Teixeira, Comissário Provincial e Visitador, mandou edificar uma barraca na cerca do convento, orientada a ocidente e «distante cinco varas da cozinha, que fica contígua ao Dormitório da parte do Oriente» para nela se celebrarem os Ofícios Divinos (Idem, f. 206v). Após o terramoto, estiveram provisoriamente depositados nesta barraca os Santíssimos Sacramentos das freguesias de Santa Catarina e de Nossa Senhora das Mercês (tendo este em 1835 regressado ao Convento de Jesus, como analisaremos mais à frente).
A recuperação de todo o convento ficou marcada por duas figuras - frei Manuel Conceição Poyares e frei Manuel do Cenáculo. Ao primeiro couberam as primeiras reconstruções dos estragos causados pelo terramoto, sobretudo no que diz respeito ao espaço conventual. Quanto a Cenáculo, destaca-se não só pelo continuar das obras, mas sobretudo pela construção da Livraria do convento.
Frei Manuel do Cenáculo de Villas-Boas (1724-1814) ocupa as funções de Provincial da Ordem Terceira entre 1768 e 1777. É durante este período que, a 12 de Fevereiro de 1771, o Definitório da Ordem ordena o início da construção da biblioteca. Para mestre-de-obras é contratado Francisco António. Em 1777, seis anos depois do início das obras e gastos 28:376$047 reis (incluindo 11:996$821 reis doados pelo próprio frei Manuel do Cenáculo) ainda a biblioteca não estava terminada (BETHENCOURT, 1909, p. 14). É então que surge uma terceira figura responsável pela continuação das obras da biblioteca, figura esta extraordinariamente associada à história do Convento de Jesus: frei Joseph Mayne.
Frei Joseph de Jesus Maria Mayne (1723-1792) foi Geral da Ordem Terceira de São Francisco, Capelão-Mor da Armada Real, Deputado da Junta da Bula da Cruzada e Deputado da Real Mesa da Comissão para o exame da censura dos livros. Foi Joseph Mayne quem ficou incumbido da continuação da edificação da biblioteca, tendo esta sido inaugurada em 1795, três anos após a morte do seu último benfeitor. Embora a figura de Joseph Mayne esteja associada à edificação da biblioteca do convento, é na criação do Museu de História Natural e da Aula Maynense que o seu papel mais se destaca. Colecionador de objectos artísticos, de história natural e outros objectos, em 1792 Joseph Mayne doa a sua colecção à (Real) Academia de Ciências de Lisboa e funda o Museu de História Natural no Convento de Jesus. No mesmo ano inaugur, também no convento, a Aula de História Natural (em 1849 renomeada para Aula Maynense).
Para a manutenção e ampliação dos novos equipamentos introduzidos por Joseph Mayne, estabelece «um perpetuo fundo para aumento da nova livraria, Museu e asseio destas casas, deixando pensões aos professores de História Natural e substitutos e sócios para com zelo desempenharem as obrigações destes lugares» (ANDRADE, 1946, p. 95). Os rendimentos que constavam do fundo seriam distribuídos da seguinte forma: metade para o aumento da Biblioteca; a outra metade para o Museu e para a Aula Maynese; se sobrasse alguma quantia «igualmente se repartirá em duas metades, huma para aumento do Muzeo, e outra para compra dos livros, suas encadernações, e mais obras pertencentes à Bibliotheca» (BETHENCOURT, 1909, pp. 16-17).
Voltando ao momento em que Joseph Mayne doa a sua colecção à Academia das Ciências (colecção que apesar de passar a pertencer à Academia fica instalada no edifício do Convento de Jesus), importa salientar o facto deste ser um gesto que se verificará determinante aquando da extinção das ordens religiosas em 1834. Após a expulsão dos religiosos, a Academia virá a ocupar as instalações do Convento de Jesus, factor que foi facilitado pela doação de Joseph Mayne e mais tarde reforçado pelo Aviso régio de 24 de Dezembro de 1792 (um dia após a morte de Mayne), pelo qual é entregue à Academia das Ciências a administração do Museu de História Natural, da Aula Maynense e da biblioteca do Convento de Jesus (RIBEIRO, VI, 1876, pp. 119-120).
Em sequência da extinção das ordens religiosas, a Junta do Exame do Estado Actual e Melhoramento Temporal das Ordens Regulares, encarregada da Reforma Geral Eclesiástica, ordena a supressão do Convento de Jesus a 14 de Março de 1834 (ANTT, Inventário de extinção [...], f. 0327-328). Durante o processo de extinção foram contabilizados sete religiosos residentes no espaço conventual, que receberam ordens para se transferirem para o Convento Madre de Deus da Verderena, no Barreiro (ANTT, Idem, f. 0330-0331).
Em portaria datada de 23 de Outubro de 1834 é reiterado o que já havia sido estabelecido no Aviso régio de 24 de Dezembro de 1792, isto é, a entrega à Academia de Ciências da «guarda, uso, e administração» do Museu de História Natural, da Aula Maynense e da biblioteca do convento, para que fossem franqueadas ao publico em beneficio das sciencias e das letras (RIBEIRO, VI, 1876, pp. 119-120). Entre Novembro e Dezembro de 1834 a Academia das Ciências toma posse de grande parte do complexo conventual do extinto Convento de Jesus e suas propriedades, estando incluídos: o Museu de História Natural, a Biblioteca, Gabinete de Medalhas e Sala de Pinturas (ANTT, Inventário de extinção [...], f. 0237 e f. 0247).
Os únicos equipamentos pertencentes ao Convento de Jesus que não transitaram para a Academia das Ciências foram o hospital construído pela Irmandade da Ordem Terceira Secular e a igreja do extinto convento. Quanto ao hospital, este não acabou entregue à Academia ou à Fazenda Nacional pelo facto de ser administrado por franciscanos seculares, e não pelos regulares, aos quais pertencia o restante convento.
A igreja do convento foi entregue a 27 de Maio de 1834 a Francisco José Pinto, prior da freguesia de Santa Catarina (ANTT, idem, f. 0345-0346). A entrega da igreja ao prior surge da intenção de que os serviços paroquiais de Nossa Senhora da Mercês - que se realizavam desde 1652 numa pequena ermida sita na Rua Formosa (actual Rua do Século) - transitassem para a igreja do extinto Convento de Jesus. A mudança da paróquia ocorreu a 12 de Abril de 1835, data que marca a transferência do Santíssimo Sacramento da freguesia das Mercês para a antiga igreja do convento (ANDRADE, 1946, pp. 70-72), local onde ainda permanece.
A (Real) Academia das Ciências de Lisboa teve os seus estatutos aprovados por D. Maria I a 16 de Janeiro de 1779. Inaugurada no Palácio das Necessidades, passou por vários locais chegar ao Convento de Jesus, onde se mantém desde 1834. Em 1791/1792 instala-se num prédio na Rua dos Poços dos Negros até 1797; fixa-se depois no Palácio dos Condes de Castro Marim até 1800, mudando posteriormente para o Palácio do Conde Sobral onde fica até 1823; de pois instala-se no Colégio da Estrelinha (LxConv023) até 1832; depois muda para o Palácio dos Condes de Lumiares, onde fica até 1834 (ARAÚJO, 1992, p. 46).
Depois de instalada no Convento de Jesus, a academia viu o (agora) seu Museu de História Natural ser gradualmente enriquecido com a transferência de diversas colecções: em 1835 a colecção de minerais que existia na Intendência das minas e metais do Reino (RIBEIRO, VI, 1876, p. 121); em 1836 o Museu de História Natural existente na Ajuda transita também para o Museu da Academia. Este museu, que começara com a colecção pessoal de frei Joseph Mayne, abre ao público a 14 de Novembro de 1839 com o nome de Museu Nacional (também conhecido como Museu de Lisboa) (online Rómulo de Carvalho, Museu Maynense, 1993). Em 1857 inaugura-se no segundo andar do convento o Museu Geológico, dependente da Direcção Geral de Minas e Serviços Geológicos do Ministério do Comércio e Indústria (pertencendo actualmente ao Laboratório Nacional de Energia e Geologia, LNEG).
A 8 de Maio de 1858, parte do Museu Nacional é transferido para a Escola Politécnica de Lisboa (que viu a sua sessão inaugural decorrer no ano lectivo 1856-1857). Esta transferência deixa a zona oeste do convento (claustro incluído) agora desocupada. Veio a ocupar este espaço, ainda no ano de 1858, o Curso Superior de Letras, fundado por D. Pedro V. Entre 1859 e 1891 as dependências do Curso Superior de Letras foram ampliadas, adquirindo mais duas salas do piso térreo e alguns compartimentos do primeiro andar. Em 1910 o Curso Superior de Letras é renomeado para Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa A instituição abandona o edifício em 1964, transferindo-se para a sua localização actual, na Alameda da Universidade de Lisboa.
