Da cidade sacra à cidade laica. A extinção das ordens religiosas e as dinâmicas de transformação urbana na Lisboa do século XIX

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Designação
Convento de São Francisco de Paula

Código
LxConv046

Outras designações
Convento de São Francisco de Paula de Lisboa

Morada actual
Rua Presidente Arriaga, 84

Sumário
Após uma suposta fugaz presença em Portugal no reinado de D. João III, em 1717 a Ordem dos Mínimos consegue autorização para fundar um hospício em Lisboa, numas casas à Pampulha cedidas pela Real Fazenda para o efeito, tornando-se assim o penúltimo cenóbio a instalar-se no eixo Madragoa-Calvário, importante zona de implantação de casas religiosas desde o período medieval.

O direto envolvimento régio a partir de 1753 possibilitou a elevação a convento, o financiamento da construção da igreja e a ampliação do espaço conventual por via da compra de umas casas próximas às primitivas, profundamente alteradas a partir de 1767.

Contrariamente ao que foi acontecendo ao longo do século XIX com as sucessivamente suprimidas casas religiosas de Lisboa, as diferentes casas do convento foram vendidas a particulares logo a partir de 1835, demolindo-se o bloco correspondente ao antigo hospício (para se proceder ao alargamento da Rua Nova de São Francisco de Paula) e aumentando-se o edifício do noviciado (numa pouco comum intervenção que adicionou um volume de decoração rocaille em plena segunda metade de oitocentos, potenciando o lado palaciano do edifício).

Caracterização geral


Ordem religiosa
Ordem dos Mínimos

Género
Masculino

Fundador
Ascencio Vaquero

Data de fundação
1717-07-13

Autoria
Giacommo Azzolini
Inácio de Oliveira Bernardes

Tipologia arquitetónica
Arquitetura religiosa\Monástico-conventual

Componentes da Casa Religiosa - 1834
Convento
Igreja
Pátio / Quintal

Caracterização actual


Situação
Convento - Parcialmente demolido(a)
Igreja - Existente

Ocupação
Convento - Ocupado(a)

Descrição


Enquadramento histórico
Após uma suposta breve presença em Portugal no reinado de D. João III, altura em que terá chegado a fundar um pequeno hospício às Fangas da Farinha, a Ordem dos Mínimos regressa a Lisboa em 1710 com a chegada do frade espanhol Ascêncio Vaquero à cidade. «Apesar de ser um simples leigo, logrou conquistar, com o seu excelente trato e edificante vida, a simpatia da côrte e dos fidalgos de Lisboa. Tinha entrada franca no Paço, podendo-se dizer que se tornou o enfermeiro da Real Família. [...] É compreensível que tão relevantes préstimos despertassem, em D. João V, o desejo de possuir no Reino outros religiosos da mesma Ordem» (PÉCANTET, 1957, p. 419), pelo que a 13 de julho de 1717 concedeu a Ascêncio licença para fundar um hospício na cidade.

Para o efeito, o monarca ordenou à Fazenda Real que cedesse umas casas à Pampulha, por esta «sequestradas» a Francisco João Lamberto (BOSSIO, 1779, p. 584) defronte do Convento de São João de Deus, tendo ficado as despesas de acomodação a cargo de D. António Luís de Sousa, 2º marquês de Minas, com quem Ascêncio vem para Portugal e em cuja casa se aloja nos anos seguintes. O Hospício de São Francisco de Paula tornava-se assim o penúltimo cenóbio a instalar-se no eixo Madragoa-Calvário, importante zona de implantação de casas religiosas desde o período medieval.

Do edificado inicial pouco se conhece, sabendo-se que aí foi construída uma ermida «com porta para a rua» (autorizada pelo Patriarca de Lisboa a 23 de março de 1719), demolida na sequência das obras de construção da nova igreja que se iniciaram em 1743. Devido à falta de verbas, ao longo da década seguinte os progressos construtivos deste novo templo foram pouco expressivos, pelo que em 1753 apenas o espaço correspondente à capela-mor se encontrava construído (Idem, p. 586).