A 18 de Junho de 1895 lavra um grave incêndio na Câmara de Deputados do Palácio de São Bento. Por ofício a Direcção Geral de Instrução Pública, datado de 28 de Outubro de 1895, a sala da Biblioteca do antigo Convento de Jesus - à qual a Academia das Ciências renomeou de Salão Nobre - ocupou provisoriamente as funções de Câmara de Deputados até 1902 (AMARAL, 2012, pp. 31-32). Foi durante este período que se colocaram vidros nas estantes.
Em 2009, com a descoberta de vestígios humanos no claustro do convento, surgiu o projecto Percurso Científico do Património Museológico da Academia das Ciências de Lisboa, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (HC/0074/2009). No decurso do projecto fizeram-se escavações na ala sul do claustro, onde foram encontrados os vestígios das vítimas do terramoto de 1755. Por cima dos cadáveres dos frades, enterrados do modo habitual, encontravam-se cinzas e ossos de adultos e crianças de sexo indiferenciado (ANTUNES, 2010, pp. 174-176). Após as escavações, algumas das sepulturas do claustro foram cobertas em vidro para permitir observar o interior das sepulturas.
Por Portaria de 24 de Dezembro de 2010 o Gabinete do Secretário de Estado da Cultura classifica como Conjunto de Interesse Público (CIP) o conjunto constituído pelo antigo Convento de Nossa Senhora de Jesus e restos da cerca conventual, incluindo a Igreja de Nossa Senhora de Jesus, também designada por Igreja Paroquial das Mercês, a Academia das Ciências, o Museu Geológico do Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG), a Capela da Ordem Terceira de Nossa Senhora de Jesus e o Hospital de Jesus; sito na Rua da Academia das Ciências, na Rua da Arrochela e no Largo de Jesus, freguesia das Mercês, concelho e distrito de Lisboa (Portaria nº 1176/2010, DR, 2ª Série, nº 248).Evolução urbanaO Convento de Jesus foi construído no sítio dos Cardais, na antiga freguesia de Santa Catarina (depois de Nossa Senhora das Mercês / Mercês, agregada desde 2012 na freguesia da Misericórdia), local descrito como sendo «outrora pastio silvestre e abandonado» (ANDRADE, 1946, p. 69), «um deserto, com uma ou outra casa» (ARAÚJO, 1992, p. 39).
Constituído pelo Hospital de Jesus, pela igreja paroquial das Mercês e pelo edifício conventual (hoje pertencente à Academia das Ciências), o Convento de Jesus apresenta o alçado do hospital e da igreja orientado a sul e o do edifício conventual a norte. O complexo conventual é delimitado a poente pela Rua da Cruz (actual Rua da Cruz dos Poiais); a norte pela Rua do Arco do Marquês (actual Rua da Academia das Ciências); a nascente pela antiga cerca do convento; e a sul com a Travessa da Arrochela, com o Largo de Jesus e também com a antiga cerca.
As primeiras aquisições de terrenos por parte dos religiosos terceiros após a fundação do convento destinaram-se à ampliação da cerca: a 3 de Janeiro de 1598 adquiriram «um pedaço do Cardal livre e izento por duzendos e sincoenta mil reis» e «uns chãos e casas» (ANDRADE, 1946, p. 89). O cardal foi adquirido a Fernão Rodrigues e Maria Pedrosa (sua mulher), sendo Fernão Rodrigues filho de Luís Rodrigues Pedrosa, ex-proprietário dos terrenos agora ocupados pelo Convento de Jesus. Também para o amplio da cerca, no mês de Junho de 1613 os religiosos adquiriam um cardal a António Correia (Idem, p. 89).
Para a construção da igreja, em 1623 os religiosos receberam um alvará régio que lhes autorizava a aquisição de «humas cazas para serventia da Porta Principal da igreja» do convento (Idem, p. 89). E em 1650 compraram ainda umas casas a Garcia Quaresma «que se derrubarão para o adro da igreja» (Idem, p. 89). O adro da igreja do Convento de Jesus sofreu ao longo do tempo várias transformações. Começando com o terramoto de 1755 que o havia danificado, acabou por ser reconstruído pelo arquitecto Joaquim de Oliveira. Norberto Araújo afirma que no final do século XIX «as exigências do transito obrigaram a encurtar esse adro alongado», tendo sido «muito mais extenso do que o actual [em 1939-1940]» (ARAÚJO, 1992, p. 40). Júlio Castilho, por sua vez, acusa a destruição total do adro em 1956 (CASTILHO, III, 1956, p. 276). Em 2004, no local onda havia existido o adro, foram iniciadas as obras para a construção de um parque de estacionamento subterrâneo.
A 20 de Junho de 1678 os religiosos do convento adquirem autorização para a aquisição de novas casas e terrenos para o romper de uma rua que ligasse o Largo de Jesus à Calçada do Combro, formando a Rua Nova de Jesus, que veio mais tarde a ser denominada por Travessa do Convento de Jesus: «depois de aberta a ditta rua, venderão os suplicantes logo dentro do mesmo termo a pessoas leigas, livremente, sem pensão, ou encargo algum» (ANDRADE, 1946, p. 99).
No último quartel do século XVIII são construídas umas casas junto ao arco da Rua do Arco do Marquês (Idem, p. 90; cf. plantas MILCENT, 1785; FAVA, 1807).
Aquando do processo de extinção, em 1834, foi feito um levantamento das propriedades pertencentes ao convento. Eram elas na Rua da Cruz, nº 50 a 55C, Rua dos Cardais de Jesus nº 68 a 72, Rua do Arco do Marquês nº 5 a 36 (ANTT, Inventário de extinção [...], f. 0267-0313). Possuíam os religiosos do convento ainda «umas casas arruinadas» na Travessa do Poço e propriedades na Rua da Atalaia, nº 140 a 145 (ANTT, Idem, f. 0585, f. 0530-531); ambas na freguesia da Encarnação. Por último, tinham ainda uma quinta na freguesia de São Bartolomeu da Charneca denominada por Quinta dos Frades de Jesus (ANTT, Idem, f. 0315-316) e outros terrenos em Albarraque, Chelas, Évora e Santarém (ANTT, Idem, f. 0363-378). Após a extinção das ordens religiosas todas estas propriedades deixaram de pertencer ao convento, passando para a Fazenda Nacional. A única excepção foi a propriedade da Rua do Arco do Marquês nº 23 a 30, que correspondia à biblioteca do extinto convento e por isso passou a ser propriedade da Academia das Ciências (ANTT, Idem, f. 0311-0312).
Júlio Castilho afirma que até 1867 «corria uma série de casebres miseráveis, que até mesmo numa aldeia seriam ridículos» na Rua do Arco do Marquês, diante da Academia das Ciências (CASTILHO, III, 1956, p. 300). A demolição dos casebres foi solicitada em sessão camarária de 29 de Julho de 1861, mas acaba por só se concretizar em 1867, dando depois origem a «uma espécie de praça ou rua larga, hoje orlada de bonitos prédios, que todos teem seus jardins altos á frente» (Idem, pp. 300-301).
Por Portaria de 16 de Setembro de 1836 foram cedidos à Academia «os terrenos devolutos, cobertos de matos de cardais» pertencentes às cercas do Convento de Jesus e dos Paulistas para que no espaço que esses terrenos ocupavam fosse instalado um Jardim Botânico (AMARAL, 2012, p. 31). Contudo, o projecto não chega a ser concretizado. Mais tarde, em 1906, é projectado no mesmo local o Liceu Passos Manuel, inaugurado a 9 de Janeiro de 1911. A construção do liceu foi acompanhada pelo rompimento de um acesso que estabelece ligação entre a Rua da Academia das Ciências com o Largo de Jesus (cf. PINTO, 1904/1911, Planta 10F).
Com excepção deste acesso criado em sequência da construção do liceu, o conjunto principal de arruamentos que envolve o Convento Jesus já se encontrava definido na planta datada de cerca de 1770, da autoria do sargento-mor José Monteiro de Carvalho (planta CARVALHO, c. 1770). Referimo-nos aos arruamentos: Rua da Cruz dos Poiais, a poente; Rua da Academia das Ciências, a norte; e a sul à Travessa da Arrochela e ao Largo de Jesus (que surge da confluência da Travessa da Arrochela, Rua das Parreiras, Rua do Vale e Travessa do Convento de Jesus). A alteração mais significativa corresponde ao período pós 1834, com a sucessiva perda de terrenos e casas anteriormente pertencentes aos religiosos do convento (cf. Enquadramento urbano, 1834; Enquadramento urbano, 2015). Este é um aspecto que se torna evidente após a construção do Liceu Passos Manuel no espaço da antiga cerca do Convento de Jesus. Apesar do edifício do liceu ocupar grande parte da antiga cerca do Convento dos Paulistas (LxConv053), é na antiga cerca do Convento de Jesus que se situa o estacionamento do liceu.Caracterização arquitectónicaA construção do Convento de Jesus decorreu ao longo de 200 anos até alcançar a sua formulação final, desde 1595, data da fundação do convento, até à inauguração da Livraria em 1795. Podemos, contudo, aferir que a edificação do convento desenvolveu-se ao longo de duas campanhas de obras. A primeira estabelece-se entre 1595 e 1707 (ano das descrição da História dos Mosteiros... (II, 1972, pp. 7-22.), onde foram construídas as principais dependências do convento: hospital, capela dos Terceiros, igreja, claustro, enfermaria, refeitório, dormitórios e noviciado. A segunda campanha surge em sequência das reconstruções pós-terramoto que, iniciadas em 1757, vêem-se concluídas em 1795 com a inauguração de uma nova casa que não existia no traço primitivo do convento, a Livraria. Após a construção da biblioteca, o conjunto conventual só viria a ser alvo de alterações estruturais após a extinção das ordens religiosas, em 1834, já com a Academia das Ciências como nova proprietária do edifício.
O Convento de Jesus é composto por três estruturas desenvolvidas longitudinalmente: o Hospital de Jesus, a igreja e o edifício conventual. Originalmente estas três estruturas eram intercomunicantes através do cruzeiro da igreja, onde, do lado do Evangelho, era feito o acesso à Capela dos Terceiros (pertencente ao Hospital de Jesus) e pelo lado do Epístola o acesso ao claustro do convento. Actualmente as três estruturas funcionam de forma independente: o Hospital de Jesus manteve as suas funções ligadas à saúde, operando hoje como clínica privada; a igreja foi convertida em paroquial; e o edifício conventual pertence à Academia das Ciências que disponibiliza ao público o acesso ao Museu Geológico (pertencente hoje ao LNEG) e à biblioteca do antigo convento.
O Hospital de Jesus apresenta-se orientado a sul, com fachada voltada para a Rua da Arrochela, e é delimitado a poente pela Rua da Cruz de Poiais e a nascente pela Igreja paroquial das Mercês (por via da Capela dos Terceiros). Até 1927 o edifício apresentava dois pisos, tendo sido ampliado para três pisos na campanha de obras que ocorreu entre 1927 e 1930.
A antiga igreja do convento - transformada desde 1835 em igreja paroquial da freguesia das Mercês - está orientada a sul, com a fachada principal voltada para o Largo de Jesus. É confrontada a poente pela Capela dos Terceiros, a nascente pelo edifício conventual e a norte pela Rua da Academia das Ciências (onde se rasga a fachada norte).
Quanto ao edifício conventual, encontra-se voltado para norte, para a Rua da Academia das Ciências. É confrontado a poente pela igreja paroquial das Mercês, a nascente com casas privadas anteriormente pertencentes ao convento (fachada lateral) e a sul pela antiga cerca do convento (onde foi edificado o Liceu Passos Manuel). A fachada norte do edifício (Rua da Academia das Ciências) apresenta-se dividida em três pisos e três panos, sendo o acesso ao interior feito pelo pano central. A poente da fachada norte encontra-se um corpo reentrante que corresponde à ala norte do claustro, onde se localizava parte dos antigos dormitórios dos religiosos do convento. A reentrância deste corpo deve-se à existência de várias casas diante deste, que haviam pertencido ao convento antes da extinção das ordens religiosas. Actualmente este corpo apresenta três pisos, constando de janelas no segundo e vãos entaipados no terceiro.
Com o Terramoto de 1755 todo o Convento de Jesus sofreu graves estragos. Para uma análise arquitectónica do convento, importa fazer a leitura desses mesmos estragos, bem como das reconstruções pós- terramoto e das ampliações realizadas ao longo dos anos que se seguiram.
As descrições dos estragos causados pelo terramoto são unanimes ao acusar a queda da parede do óculo, que se situava junto à capela-mor da igreja, como sendo o primeiro sinal da ruina do convento. Com a sua queda, parte do tecto da igreja cede, acabando por danificar o altar-mor e os arcos de pedra que sustentavam o cruzeiro e o coro. Os estragos afectaram gravemente todo o claustro, quer na ala oriente (ala pela qual se estabelecia o acesso entre a igreja e o claustro), como nas restantes alas onde se instalavam os dormitórios do convento, a enfermaria e o refeitório. A 20 de Janeiro de 1756 o tecto da igreja, que havia resistido ao sismo, cede agora por completo, destruindo o coro da igreja. O edifício da Irmandade dos Terceiros Seculares também não escapa: uma das paredes da enfermaria destinada às mulheres do Hospital de Jesus é destruída, o tecto da Capela dos Terceiros (que era de abóbada de tijolo) e respectiva Casa do Despacho ficam totalmente destruídos. A reconstrução é paga própria irmandade, responsável por reconstruir as enfermarias do Hospital, a Casa do Despacho, bem como o tecto da Capela dos Terceiros com estuques de autoria de Giovanni Grossi (CASTILHO, III, 1956, p. 297; Dos Conventos..., f. 207v).
Frei Manuel da Conceição Poyares, padre Ex-Definidor e Ministro Local da Casa, é responsável pela primeira campanha de obras de reconstrução do convento logo após o terramoto. Manda imediatamente desentulhar a igreja, resgatar os materiais e mais objectos que se poderiam reaproveitar, nomeadamente vários quadros e o orgão da igreja - assinado por Arsacius Geyer e datado de 1591 (ANTUNES, 2010, p. 169). Poyares consolida ainda as zonas que não haviam caído mas que se encontravam susceptíveis de ruir e reconstruiu o refeitório e a enfermaria do convento. Em 1757 inicia as reconstruções do dormitório do lados norte e oriente, algumas casas que se localizavam no espaço da cerca, e ainda os danos causados no Recolhimento do Espírito Santo dos Cardais (Dos Conventos..., f. 206v-207).
Na descrição do Convento de Jesus em 1707 (História dos Mosteiros..., II, 1972, pp. 7-22) obtemos uma rara imagem de como seria o convento na sua formulação primitiva. Esta descrição encontra paralelo visual no painel de azulejos proveniente do antigo Palácio dos Condes de Tentúgal, datado de cerca de 1700. Prosseguiremos a uma análise comparativa entre as descrições de 1707 e a formulação arquitectónica que o conjunto apresenta actualmente.
Ainda antes de chegar à fachada do edifício, encontrávamos um «terreyro de bastante grandesa pera nos dias de festa commodar muytas carruagens», e deste terreiro surgia uma escadaria com «treze degraos, e vencidos estes se segue hum taboleyro formado de lajes, e deste se torna a sobir outra escada que consta de sette degraos» (Idem, p. 9). O terreiro persistiu até aos dias de hoje na forma de um largo marcado pela presença de uma escadaria que precede a fachada da igreja e de um parque de estacionamento subterrâneo onde antes havia-se estabelecido o antigo terreyro. Além dos elementos que hoje encontramos diante do convento, houve ainda um adro «adornado com volutas laterais levantadas no murete, adeantado por sete degraus de escada circular, rodeada de «frades» de pedra» (ARAÚJO, V, 1992, p. 40). Este acabou por ser destruído cerca de 1956 (CASTILHO, III, 1956, p. 276).
Quanto à fachada da igreja, na sua formulação primitiva apresentava-se dividida em dois pisos e marcada pela presença de uma torre sineira sob o lado direito da fachada. Do primeiro piso, prolongando-se até ao segundo, erguiam-se oito pilares. No primeiro piso «assentam tres grandes arcos» e no segundo três janelas «cada huma das sobreditas janelas assenta a plumo sobre o meyo de cada hum dos arcos do primeyro [piso]. E sobre os pilares e janelas do segundo [piso] corre a simalha real, e dela pera sima se fecha a frontaria em hum angulo com huma torre tambem de pedra lavrada, em que tem seo lugar os sinos, ficando a ditta torre à mam direyta de quem quer entrar na igreja» (História dos Mosteiros..., II, 1972, p. 9).