Terá sido a falta de um patrono «o principal motivo que impossibilitou a existência de um convento da Ordem, em Portugal, na primeira metade do século XVIII. A mendicância como forma de sobrevivência colocava os Mínimos na estreita dependência dos devotos ou na de eventuais mecenas. Entre a missão assistencial junto de pobres e enfermos, o culto prestado ao santo por uma irmandade de 'aristocratas' e o mecenato régio, claramente só o último levaria a melhor, numa Lisboa repleta de institutos religiosos. Ora, a iniciativa joanina estava claramente orientada para outros projectos» (SANTOS, 1996, pp. 46-47), pelo que só o início do reinado de D. José permitiu a reversão dessa realidade.

Ainda assim, em 1751 e devido ao «aperto em que por falta da persiza acomodação viv[ia]m os seus religiozos padecendo continuas duenças e algumas mortais [, a comunidade] [...] rezolveo a cuidar na extenção do edeficio, ajustando a compra de humas cazas contiguas [ao hospício, propriedade] de [...] Francisco Vieyra Carneiro [meirinho da corte] e sua Irmam D. Vicençia [Aranha, viúva do capitão Luis Gomes de Azevedo]» (ANTT, Cartórios Notariais de Lisboa, 2º Cartório de Lisboa, Cx. 1, Livro 5. Petição. Lisboa, 1751, dezembro 12.) pelo valor de 750 mil réis. No entanto, este processo não se revelou totalmente linear em virtude das casas serem [prazo] enfatiota ao Real Mosteiro de Santos da hordem de São Thiago, com o foro de quatrocentos reis por anno e laudemio de quarenta» (ANTT, Idem, Escritura. Lisboa, 1752, fevereiro 16.) Assim, para a efetivação da compra, a 12 de dezembro de 1751 o Prelado Corretor da comunidade precisou de fazer uma petição à Condessa de Pombeiro, Comendadeira da referida casa religiosa, pedindo-lhe licença «não so, para poderem comprar as sobreditas cazas e incluhirem-nas no seu Convento pelo grande aperto em que estavam mas, tambem [para que] subrrogasse o foro pela importançia de tres laudemios, ficando o dito foro [...] reduzido a cençu de outocentos reis em cada hum anno.» (ANTT, Idem, Escritura. Lisboa, 1752, fevereiro 16).

Após a autorização a compra pôde finalmente ser concretizada com a assinatura, a 16 de fevereiro de 1752, do contrato da compra de «huma propriedade de cazas com seu quintal, sita na Rua Direita das Janellas Verdes, misticas e pegadas ao referido Convento de S. Francisco de Paula com quem parte de huma parte.» (ANTT, Idem, Escritura. Lisboa, 1752, fevereiro 16). A 21 de fevereiro seguinte a comunidade tomou posse das casas, dia em que simbolicamente «o Reverendo Padre Frei Francisco Martins Coelho, Corretor do Convento de S. Francisco de Paula [...] abrio e fechou as portas e janellas, pos as mãos pellas paredes, e no quintal cortou ramos de arvores e botou terra para dar e, finalmente, fez todos os mais actos e serviços nas costumadas, com os quais disse avia o dito Convento e religiozos delles, presentes e futuros, pormetidos e convertidos na posse da dita propriedade de cazas.» (ANTT, Idem, Posse. Lisboa, 1752, fevereiro 21.)

«Em agradecimento das melhoras da Serenissima Princeza da Beira, que esteve nos braços da morte desconfiada dos Medicos» (BOSSIO, 1779, p. 586), a partir de 1753 verifica-se um envolvimento direto de D. Mariana Vitória na vida da comunidade, provocando uma profunda inflexão na realidade até então vivida. Tal facto concretizou-se na atribuição de alvará régio de elevação do hospício a convento (a 30 de julho desse ano (AML, Livro de Cordeamentos de 1760-1789, f. 240-246) e, a partir de 1754, no financiamento das obras da igreja e da compra de novas casas destinadas ao aumento do convento: «Atendendo a Rainha Nossa Senhora, que Deus Guarde, ao grande aperto e opressão com que os Religiozos do dito convento se achão por cauza de não terem comodos sufiçientes honde vivão, como tambem a carençia da Igreja sufiçiente honde os ditos Religiozos pudecem celebrar os officios devinos ao seu Santo Patriarca ser patente aos devotos, lhe fez a dita Senhora, por sua Real Clemencia, a esmola de mandar continuar com as obras da dita sua Igreja, que se achavão á annos paradas, por não terem os ditos religiozos com que pudeçem suprir as despesas das ditas obras, alem do que fora a mesma Senhora servida mandar tambem por sua Real Piedade, se continuasse nas obras da extenção do dito Convento, tudo á custa da sua Real fazenda e que desta se lhe desse toda a despesa da compra das dittas cazas.» (ANTT, Cartórios Notariais de Lisboa, 2º Cartório de Lisboa, Caixa 2, 1757, Livro 9. Escritura. Lisboa, 1754, agosto 28).

Contando com Inácio de Oliveira Bernardes como arquiteto e pintor, logo a partir desse ano as obras de construção do templo progridem a um ritmo elevado, concluindo-se em cerca de uma década. No seu estudo sobre a Igreja de São Francisco de Paula, Teresa Sequeira Santos traça pormenorizadamente a sua evolução construtiva (SANTOS, II, 1996, pp. XXXI-LXXXV): depois de abertos todos os alicerces em 1754, em virtude do terramoto do ano seguinte os trabalhos sofrem uma prolongada paragem até agosto de 1756. Daí em diante a construção decorre com celeridade, pelo que em apenas dois anos a obra de alvenaria estaria já praticamente concluída, encontrando-se a quase totalidade da construção executada no final da década. Até 1765 terão decorrido sobretudo obras de acabamento no edifício que coincidiram com a execução dos trabalhos decorativos.

Apesar da sua localização relativamente periférica, o desenvolvimento construtivo do Convento de São Francisco de Paula seguiu o modo de implantação da maioria das casas religiosas do casco antigo da cidade, sucessivamente feito à custa da compra, absorção e transformação de edifícios pré-existentes em áreas já urbanizadas, característica que impedia a adição de cercas de grandes dimensões.

O número crescente de religiosos Mínimos realçava a parca dimensão do edifício conventual, motivo pelo qual, a 28 de agosto de 1754, foi assinada com Roza Maria da Piedade (viúva do Desembargador António da Cunha Silveira e à época a residir na Vila de Santa Cruz da Graciosa, Açores) a escritura de «humas propriedades de cazas [(originalmente sem qualquer ligação direta às do cenóbio)] que se achavão juntas e unidas com seus quintais e cisterna e mais pertenças, sitas [...] na Rua Direita das Janelas Verdes [...], os quais pertençem do Sul com a dita Rua [...], do Norte, com quintal das mesmas cazas e, o dito quintal, com a Rua do Olival [...], do Nascente com travessa que fica de fronte do Convento dos Padres de S. João de Deus e vai para a dita Rua do Olival do poente passam com a [...] Igreja de S. Francisco de Paula e pertençem mais por suas devidas confrontaçoens com quem devão partir, de cujas cazas fora senhor e posuhidor seu cunhado o Padre Francisco Gil da Silveira, presbitero do habito de S. Pedro, que as comprou a João Baptista Valles e sua molher D. Theodora Antonia Caetana da Silva Cotrim, por escritura lavarada nesta [...] aos quatro de Abril do anno de mil setecentos e trinta e sete.» (ANTT, Cartórios Notariais de Lisboa, 2º Cartório de Lisboa, Caixa 2, 1757, Livro 9. Escritura. Lisboa, 1754, agosto 28). Através deste documento é também possível perceber que a venda se efetivou devido ao facto de «se hirem as ditas cazas damnificando em perjuizo da sobredita [dona] e dos seus referidos filhos pela grande ruina em que se achavão proximas de virem ao chão.» (ANTT, Idem, Escritura. Lisboa, 1754, agosto 28). A venda foi efetivada por três contos e oitocentos mil reis, integral e imediatamente pagos pela rainha.

Após a sua aquisição foi «desmancha[do] o [seu] interior para fazer accomodaçoens para os [...] Religiozos [...] [aí se tendo feito] huma Igreja interina [...] e tambem no interior se fez casa de Noviciados [...] servindo para os Estudos» (BOSSIO, 1779, p. 587) no início do último terço de setecentos.

Com esta compra a comunidade passou a ser proprietária da totalidade do quarteirão onde o convento se implantava, situação que se manteria até à sua supressão e à tomada de posse dos seus bens pela Fazenda Nacional.

Tendo sido uma das casas religiosas «mais bem livradas da cidade» (CASTRO, III, 1763, p, 423), o terramoto de novembro seguinte causou poucos danos nos edifícios e na igreja então em construção.