A reformulação da fachada após o terramoto foi encarregue ao arquitecto Joaquim de Oliveira (Jornal de Bellas Artes, p. 358), responsável por embeber a fachada do gosto barroco. A fachada manteve a estrutura dividida em dois pisos, bem como a disposição dos portais do piso térreo (que dão acesso à galilé) e dos janelões do segundo. Divide-se agora em cinco panos. O piso térreo apresenta em cada pano extremo um nicho, sendo estes dedicados a Santo António e a São Francisco. Sobre o portal central encontra-se um nicho dedicado a Nossa Senhora de Jesus, sendo este encimado por um frontão triangular. Os dois pisos encontram-se divididos por um largo friso. No segundo piso destaca-se o recuo dos panos das extremidades, rasgando-se uma janela em cada um destes corpos reentrantes. A fachada é rematada por um tímpano ornamentado por fogaréus, responsável por cobrir os três panos centrais, contando com um óculo no eixo do portal central.
O interior da igreja, apesar de ter sido bastante danificado pelo terramoto, manteve a sua estrutura primitiva: planta em cruz latina com uma única nave, capelas laterais intercomunicantes (quatro em cada lado) e transepto saliente (com uma capela em cada braço). Originalmente a cobertura da igreja era em abóbada de ladrilho, contudo, em Dezembro de 1694 o tecto cai, sendo posteriormente reconstruído em madeira. Com o terramoto, o tecto volta a ruir e para sua reconstrução «sobre as paredes antigas da igreja se acrescentaraõ na altura mais seis palmos, para se plantar sobre ellas vigamento, e formar o tecto de estuque» (CASTRO, III, V, 1763, p. 244). A capela-mor reserva a sepultura do seu patrono, D. João Manuel. A iluminação da igreja é feita por via das janelas que são rasgadas entre cada capela lateral.
Quanto ao edifício conventual, este articula-se sobre o antigo claustro do convento, articulado em três pisos. De forma quadrangular, cada ala é composta por seis arcos responsáveis por ladear um pátio com quatro canteiros revestidos a azulejo policromo e uma cisterna ao centro. Antes do terramoto este edifício compreendia várias dependências associadas à vida dos religiosos, entre elas, uma enfermaria «em que podem estar sem aperto e discommodo doze enfermos» (História dos Mosteiros..., II, 1972, p. 20). Na zona do claustro estavam instalados os dormitórios dos religiosos do convento. Eram no total seis dormitórios «os quaes ficam nos tres lados do claustro, fazendo quarto o corpo da igreja [...] com bastantes cellas para dar morada a cem Religiosos que costumam habitar no convento» (Idem, pp. 19-20). Também no edifício conventual existia um refeitório que tinha por baixo uma adega e dispensa. Actualmente, as dependências associadas às antigas funções dos religiosos estão ocupadas por espaços associados ao trabalho da Academia das Ciências e às instalações do Museu Geológico (no convento desde 1857). Foram ainda preservados espaços que existiam antes da extinção das ordens, são eles a Aula Maynense, o (que restou do) Museu Maynense e a biblioteca do antigo convento.
O convento contava ainda com duas salas importantes, a Sala das Pinturas e a Sala da Biblioteca ou Livraria. A antiga biblioteca do convento, renomeada de Salão Nobre pela Academia, encontra-se intacta e aberta ao público, sendo propriedade da Academia das Ciências. A Sala das Pinturas já não existe, na medida em que o seu recheio foi vendido em hasta pública em 1860 a propósito da constituição da Galeria Nacional de Pintura (inaugurada em 1868), que em 1911 foi convertida no Museu Nacional de Arte Antiga (ANTUNES, 2010, p. 183). Totalmente revestida de pinturas, painéis e estampas, a Sala das Pinturas contava em 1834 com cerca de 500 obras, das quais se destacam a presença de autores como Vieira Portuense e Rubens (ANTT, Inventário de extinção [...], f. 0113-210).
Por seu lado, a biblioteca corresponde à última adição ao convento realizada pelos religiosos Terceiros (1771-1795). Apresenta-se organizada em dois pisos, ambos revestidos por estantes, sendo o acesso ao segundo piso feito por quatro escadas em caracol (uma em cada canto da sala). Apresenta ainda tecto em estuque pintado por Pedro Alexandrino de Carvalho. A biblioteca dava acesso à Sala das Pinturas, a uma sala dedicada a manuscritos e a várias salas de estudo privadas (ANDRADE, 1946, p. 94). Em 1834, aquando do processo de extinção do Convento de Jesus, a biblioteca é descrita tendo «em todas as quatro fáces vinte e oito janellas, que a rodeia, em toda a sua circunferencia, e que a fazem mais brilhante e clara [...]. Tem em roda da Segunda Simalha em sua maior Altura das paredes, trinta e quatro Bustos, que representão varios heróes, e Sabios da Naccão Portugueza, assim como de Naccoins Estrangeiras, e ao meio da parede da Frente na mesma Simalha tem os dois Bustos, d'El Rey o Senhor Dom João Sexto, e de sua mulher e Senhora Donna Carlota Joaquina, e com consta a dita Livraria demais de trinta e dois mil volumes» (ANTT, Inventário de extinção [...], f. 0020-0022). Em 1939-1940, Norberto Araújo afirma que a colecção havia aumentado para cerca de 130.000 volumes (ARAÚJO, V, 1992, p. 48).Inventário de extinçãoANTT, Ministério das Finanças, Convento de Nossa Senhora de Jesus de Lisboa, Cx. 2226, http://digitarq.dgarq.gov.pt/details?id=4695235
O processo administrativo relativo à extinção do Convento de Nossa Senhora de Jesus de Lisboa (704 fólios digitalizados) contém documentação relativa aos autos de inventário, autos de avaliação e autos de tomada de posse dos bens móveis e imóveis desta casa religiosa.
Pela Portaria de 14 de Março de 1834, da Junta do Exame do Estado Actual e Melhoramento Temporal das Ordens Regulares, encarregada da Reforma Geral Eclesiástica, dá-se início às diligências relativas à supressão do convento e ao inventário dos seus bens (f. 0327-0328).
Como juiz responsável pelo inventário é nomeado Joze Theotonio Canuto de Forjó, que por sua vez elege Manoel Joaquim Semblano Girão Saldanha da Gram como escrivão (f. 0328). Frei Jose da Graça é nomeado cabeça de casal inventariante pelos religiosos que viviam no convento (f. 0009).
A 20 de Março procede-se ao levantamento do número de religiosos que habitam o convento de Jesus. Os sete religiosos residentes (frei Jose da Graça, frei Antonio de Castro, frei Bernardo de São Joze, frei Joze Joaquim Cardozo, frei Antonio Alves Martins, frei Isidoro Godinho Valdez e frei Bento do Carmo) são intimados a mudar-se para o Convento de Nossa Senhora da Verderena (f. 0330-0331).
Passam também para o Convento de Verderena quatro religiosos e os soldados do 1º Batalhão de Voluntários do Comércio Joze Maria da Matta, Pedro Rodrigues de Santa Agueda Cardoso, Joze Maria de Jesus, Luiz Ignacio Guedes e Francisco Telles), aos quais o Prelado do Convento de Jesus fica responsável pela prestação diária de 160$000. (f. 0557).
A 22 de Março dá-se início ao inventário «da mobília, utencilios, e mais objectos pertencentes ao culto da Igreja do Convento» (f. 0401-0402), no qual são descritas quinze capelas pertencentes ao corpo da igreja (f. 0407-0419), e outras três incorporadas nos dormitórios e noviciado (f. 0425-0427). Relativamente ao coro da igreja, dizem que possui «hum grande orgão que dizem ser dos melhores de Lisboa» (f. 0420).
A 27 de Maio é realizado o auto de entrega da igreja a Francisco Joze Pinto, Prior da freguesia de Santa Catarina (f. 0345-f. 0346).
O inventário dos objectos preciosos não sagrados tem início a 5 de Abril de 1834, quando o juiz e escrivão responsável pelo inventário se deslocam ao convento na companhia do Fiscal da Fazenda Pública para que «ahi formando os autos do estillo proceda se inventarios da mobilia, e de todos os objectos temporaes pertencentes do mesmo convento» (f. 0005). O inventário é entregue à Secretaria da Junta no dia 26 de junho do mesmo ano (f. 0221-0222), e nele constam as descrições: dos livros do cartório (f. 0013-0018), da sala da Biblioteca (f. 0019-0024), dos prédios urbanos do convento (f. 0025-0048), dos títulos, apólices e acções (f. 0053-0112) e, por fim, dos quadros, painéis e estampas pertencentes à designada Casa das Pinturas (f. 0113-0215).
Relativamente ao cartório, é referida a existência de cartorze livros (f. 0013-0018).
A Sala da Biblioteca é descrita tendo de «comprimento, sento e cinquenta e quatro palmos, e a sua largura de cinquenta e quatro palmos e meio, com pé direito proporcionado» (f. 0019). Possui tecto com estuques pintados por Pedro Alexandrino de Carvalho, paredes revestidas por estantes, sendo que «em roda tem huma varanda sahida à frente com quatro tribunas, huma em cada face» (f. 0019-0020). O acesso à varanda é feito por quatro escadas, uma em cada ângulo da Biblioteca. No total são vinte e oito janelas que iluminam o espaço, distribuídas pelas quatro paredes (f. 0020).
«Tem em roda da segunda simalha em sua maior altura das paredes, trinta e quatro bustos, que representam varios heróes, e sábios da Naccão Portuguesa, assim como de Naccoins Estrangeiras, e ao meio da parede da frente na mesma simalha tem os dois bustos, d'El Rey o senhor Dom João sexto, e de sua mulher a Senhora Donna Carlota Joaquina» (f. 0021). Existe uma sala contígua à da Biblioteca que contém manuscritos (f. 0022).
A chamada Casa das Pinturas conta com quatrocentos e setenta e seis quadros e painéis que revestem as paredes e tecto da sala, além de trinta quadros avulsos, totalizando um recheio de quinhentas e sete obras (f. 0113-0215), compreendendo temáticas variadas, tais como pintura morta, cenas de batalha e caça, pintura religiosa e retratos de figuras como D. Sebastião, D. João V e Marquês de Pombal. Destaca-se ainda a presença de obras de autores como Francisco Vieira (f. 0121 e f. 0137-0138) e Rubens (f. 0177).
A tomada de posse da Casa das Pinturas ocorre a 9 de Novembro de 1834, dia em que Marcos Cosmelli se desloca ao convento «para o fim de fazer entrega a Academia Real das Sciencias de Lisboa da Livraria, Museu, Gabinete de Medalhas, e Pinturas do exticto Convento de Jesus» (f. 0237). Estiveram presentes na qualidade de testemunhas: Joaquim Joze da Costa de Macedo, Secretário da Academia, frei Antonio de Castro, religioso do convento e responsável pelos espaços a serem entregues à Academia e Manoel Joze Pires, Guarda da Academia (f. 0237-0240).
Pelo Decreto de 16 de Dezembro de 1793 é cedida a frei Joze Mayne a licença para a aquisição dos padrões e propriedades edificadas no chão da cerca «destinados para a conservação da Livraria e Museo do Convento» (f. 0691-0692).
No que diz respeito aos prédios urbanos do suprimido convento compreendiam as propriedades sitas: na Rua da Cruz, 50 a 55C (f. 0025-0028 e f. 0302-0305), na Rua dos Cardaes de Jesus, 68 a 72 (f. 0271-0273 e f. 0305-0307) e e na Rua do Arco do Marques, 5 a 22 e 31 a 36 (f. 0029-0048 e f. 0309-0313).
Note-se que que não constam da avaliação dos prédios urbanos as propriedades da Rua do Arco do Marquês 23 a 30, por estas pertencerem ao espaço conventual, correspondendo à Sala da Biblioteca (f. 0311-0312). Importa referir que em diferentes ocasiões é feito corresponder à Sala da Biblioteca o nº 23 a 30 (f. 0311), e noutras entre o nº 24 a 30 (f. 0256); assumiremos como correta a primeira hipótese.
A tomada de posse por parte da Fazenda Nacional de todas as propriedades acima referidas decorre entre os dias 15, 16 e 18 de Julho de 1834. Compareceram: Joaquim Rodrigues da Costa Chaves, escrivão; Rodrigo Antonio Segurado de Lemos, Provedor do Quinto Distrito; e Antonio Melitão de Passos, oficial das Diligências da Provedoria. Como testemunhas foram convocados Manoel Caetano de Oliveira, dono de fábrica de chapéus e vernizes, e Miguel Simões dos Reys, marceneiro (f. 0267-0276).
A avaliação dos prédios urbanos (f. 0302-0313) realiza-se entre 6 e 9 de Agosto e é realizada por Prodencio Joze de Oliveira, mestre pedreiro e Manoel Francisco Mafra, mestre carpinteiro. São avaliadas as casas sitas na Rua da Cruz - total de 441$200 (f. 0302-0305), na Rua dos Cardaes de Jesus - 950$000 (f. 0305-0307) e na Rua do Arco do Marquês - 6:980$440 (f. 0308-0313).
A 6 de Dezembro de 1834 é levada a cabo a tomada de posse por parte da Academia de Ciências «do resto do convento» (f. 0247), isto é, a aquisição do Museu e da Sala da Biblioteca, sitas na Rua do Arco do Marquês, 5 a 14 e 23 a 30 (f. 0255-0256). São testemunhas, frei Jose da Graça e frei Antonio de Castro (religiosos do convento), Joaquim Joze da Costa de Macedo (Secretário da Academia) e o escrivão Marcos Cosmelli (f. 0255-0258).
É referido que nas propriedades da Rua do Arco do Marquês havia dezassete moradores nas casas e propriedades agora pertencentes à Academia de Ciências, pelo que esta ficou responsável por pagar à Fazenda Nacional as rendas vencidas dos respectivos arrendatários até ao fim do corrente mês e ano (f. 0259).
São ainda referidas como pertencentes ao convento várias propriedades que não constam no inventário, como «umas casas arruinadas» na Travessa do Poço, freguesia de Nossa Senhora da Encarnação (f. 0585). Verifica-se a mesma situação com as propriedades da Rua da Atalaia, 140 a 145, também na freguesia de Nossa Senhora da Encarnação (f. 0530-0532), correspondendo a «duas lojas e dois andares, cada huma com sua escada, conssestindo a sua frente, em duas janelas de sacada e huma de peitos» (f. 0531). As propriedades, avaliadas num total de 600$000 (f. 0533-0534) em Março de 1835, foram vendidas em Outubro por 1:620$000 (f. 0534).
O convento era também proprietário da denominada Quinta dos Frades de Jesus, na freguesia de São Bartholomeu da Charneca (f. 0315-0316). É descrita como possuindo «pavimento de casas altas, e báchas com seu patio de entrada com Adega e Lagar de Pedra de fazer vinho. O predio rustico consta de vinha e parreiras, e algumas arvores de fruta, e poço de agua tirada a balde, e he toda morada a dita quinta» (f. 0579-0580), e avaliada em 800$000, e cada casa nela integrada, em 24$000 (f. 0580). A arrematação da renda da Quinta ocorre entre 5 e 7 de Maio de 1834 (f. 0495 e condições de arrematação f. 0489-498).
Além das propriedades acima referidas, excluídas do inventário, documentos do Cartório do convento referem o aforamento de diversos terrenos fora da cerca, nomeadamente em Albarraque (f. 0363), Chelas (f. 0364), Évora (f. 0367) e Santarém (f. 0378).
A 23 de Abril de 1834, Joze Maria Rimoto e Antonio Dias Alvares, avaliadores privativos de prédios rústicos, deslocam-se ao convento com o objetivo de avaliarem a renda da cerca para se proceder à sua entrega à Fazenda Pública (f. 0521-0524). A renda é avaliada até ao fim de Dezembro em 150$000, e de renda anual 120$000 (f. 524).
Os avaliadores descrevem ainda a cerca: «a porta principal de serventia junto do referido convento, e consta a ditta cerca logo a entrada de hum quintalao com arvores de capinho, todo morado em roda, e contiguo ha outro pequeno quintal com huma parreira, o qual he tambem morado. Tem varios quarteiroes de chão de horta com ruas cobertas com parreira sobre pillares de pedra e forquilhas de ferro, poço com engenho real, e hum grande tanque de alvenaria» (f. 0523-0524).
Dois anos depois, a 19 de Abril de 1836, os avaliadores privativos avaliam o valor total da cerca do extinto convento em 4:500$000 (f. 0635-0636).
Juros dos devedores ao Convento de Jesus (f. 0481-0486). O Convento da Villa de Vianna (Alentejo), possui apólices pertencente ao Convento de Jesus, tendo estas sido entregues à Junta do Exame [...] (f. 0509-0511).