A 6 de março de 1767, o «Vigário Geral e mais Religiozos do Real Convento de São Francisco de Paula [...] [requereram um cordeamento ao Senado de Lisboa com o objetivo de] reedificar, e augmentar o dito Convento para a sua perciza accommodação [...] manda[ndo] reform[á-lo] [...] pelos seus antigos alicerces sem exceder couza alguã para o publico.» (AML, Livro de Cordeamentos 1760-1789, f. 237-239v ). Ainda que o documento não clarifique a exata dimensão da intervenção, tudo parece apontar para que corresponda à grande campanha de obras que altera profundamente a casa do Noviciado, transformando-o «[n]um edificio com grande pezo nas suas Cantarias pois todas as escadas que dão serventia a seu pavimento são todas de pedra de cantaria escudada com suas abobedas seus alizares nas mesmas de cantaria com suas molduras.» (ANTT, Inventário de extinção..., f. 0253-0254). Esta descrição da opulência interior em tudo se coaduna com o sumptuoso tratamento das cantarias da fachada principal (uma das mais ricamente ornamentadas da Lisboa da segunda metade de setecentos), pelo que é passível de admitir resultarem ambas da mesma campanha de obras.

Contemporaneamente encontrar-se-iam em execução os derradeiros trabalhos na fachada da igreja, benzida ainda por concluir a 29 de julho de 1765 pelo Arcebispo de Lacedemónia, D. José Dantas Barboza. Materializando-se na construção das duas torres e do frontão numa linguagem arquitetónica e decorativa mais rica do que a dos restantes elementos da fachada, esta intervenção foi dirigida por Giacomo Azzolini, arquiteto italiano que havia vindo para Portugal em 1752. Desconhece-se o exato momento da intervenção de Azzolini na igreja, admitindo-se que a mesma tenha ocorrido entre o seu regresso de Coimbra e 1767-1769, data que Augusto Vieira da Silva propõe para a execução da Vista Panorâmica de Lisboa dos fins do século XVIII, na qual ambas as torres da igreja se encontram já representadas (SILVA, 1960, pp. 174-175).

A coincidência cronológica e algumas similaridades plásticas entre esta campanha de obras da igreja e a do edifício do noviciado parecem apontar para a possibilidade de o mestre italiano ser o autor do risco de ambos.

Em finais de 1833, meses antes da publicação do decreto que extinguiu todas as casas religiosas (mosteiros, conventos, hospícios e colégios) das ordens regulares, tiveram início os procedimentos relativos às primeiras supressões. O processo relativo ao Convento de São Francisco de Paula foi determinado por Portaria Régia de 7 de dezembro de 1833 (ANTT, Inventário de extinção..., f. 0019-0020), tendo o inventário dos seus bens sido realizado entre 16 de dezembro e 15 de fevereiro seguinte. Segundo informações constantes deste e dos livros de arruamentos da freguesia de Santos-o-Velho da «Décima da Cidade», o cenóbio possuía mais de uma dezena de propriedades, divididas em «cazas», «barracas» e «fornos», a grande maioria arrendada e inserida no quarteirão do convento ou dispersas pela Rua do Olival. Os autos de posse destas propriedades por parte da Fazenda Pública foram assinados a 16 de julho de 1834 (ANTT, Idem, f. 0209-0214).

A 27 de junho de 1854, o então cônsul sueco na cidade e futuro barão de São Jorge, Carl Adolf Kantzow (1789-1867), arremata em hasta pública o edifício do hospício por uma quantia particularmente baixa (651 mil réis) na condição de «primeiro cortar a parte do predio necessaria para alargar a [...] Travessa de S. Francisco de Paula [...] de forma que fique com 30 palmos de largura, e a reedificar o mesmo predio dentro do menor prazo possivel» (ANTT, Ministério das Finanças, Livro 517). Devido a esta cirúrgica intervenção urbanística de alargamento da travessa pouco ou nada terá sido aproveitado da construção primitiva, o que parece confirmar-se pelo prospeto da nova edificação aprovado pela Câmara Municipal de Lisboa a 16 de abril de 1855, no qual não surge representado qualquer elemento do antigo hospício.

A 30 de novembro de 1833, meses antes da supressão do convento, o Ministério da Guerra solicita a cedência do edifício do antigo noviciado para aí instalar a repartição do Comissariado do Exército, pedido autorizado a 24 de dezembro seguinte (ANTT, Inventário de extinção..., f. 0053 e 0057).