A 5 de Maio de 1834 realiza-se o «treslado do mappa das appolices, títulos de divida, e accoins do banco achados no Convento» (f. 0641) para que este seja entregue à Tesouraria da Junta do Exame [...] (f. 0641-0680), e a 4 de Junho do mesmo ano é feito o «treslado da rellação dos padroens» (f. 0681-0688).Cronologia1422 A Ordem Terceira de São Francisco entra pela primeira vez em Portugal, construindo um oratório dedicado a Santa Catarina na Ribeira de Santarém. 1582-12-16 Luís Rodrigues de Pedrosa, sua mulher e irmão doam terrenos (que constava de uma ermida dedicada à Virgem Mãe de Deus, umas casas e um cardal) à Ordem Terceira de São Francisco para que nele os religiosos construíssem o futuro Convento de Nossa Senhora de Jesus. 1583 1583 Com licença cedida pelo Senado da Câmara e Provisão do Arcebispo D. Jorge de Almeida, os religiosos do Convento de São Simão de Almada deslocam-se para o (futuro) Convento de Jesus para nele residirem. 1584-10-26 Provisão do Arcebispo de Lisboa D. Jorge de Almeida que ratifica a posse dos terrenos à Ordem Terceira de São Francisco. 1586-06-25 Autorização de Papa Sisto V para que se inicie a construção do Convento de Jesus. 1595-04-17 Fundação do Convento de Nossa Senhora de Jesus. 1598-01-03 Aquisição por parte dos religiosos de um cardal destinado à cerca do convento a Fernão Rodrigues (filho de Luís Rodrigues Pedrosa) e sua mulher, Maria Pedrosa. 1613-06 Aquisição de um cardal a António Correia de um cardal destinado ao alargamento da cerca. 1615-07-30 Colocação da primeira pedra da igreja do convento. 1615-09-16 A Câmara de Lisboa concede uma esmola de sessenta mil réis, tirados do rendimento do real d´água para ajuda das obras que os religisos estão fazendo no convento, principalmente para a «igreja nova». 1623 Alvará autorizando os religiosos a comprarem umas casas para a serventia da porta principal da igreja do convento. 1623-02-24 Realização da primeira missa. 1632-05-13 D. João Manuel (Bispo de Viseu, Coimbra e Arcebispo de Lisboa) torna-se padroeiro da capela-mor do convento, para que nela fosse sepultado, bem como todos os Condes de Atalaia. 1633-06-04 Morte de D. João Manuel, benfeitor da capela-mor, que deixa à Ordem 140$000 de juro no Real de Água de Lisboa. 1633-06-20 Término da construção da capela-mor, mandada edificar pelo Arcebispo de Lisboa, D. João Manuel para que o seu patrono nela fosse sepultado. 1640 Construção da enfermaria. 1640 Estabelecimento da Irmandade da Ordem Terceira Secular no Convento de Jesus, onde constrói um hospital, enfermaria e a Capela dos Terceiros. 1650 Aquisição de umas casas que os religiosos derrubaram para a construção do adro da igreja. 1661-07-08 Queda e morte de 3 trabalhadores na abóbada da sacristia, homenageados em lápide colocada no claustro do convento com a inscrição: "EM 8 D IVLHO D 661 MORRERAM TRES HOMENS NABOBEDA DESTA SACRISTIA PED HUM PADRE NOSSO E HUA AVE MARIA POR SVAS ALMAS". Sabe-se que a abóbada havia caído anteriormente, c. 1661, pelo que a morte dos três homens terá sucedido na sequência das reparações. 1675 Construção do dormitório. 1678-06-20 Alvará autorizando os religiosos do Convento de Nossa Senhora de Jesus a comprarem um terreno para poderem abrir uma rua pública desder a portaria do convento até ao meio da Calçada do Combro. 1680 Os religiosos do Convento de Jesus ficam responsáveis pela administração do Recolhimento do Espírito Santo dos Cardais após a morte da sua fundadora. 1694-12 A abóboda do tecto da igreja cai, ocorrência que não contou com feridos. É mais tarde restaurada em madeira. Século XVIII - 1ª metade Construção das enfermarias, portas colaterais, noviciado, e ainda de umas casas na cerca junto ao arco do Marquês 1707 Neste ano o edifício já se encontrava todo construído, faltando apenas alguns ornamentos. O jardim do clautro ainda não existia. 1712 Conclusão das obras no claustro, incluindo azulejaria e sepulturas (ver inscrição em pilar da ala Sul) 1723-06-07 Nascimento de frei Joseph de Jesus Maria Mayne. 1724-03-01 Nascimento de frei Manuel do Cenáculo. 1725 Conclusão da cisterna para abastecimento de água ao convento 1755-11-01 O terramoto danifica: a igreja do convento (capela-mor, capela do Santíssimo Sacramento, arcos que sustentavam o tecto da igreja), a zona conventual (refeitório, dormitório, claustro, enfermaria) e a Capela dos Terceiros e respectiva Casa do Despacho. 1755-11-02 Os religiosos instalam-se na Capela de São Francisco, sita na cerca do convento, transferindo para esta capela o Santíssimo Sacramento. 1756-01-20 O tecto da igreja cede, destruindo por completo o coro. 1757 Frei Manuel Conceição Poyares (Ministro local da Casa) inicia a campanha de reconstrução do convento: reparação dos estragos no dormitório no cardal norte e oriente, em algumas casas que se localizavam no espaço da cerca, e ainda no Recolhimento do Espírito Santo dos Cardais. 1768 | 1777 Durante estes anos frei Manuel do Cenáculo ocupa as funções de Provincial da Ordem Terceira. Inicia a construção da Livraria do convento, sendo o próprio a financiar grande parte da construção. Durante este período termina a reconstrução do convento iniciada por frei Manuel Conceição Poyares (reparações dos dormitórios, refeitório, noviciado, cerca, coro, capela-mor e frontispício). 1771-02-12 O Definitório da Ordem Terceira ordena que se inicie a construção da Livraria ficando contratado para as obras o mestre Francisco António. 1779-12-24 Aviso régio para a fundação da Academia das Ciências (com o patrocínio da Rainha D. Maria I). Contou com os principais fundadores: o 2.º Duque de Lafões (primeiro presidente) e o Abade Francisco Corrêa da Serra (primeiro secretário) 1780 Inauguração da Tipografia da Academia de Ciências, em funcionamento na zona baixa do convento. Foi extinta em 2 de Novembro de 1910. 1780-05 Frei Joseph Mayne institui um fundo de rendimento para a Biblioteca, Museu de História Natural e Aula Maynense. 1782-01-11 Frei Joseph Mayne abandona o Convento de Jesus. 1792 Frei Joseph Mayne doa a sua colecção à Academia de Ciências, fundando no Convento de Jesus um Museu de História Natural. 1792 É inaugurada a Aula de História Natural, projectada por frei Joseph Mayne (em 1849 nomeada de Aula Maynense). 1792-12-23 Morte de frei Joseph Mayne. 1792-12-24 É entregue à Academia das Ciências a administração do Museu de História Natural, a Aula Maynense e a biblioteca do Convento de Jesus. 1793-12-16 Licença concedida por D. Maria I ao Ministro Geral da Ordem Terceira para a aquisição dos padrões e propriedades edificadas no chão da cerca "destinados para a conservação da Livraria e Museo do Convento". Padrões e propriedades tinham sido adquiridas por frei Joseph Mayne sem licença oficial. A licença foi requisitada após a morte do religisoso. 1795 Inauguração da biblioteca. 1826-08-27 Decreto que incorpora na Real Academia das Ciências o Museu de História Natural existente na Ajuda. 1826-11-08 Portaria da Infante Regente, determinando que a Sociedade Promotora da Indústria Nacional se instale em parte do Convento de Jesus. 1827-07-31 Publicada na Gazeta de Lisboa a medição, na respectivasnascentes, da água cedida ao Aqueduto Geral das Águas Livres, entre 1 de maio e 17 Julho 1827, pelo Convento de Nossa Senhora de Jesus. 1829 Um Parecer da Junta do Exame do Estado Actual e Melhoramento Temporal das Ordens Regulares sobre os conventos do país contabiliza como pertencentes à Ordem Terceira de São Francisco um total de 14 conventos, com 123 religiosos e 1.0976$361réis em rendas. 1829-05-27 Na igreja do convento cantou-se um "Te Deum Laudamus" em acção de graças pelo restabelecimento de D. Miguel. Assistiram, entre outros, importantes membros da nobreza e um grande número de eclesiásticos regulares e seculares. 