Cerca de um ano depois da tomada de posse de todas as propriedades do convento por parte da Fazenda Nacional, a 21 de julho de 1835 cinco delas (de entre os quais a totalidade dos lotes a nascente da igreja) são arrematadas por diferentes compradores, tendo o edifício do noviciado sido adquirido por João de Deus da Cunha por oito contos e duzentos mil réis (ANTT, Ministério das Finanças, Livros. Livro 493, f. 4), valor que corresponde quase integralmente à avaliação feita em janeiro de 1834 - 8:119$50 (ANTT, Inventário de extinção..., f. 0191). Nos anos subsequentes a posse da totalidade dos três lotes a nascente da igreja passam para o mesmo proprietário, visto que a 30 de abril de 1861 deu entrada na Câmara Municipal da cidade um «prospecto de accrescentamento» do antigo edifício do noviciado, aprovado a 13 de maio seguinte. Este pedido foi submetido por «Maria Livia Ferrari Schindler authorizada por seu marido Gaspar Schindler», duas distintas figuras da sociedade portuguesa coeva: Maria Lívia (1828-1910) era descendente de Francisco Ferrari, grande capitalista italiano; Gaspar Schindler (1821-1901) dedicou grande parte da sua vida à diplomacia, tendo sido cônsul e agente comercial do grão-ducado alemão de Mecklemburgo-Schwerin em Lisboa. Na sequência do regicídio de fevereiro de 1908 passaram a viver no palácio a segunda filha do casal, Maria Lívia Ferrari Schindler (1858-1950) e o seu marido João Franco (1855-1929), um dos principais políticos dos derradeiros anos do reinado de D. Carlos e que aí residiu no decorrer das últimas duas décadas da sua vida, constituindo-se assim como uma das mais notáveis figuras a habitarem o Palácio Schindler, como então era conhecido.

Ambos os edifícios mantiveram a função residencial, embora no de gaveto com a Rua Ribeiro Sanches se tenha instalado em 1944 o Instituto Geográfico e Cadastral (AML, Obra nº 3669).

Evolução urbana
O Convento de São Francisco de Paula implanta-se na antiga Estrada de Belém, conhecida até ao início do século XX como Rua Direita de São Francisco de Paula (atual Rua Presidente Arriaga), que constituia a principal via de ligação do centro da cidade (via Calçada do Combro) a poente, sobretudo aos núcleos de Alcântara, Ajuda e Belém. O facto de este ser um eixo viário estruturante e com vistas desafogadas para o Tejo em grande parte do seu percurso, tornou-o particularmente apetecível para que desde o período medieval nele se implantasse um elevado número de cenóbios (em particular no eixo Santos-Calvário). Assim, é possível encontrar quatro outras casas religiosas em torno do de São Francisco de Paula: Convento do Santíssimo Sacramento (LxConv045), Convento de São João de Deus [(LxConv047) - no local do demolido Convento de São Filipe (LxConv009)], Convento de Santo Alberto (LxConv068) e Convento de Nossa Senhora dos Remédios de Lisboa (LxConv066).

Apesar da sua localização relativamente periférica, o desenvolvimento construtivo do Convento de São Francisco de Paula seguiu o modo de implantação da maioria das casas religiosas do casco antigo da cidade, feito à custa da aquisição, absorção e transformação de edifícios pré-existentes em áreas já urbanizadas, característica que impedia a adição de cercas de grandes dimensões. Assim, com a compra sucessiva de casas e terrenos em torno do primitivo núcleo, o convento passou a ocupar a totalidade do quarteirão compreendido pela mencionada Rua Direita de São Francisco de Paula (atual Rua Presidente Arriaga), Rua do Olival, Rua Nova de São Francisco de Paula (então também conhecida por Travessa de São Francisco de Paula e atual Rua Ribeiro Sanches) e Travessa de São João de Deus.

Confrontando a diversa cartografia da zona com as sucessivas descrições do convento, tudo parece apontar para que o mencionado quarteirão já se encontrasse formado aquando da instalação dos religiosos em 1717, limitando-se estes a reformular as construções pré-existentes e a construir um novo templo no seu interior.