1832-01-10 Pela Intendência Geral da Polícia são remetidas à Comissão estabelecida na Casa da India os donativos para a aquisição de capotes e outros objectos para os Corpos de voluntários Realistas e de milícias. Da lista de doadores fazem parte os religiosos do Convento de Jesus, com a quantia de 10$000 réis. 1833-09-04 Na lista de poços da cidade de Lisboa mandados examinar pela Conta do Administrador da Real Fábrica das Sedas e Obras das Águas Livres consta um poço na cerca do Convento de Jesus «com 15 palmos d'altura por 60 de comprido e 3 de largo, boa para beber [e] 1 Cisterna, com 15 palmos d´altura por 60 de comprido e 3 de largo, boa para beber». É também referido um poço de água salobra na Travessa do Convento de Jesus «com 49 palmos de profundidade d'agua, e 6 de diâmetro». 1833-10-21 Portaria enviada pela Junta do Exame que solicita ao vigário geral do Convento de Jesus que intime os religiosos do convento para se mudarem para o Convento Madre de Deus da Verderena, no Barreiro. 1834-03-14 Portaria da Junta do Exame do Estado Actual e Melhoramento Temporal das Ordens Regulares, encarregada da Reforma Geral Eclesiástica, nomeando Joze Theotonio Canuto de Forjó para coordenar as diligências relativas à supressão do Convento de Nossa Senhora de Jesus e ao inventário dos seus bens. 1834-03-20 Os sete religiosos residentes no convento são intimados a mudar-se para o Convento de Nossa Senhora da Verderena. 1834-05-27 A igreja é entregue ao prior da freguesia de Santa Catarina, frei Francisco Joze Pinto. 1834-05-30 É decretada a extinção de todas as casas religiosas masculinas das ordens regulares e a nacionalização dos seus bens. 1834-06-26 Termo de encerramento do inventário geral, com bens avaliados em 8.400$000. 1834-08-19 Portaria do Tribunal do Tesouro Público sobre a venda e o arrendamento dos bens nacionais. Determina que o Perfeito da Província da Estremadura dê orientações para que se proceda à venda dos bens móveis e semi-móveis, excepto os objetos do culto divino, as peças de ouro e prata e as livrarias; e que arrende, por um ano, todos os prédios rústicos e urbanos da Fazenda Nacional. 1834-10-23 Portaria que coloca a colecção de minerais que pertencia às Minas e Metais do Reino, à disposição da Academia de Ciências. 1834-11-09 Tomada de posse por parte da Academia de Ciências da Livraria, Museu, Gabinete de Medalhas e Casa das Pinturas. 1835-04-26 Transferência da freguesia de Nossa Senhora das Mercês para a igreja do extinto Convento de Jesus. 1835-11-24 Decreto que atribui o Real Museu de História Natural existente na Ajuda para que fosse incorporado no Museu de História Natural da Academia das Ciências. 1836-04-19 Avaliação da cerca no valor de 4:500$000. 1836-09-17 Portaria colocando à disposição da Academia de Ciências as cercas do Convento de Jesus e do Convento dos Paulistas, para aí se estabelecer um Jardim Botânico. O projecto não chega a ser concretizado. 1839-11-14 Abertura ao público do Museu Nacional (também denominado de Museu de Lisboa). Nele estava incluído o espólio que Joseph Mayne deixara no convento, o Museu da Academia, o Museu de História Natural da Ajuda, o espólio mineralógico das Minas e Metais do Reino, entre outras colecções. 1857 O Museu Geológico instala-se no 2º andar do convento, dependente da Direcção Geral de Minas e Serviços Geológicos do Ministério do Comércio e Indústria. 1858 Fundado por D. Pedro V, o Curso Superior de Letras (que a partir de 1910 surge como Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa), instala-se no Convento de Jesus, nas salas onde estava anteriormente o Museu de História Natural . 1858-03-09 O Governo ordena a transferência de parte do museu para a Escola Politécnica de Lisboa. A entrega oficial do espólio à Escola Politécnica faz-se a 8 de Maio do mesmo ano. 1859 | 1891 O Curso Superior de Letras ocupa novas dependências: o espaço do claustro, 2 salas piso térreo e compartimentos do primeiro andar. 1860 Venda em hasta pública das pinturas pertencentes à Sala das Pinturas do convento no âmbito da constituição da Galeria Nacional de Pintura, inaugurada em 1868 e que em 1911 foi convertida no Museu Nacional de Arte Antiga. 1867-03-22 Ofício do secretário geral da Academia Real das Ciências pedindo à CML alguns pés de árvores e arbustos para serem plantados pelo jardineiro da câmara na parte da cerca reservada pela academia para seu logradouro. O pedido é enviado em sessão de câmara de 28 de Março para o vereador do pelouro dos jardins e arvoredos. 1878-03-07 Inauguração da Sala das Sessões da Academia das Ciências, construída onde anteriormente era o refeitório do convento. 1885 Obras de ampliação da biblioteca do Curso Superior de Letras, onde foram edificadas paredes entre os pilares do claustro. 1895-06-18 Incêndio na Câmara de Deputados, instalada no Palácio de São Bento. 1895-10-28 As instalações do Salão Nobre da Academia (antiga biblioteca do convento) são provisoriamente cedidas para a Câmara dos Deputados, que aí se mantém até 1902. Foi nesta altura que se colocaram portas envidraçadas nas estantes. 1906 No espaço das cercas do Convento de Jesus e do Convento dos Paulistas (LxConv053) é construído o Liceu Passos Manuel. A aula inaugural realiza-se a 9 de Janeiro de 1911. 1927 | 1930 Campanha de obras no Hospital da Ordem Terceira Secular, responsável pela ampliação de um andar no edifício. 1930-12-08 Reabertura do hospital, agora denominado por Hospital de Jesus. Continua a pertencer à Ordem Terceira Secular. Desempenha as funções de clínica privada, vocacionada especialmente para a realização de cirurgia programada. 1944-03-27 A Igreja Paroquial das Mercês é classificada como Imóvel de Interesse Público (IIP). 1957 A Biblioteca Popular instala-se no Convento de Jesus. 1964 A Faculdade de Letras deixa de estar instalada no edifício. 2001 A Biblioteca Popular abandona o convento, sendo transferida para a Câmara Municipal de Lisboa. 2002-06 Elaboração da Carta de Ricto do imóvel pela DGEMN. 2004 Têm início as obras de construção do parque de estacionamento subterrâneo do Largo de Jesus. 2010-12-24 É classificado como Conjunto de Interesse Público (CIP) o conjunto constituído pelo antigo Convento de Nossa Senhora de Jesus e restos da cerca conventual, incluindo a Igreja de Nossa Senhora de Jesus, também designada por Igreja Paroquial das Mercês, a Academia das Ciências, o Museu Geológico do Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG), a Capela da Ordem Terceira de Nossa Senhora de Jesus e o Hospital de Jesus.Fontes e BibliografiaMaterial gráficoGAMEIRO, Alfredo - Igreja de Nossa Senhora das Mercês. Museu de Lisboa [1903]. |
Igreja do Convento de Jesus em Lisboa. Museu de Lisboa [1843/44]. |
CartografiaCARVALHO, José Monteiro de; - [Livro das plantas das freguesias de Lisboa]. Códices e documentos de proveniência desconhecida, nº 153, Planta da freguezia de N. Sª das Merces, f. 34 (imagem 0082). |
[Enquadramento urbano | Convento de Nossa Senhora de Jesus de Lisboa, 1834]. |
[Enquadramento urbano | Convento de Nossa Senhora de Jesus de Lisboa, 2015]. |
FAVA, Duarte José; - [Carta Topográfica da cidade de Lisboa preparada em 1807]. 3 plantas. 2305-2-16-22. |
FOLQUE, Filipe; - [Carta Topográfica de Lisboa e seus arredores, 1856/1858]. 1:1000. 65 plantas; 92 X 62,5cm, Planta 42 (Fevereiro 1856). |
MILCENT, Francisco D.; - [Plano Geral da Cidade de Lisboa em 1875]. 5000 palmos. 1 planta. MC.GRA.489. |
PINTO, Júlio António Vieira da Silva; - [Levantamento da planta de Lisboa, 1904/1911]. 1: 1000. 249 plantas; 80 X 50cm, Planta 10F (Maio de 1909). |
Manuscrito[Consultas da Comissão Eclesiástica da Reforma]. [Manuscrito]1822-1823. Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Ministério dos Negócios Eclesiásticos e Justiça, Maço 268, n.º 4, Caixa 214, Doc. 21. |
Inventário de extinção do Convento de Nossa Senhora de Jesus de Lisboa. [Manuscrito]Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Ministério das Finanças, Convento de Nossa Senhora de Jesus de Lisboa, Cx. 2226. | [Junta do Exame do Estado actual e Melhoramento temporal das Ordens Regulares]. [Manuscrito]1790-1830. Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Ministério dos Negócios Eclesiásticos e Justiça, Maço 270, nº1, Cx. 216, Doc. 21. Dos Conventos, e Mosteiros de Lisboa 1757, com a notícia verdadeira da ruína que padeceram em o fatal Terramoto, e Incêndio no 1.º de Novembro de 1755. [Manuscrito]Biblioteca Pública de Évora, f. 203-208.