Assim, a principal alteração urbana na zona ocorre já depois da supressão do convento: concretizando um projeto camarário delineado alguns anos antes, entre 1854 e 1855 as casas do antigo hospício são demolidas para permitir o alargamento da Rua Nova de São Francisco de Paula (atual Rua Ribeiro Sanches). Trata-se de uma operação quase impercetível e que corresponde a um troço do projeto (não totalmente concretizado) de alargamento de toda a rua, o que justifica a diferente largura nos seus diversos troços.

Caracterização arquitectónica
Apesar da sua localização relativamente periférica, o desenvolvimento construtivo do Convento de São Francisco de Paula seguiu o modo de implantação da maioria das casas religiosas do casco antigo da cidade, sucessivamente feito à custa da compra, absorção e transformação de edifícios pré-existentes em áreas já urbanizadas, característica que impedia a adição de cercas de grandes dimensões.

Assim, o edifício do Convento de São Francisco de Paula era composto por um aglomerado de casas implantadas de ambos os lados da igreja: na Rua Ribeiro Sanches, implantava-se um edifício, correspondendo ao primitivo hospício, composto pelas casas cedidas em 1717 e outras adquiridas em 1751/1752. Do lado oposto, localizava-se o do antigo noviciado, de maiores dimensões e superior qualidade construtiva e decorativa (adquirido em 1754).

A igreja foi construída entre 1743 e 1765, tendo Inácio de Oliveira Bernardes como arquiteto e pintor (conta ainda com pinturas de Giovanni Berardi e Vieira Lusitano, da década de 1760 - para dados sobre a arquitetura, decoração e iconografia interior da igreja, consultar SANTOS, 1996, pp. 78-105). Na fachada do templo [«uma mini enciclopédia de apontamentos formais do Seicento romano» (Idem, p. 68)] encontram-se alguns elementos de arquitetura palaciana, nomeadamente o janelão ao centro e a escada inclusa, ainda que no último caso tal se deva a uma tentativa de vencer o desnível do terreno e, simultaneamente, de proporcionar o alinhamento da fachada com a rua e assim providenciar uma melhor integração no tecido urbano - para esse efeito, a 26 de outubro requerem cordeamento e a cedência de seis palmos da rua, o que resulta num ligeiro avanço da fachada da igreja relativamente aos edifícios contíguos: «Diz o Padre Frei Francisco de Paula Bossio vigario geral e mais Religiosos do Convento de S. Francisco de Paula desta Corte que elles supplicantes estão fabrincando huã nova Igreja [...] e como na Rua do Seu destricto se lhe faz percizo tomarem o espaço de seis palmos para melhor commodidade da sua edificação, com o que se não motiva deformidade ou impedimento na dita Rua, por ser esta a Largura de Sessenta e dous palmos, e antes os ditos seis que pertendem, he o Recto estrocimento das Cazas proximas, alem de como as Igrejas são o melhor ornato das cidades, se lhe permite para a fabrica dellas, tudo, de que das suas Ruas necessitarem» (AML, Livro de Cordeamentos 1753-1755, f. 215-216).

A construção das duas torres e do frontão, numa linguagem arquitetónica e decorativa mais rica do que a dos restantes elementos da fachada, resultam de uma intervenção dirigida por Giacomo Azzolini, arquiteto italiano que havia vindo para Portugal em 1752 «convidado pelo [Giovanni Galli] Bibiena, para o ajudar a riscar no Theatro Regio» (MACHADO, 1823, p. 190) e que dirigiu as obras do Seminário de Coimbra até 1766, altura em que retorna a Lisboa. Desconhece-se o exato momento da intervenção de Azzolini na igreja, admitindo-se que a mesma tenha ocorrido entre o seu regresso de Coimbra e 1767/1769, data que Augusto Vieira da Silva propõe para a execução da «Vista Panorâmica de Lisboa dos fins do século XVIII», na qual ambas as torres da igreja se encontram já representadas (SILVA, 1960, pp. 174-175).

O edifício do hospício teria três pavimentos, com lojas e primeiro andar arrendados, e o segundo integralmente ocupado pelo dormitório dos religiosos. Uma planta do andar superior, de meados do século XIX, denuncia a manutenção parcial de algumas das primitivas estruturas construtivas das casas cedidas ou adquiridas entre 1717 e 1752. No entanto, a bem conseguida unificação espacial dos diversos edifícios resultou numa construção única de irregular desenho em L, na qual os múltiplos aposentos se dispunham em torno de um corredor e se abriam à rua ou ao grande saguão situado entre o edifício e a igreja. Uma passagem existente por detrás da capela-mor do templo fazia a ligação entre os dois núcleos conventuais.

Integralmente demolido em 1854-1855, em parte do seu terreno foi construído um novo edifício de menores dimensões, com três pisos e escada central iluminada por um lanternim, presumivelmente com um fogo por andar (Cf. AML, Obra nº 3669). Comparativamente ao prospeto existente no Arquivo Municipal de Lisboa, o projeto foi cumprido quase na íntegra, exceptuando-se as ligeiras alterações no trabalho de cantaria dos vãos e a não construção da torre isenta com janelas neogóticas, projetada numa linguagem muito distinta da mais contida estética do restante edifício. Peça arquitetónica de grande singularidade e o elemento mais marcante do projeto, este volume corresponderia provavelmente a um mirante (AML, «Prospeto que Carlos Adolfo Hantzon pretende edificar na rua Direita de S. Francisco de Paula...»).

Embora plenamente integrado na imagem urbana da Rua de São Francisco de Paula em termos de volumetria, composição arquitetónica e métrica, este novo edifício apresenta características decorativas particulares que o distinguem dos circundantes: o desenho da cantaria das janelas parece inspirar-se diretamente em elementos do coroamento da igreja e nos vãos setecentistas mais simples do edifício do noviciado, dos quais copia fielmente o recorte. Destaca-se também a complexa composição dos gradeamentos de ferro das varandas do piso superior (um dos melhores trabalhos do género em Lisboa), com a exótica colocação de bustos nas quinas dos corrimãos e a repetição de duas figuras de inspiração renascentista dispostas no centro do gradeamento (passível de ser encontrado noutros edifícios da cidade). No entanto, o seu elemento decorativo diferenciador reside na fachada azulejada, provavelmente uma das primeiras na rua. Os dois registos superiores foram forrados por azulejo de padrão estampilhado, com representação de elementos vegetalistas em tons de amarelo e verde; na platibanda foram aplicados azulejos em faiança relevados, em tons amarelo e azul formando composição axadrezada; a envolver as cantarias de todos os vãos foi aplicado um friso relevado em faiança, em tons azul-cobalto - numa configuração que, apesar de rara, pode ser encontrada noutros edifícios da cidade (nomeadamente no Palácio do Beau Séjour e num prédio em Alcântara). Nem o prospeto nem o desenho publicado em 1863 no «Archivo Pittoresco» representam a fachada do edifício já azulejada, o que parece indiciar uma alteração posterior à sua construção, possivelmente no decorrer da década de 1860, altura em que os outros exemplos mencionados terão sido intervencionados.

Do lado oposto da igreja, o edifício do Noviciado apresentava uma fachada com «sete vaos de Frente de dois pavimentos com sua Trapeira com serventia para o Telhado [...] [de frente com] cento e quinze palmos, de fundo cento e sincoenta entrando as groçuras das paredes, e tendo o primeiro pavimento quinze cazas, e huma porta de serventia para hum pateo com suas leterinas [e] o segundo pavimento com as mesmas cazas, [constituindo-se n]um edificio com grande pezo nas suas Cantarias pois todas as escadas que dão serventia a seu pavimento são todas de pedra de cantaria escudada com suas abobedas seus alizares nas mesmas de cantaria com suas molduras» (ANTT, Inventário de Extinção..., f. 0253-0254).

A coincidência cronológica e algumas similaridades plásticas entre esta campanha de obras da igreja e a do edifício do Noviciado parecem apontar para a possibilidade de o mestre italiano ser o autor do risco de ambos, hipótese já aventada por Hélder Carita (CARITA, 2015, p. 294). No entanto, e contrariamente à da igreja, a intervenção neste último terá ficado incompleta como parece indiciar o mais modesto tratamento dos três vãos direitos, a falta de simetria do conjunto e, principalmente, a alusão feita em 1834 às «cazas por acabar» no interior do edifício. (ANTT, Inventário de Extinção..., f. 0253-0254).