Inventário de extinção do Hospício de Nossa Senhora do Desterro de Lisboa. [Manuscrito]. Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Ministério das Finanças, Hospício de Nossa Senhora do Desterro de Lisboa, Cx. 2225, f. 0174-0176. |
MonografiaABREU, Laurinda - Um parecer da Junta do Exame do Estado actual e Melhoramento Temporal das Ordens Regulares nas vésperas do decreto de 30 de Maio de 1834. Estudos em homenagem a Luís António de Oliveira Ramos. Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2004, pp. 117-130. |
AMARAL, Ilídio do - Nótulas Históricas Sobre os Primeiros Tempos da Academia das Ciências de Lisboa. Lisboa: Colibri, 2012. |
ANDRADE, Manuel Ferreira de - Do Convento de Nossa Senhora de Jesus. Lisboa. 1946. |
ARAÚJO, Norberto de - Peregrinações em Lisboa. 2ª Edição. Lisboa: Vega, livro V, 1992, pp. 39-50. |
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BETHENCOURT, Cardozo de - A Bibliotheca da Academia Real das Sciencias de Lisboa. Noticia Summaria. Lisboa: Typographia da Academia, 1909. |
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CASTILHO, Júlio de - Lisboa Antiga. O Bairro Alto, Volume III. 3ª edição - dirigida, revista e anotada por Gustavo de Matos Sequeira Edição. Lisboa: Oficinas Gráficas da CML, 1956, pp. 272-300. |
CASTRO, João Bautista de - Mappa de Portugal Antigo e Moderno. Lisboa: Oficina Patriarcal de Francisco Luis Ameno, tomo terceiro, parte V, 1763, pp. 241-244. |
CONCEYÇÃO, Fr. Apollinario da - Claustro Franciscano, Erecto no Dominio da Coroa Portuguesa e estabelecido sobre dezeseis venerabilissimas columnas. Expoem-se sua origem, e estado presente. Lisboa Occidental: Na Offic. de Antonio Isidoro da Fonseca, 1740, pp. 66-67. |
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ElectrónicoANTUNES, Miguel Telles - História da Academia das Ciências [Consult. 04-01-2016]. |
ANTUNES, Miguel Telles, autor - Museu Maynense [Consult. 04-01-2016]. |
CARVALHO, Rómulo de, autor - Museu Maynense [Consult. 04-01-2016]. |
Convento de Nossa Senhora de Jesus da Ordem Terceira de São Francisco / Academia das Ciências de Lisboa. Direção-Geral do Património Cultural [Consult. 10-11-2015]. SIPA - Sistema de Informação para o Património Arquitectónico, IPA.00003202. |
PeriódicoANDRADE, Ferreira de - A igreja de Nossa Senhora de Jesus [cont.]. Olisipo - Boletim do Grupo Amigos de Lisboa. Lisboa: Editorial Império, Limitada. Ano VIII, nº 31, julho de 1945, pp. 140-158. |
ANDRADE, Ferreira de - A igreja de Nossa Senhora de Jesus [conclusão]. Olisipo - Boletim do Grupo Amigos de Lisboa. Lisboa: Editorial Império, Limitada. Ano IX, nº 33, janeiro de 1946, pp. 22-48. |
ANDRADE, Ferreira de - A igreja de Nossa Senhora de Jesus. Olisipo - Boletim do Grupo Amigos de Lisboa. Lisboa: Editorial Império, Limitada. Ano VIII, nº 30, abril de 1945, pp. 85-89. |
ANTUNES, Miguel Telles - História Antiga e Património da Academia das Ciências de Lisboa. Museologia.pt. nº 4. Lisboa: Instituto dos Museus e da Conservação. 2010, pp. 166-185. |
Chronica Constitucional de Lisboa, nº 48. Lisboa: Imprensa Nacional, [19 de Setembro de 1833], p. 252. |
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Gazeta de Lisboa, nº 179. Lisboa: Na Impressão Regia, [31 de Julho de 1827], p. 1026. |
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SILVA, Augusto Vieira da - Notícias históricas das freguesias de Lisboa. Revista Municipal, nº 15. Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa. 1943, pp. 3-24. |
Material Fotográfico
| Convento de Nossa Senhora de Jesus | Exterior | Fachada sul. DPC_20150212_212E. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2015. |
| Convento de Nossa Senhora de Jesus | Interior | Academia das Ciências de Lisboa | Escadaria Sul. ECML_20150528_066. |
| Convento de Nossa Senhora de Jesus | Exterior | Fachada sul | Rua do Vale. |
| Convento de Nossa Senhora de Jesus | Exterior | Fachada norte | Biblioteca. ECML_20150528_165. |
| Convento de Nossa Senhora de Jesus | Exterior | Fachada norte | Dormitórios. ECML_20150528_168. |
| Convento de Nossa Senhora de Jesus | Interior | Escada norte. ECML_20150528_162. |
| Convento de Nossa Senhora de Jesus | Interior | Escada norte. ECML_20150528_164. |
| Convento de Nossa Senhora de Jesus | Interior | Academia das Ciências de Lisboa | Galeria norte. ECML_20150528_003. |
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| Convento de Nossa Senhora de Jesus | Interior | Claustro | Academia das Ciências de Lisboa | Galeria Norte. ECML_20150528_109. |
| Convento de Nossa Senhora de Jesus | Interior | Claustro | Academia das Ciências de Lisboa. ECML_20150528_112. |
| Convento de Nossa Senhora de Jesus | Interior | Claustro | Academia das Ciências de Lisboa. ECML_20150528_117. |
| Convento de Nossa Senhora de Jesus | Interior | Academia das Ciências de Lisboa. ECML_20150528_131. |
| Convento de Nossa Senhora de Jesus | Interior | Academia das Ciências de Lisboa. ECML_20150528_135. |
| Convento de Nossa Senhora de Jesus | Interior | Pátio poente. ECML_20150528_033. |
| Convento de Nossa Senhora de Jesus | Interior | Capela da Ordem Terceira de Jesus. ECML_20150528_177. |
| Convento de Nossa Senhora de Jesus | Interior | Capela da Ordem Terceira de Jesus. ECML_20150528_174. |
| Convento de Nossa Senhora de Jesus | Interior | Capela da Ordem Terceira de Jesus | Tecto da nave | Estuques relevados de Giovanni Grossi. ECML_20150528_172. |
| Convento de Nossa Senhora de Jesus | Interior | Capela da Ordem Terceira de Jesus | Painel | Estuques relevados de Giovanni Grossi. ECML_20150528_170. |
| Convento de Nossa Senhora de Jesus | Interior | Capela da Ordem Terceira de Jesus | Lado da Epístola | Estuques relevados de Giovanni Grossi. ECML_20150528_169. |
| Convento de Nossa Senhora de Jesus | Interior | Capela da Ordem Terceira de Jesus | Lado do Evangelho | Estuques relevados de Giovanni Grossi. ECML_20150528_178. |
| Convento de Nossa Senhora de Jesus | Exterior | Fachada sul | Igreja. PT/AMLSB/LSM/000943. © CML | DPC | Arquivo Municipal de Lisboa. |
| Convento de Nossa Senhora de Jesus | Exterior | Fachada sul. BAR000228. © CML | DMC | Arquivo Municipal de Lisboa. |
| Convento de Nossa Senhora de Jesus | Exterior | Perspectiva nascente. POR059988. © CML | DMC | Arquivo Municipal de Lisboa. |
| Convento de Nossa Senhora de Jesus | Exterior | Fachada norte. JBN001531. © CML | DPC | Arquivo Municipal de Lisboa. |
| Convento de Nossa Senhora de Jesus | Exterior | Fachada norte. A52037. © CML | DPC | Arquivo Municipal de Lisboa. |
| Convento de Nossa Senhora de Jesus | Exterior | Fachada norte. A77891. © CML | DMC | Arquivo Municipal de Lisboa. |
| Convento de Nossa Senhora de Jesus | Interior | Bilioteca. LSM000825. © CML | DPC | Arquivo Municipal de Lisboa. |
| Convento de Nossa Senhora de Jesus | Interior | Aula. ORI000791. © CML | DMC | Arquivo Municipal de Lisboa. |
| Convento de Nossa Senhora de Jesus de Lisboa | Museu de Lisboa | Maqueta de Lisboa antes do Terramoto de 1755 | Pormenor. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2013. |
| Convento de Nossa Senhora de Jesus de Lisboa | Museu de Lisboa | Maqueta de Lisboa antes do Terramoto de 1755 | Pormenor. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2013. |
| Convento de Nossa Senhora de Jesus de Lisboa | Museu de Lisboa | Maqueta de Lisboa antes do Terramoto de 1755 | Pormenor. © CML | DMC | DPC | José Vicente 2013. |
InventariantesSofia Carvalho - 2016-02-20 Última atualização - 2019-03-08
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