A 30 de abril de 1861 deu entrada na Câmara Municipal de Lisboa um prospeto de accrescentamento (AML, «Prospeto do prédio que Maria Livia Ferrari Schindler...»), cujo desenho permite compreender que aquando da sua elaboração o edifício tinha três pisos e outros tantos panos, com molduras profusamente decoradas nos pisos superiores dos dois panos esquerdos, por oposição ao direito (mais largo) onde pontuavam janelas com cantarias de desenho simples em todos os andares. As alterações propostas pressupunham a construção de um novo volume que, replicando o corpo da esquerda, simultaneamente introduzia simetria e uniformização à fachada rocaille. O (agora) corpo central deveria manter o seu caráter mais modesto, apesar da intenção na regularização dos vãos e substituição da cantaria pré-existente por outra de desenho mais complexo e aproximada à dos vãos laterais.

Não obstante a singularidade da execução (ainda que parcial) de uma fachada com elementos rocaille em plena segunda metade do século XIX, esta intervenção segue os preceitos da esmagadora maioria dos contemporâneos planos de acrescentamento de edifícios na cidade, na forma como se limita a mimetizar os elementos pré-existentes para obter um conjunto harmónico. Longe, portanto, de qualquer arreigado ideal romântico.

Esta ideia é reforçada pela inclusão de uma platibanda oitocentista a todo o comprimento da fachada e principalmente pela configuração do interior do edifício, identificando-se no novo corpo resultante da intervenção de 1861 uma métrica, decoração e tipologia em conformidade com as construções coevas, nomeadamente na entrada, caixa de escadas (em madeira com corrimão de ferro) e na abertura de um corredor central em ambos os andares (respeitando e mantendo as duas salas do segundo andar com decoração parietal provavelmente executada no período compreendido entre 1835-1861). Trata-se, portanto, de um edifício cujo interior refletia, ao contrário da fachada, o gosto da sua época.

Assim, esta campanha de obras (cujo autor se desconhece, não sendo no entanto de excluir que se possa tratar de trabalho de cenógrafo) teve como principais méritos a manutenção integral da riquíssima fachada setecentista e o incremento de uma marcada presença urbana que a construção original nunca havia alcançado devido à sua menor escala, esmagada pela imponente fachada da igreja contígua. (Re)inventando assim, na segunda metade do século XIX, um majestoso palácio rocaille, irrepreensível ao nível da métrica e da decoração da fachada.

Inventário de extinção
ANTT, Ministério das Finanças, Convento de São Francisco de Paula de Lisboa, Cx. 2233, http://digitarq.arquivos.pt/details?id=4695671

A 30 de novembro de 1833 o antigo edifício do Noviciado do Convento de São Francisco de Paula foi requisitado pelo Ministério da Guerra «para a Repartição do Comissariado do Exercito» (f.0053) - a solicitação tem uma resposta positiva a 24 de dezembro seguinte (f. 0057).

Por portaria de 3 de dezembro de 1833 é determinado que o Conselheiro Presidente da Junta do Melhoramento informe se este convento é dos suprimidos devido à requisição do Ministério da Guerra, feita atendendo à localização do imóvel. Dois dias depois, nova portaria ordena à Junta que tome conta do convento e proceda às averiguações necessárias para se conhecer se o dito convento está no caso de ser suprimido.

No dia 7, «manda o Duque de Bragança Regente em Nome da Rainha pela Junta do Exame do Estado Actual e Melhoramento Temporal das Ordens Regulares [...] que o Doutor Antonio Fernando de Souza Leite passe com o Escrivão José Julio Aleixo Freire, ao Convento de São Francisco de Paula desta Cidade, e de acôrdo com o Deputado Thesoureiro desta Junta, e o Fiscal da Fasenda Publica, faça aviso ao Dezembargador Vigario Geral do Patriarcado, entre no dito Convento, e fazendo autuar esta Portaria [...] e procederá a indagar na presença dos referidos, e de trez testemunhas zellosas do Serviço de Deos, da Rainha, e da Nação, quaes são as vantagens que a Religião, ou o Estado alcanção na conservação do referido Convento, se este está na Letra dos Decretos de 5 e 9 de Agosto do Corrente anno para ser conservado, ou supprimido, e finalmente qual o numero dos Religiosos que formão a Communidade [...] e achando que o Convento não tem o numero de doze Religiosos Professos, passe a formar o Inventario Geral 1º dos Objectos do Culto Religioso [...] 2º da Livraria [...] 3º Dos objectos do Commum do Convento, de Enfermaria, Cuzinha, Cêrca e mais utencilios e mobilia 4º Dos objectos pressiosos. 5º Finalmente do cartorio, titulos, dividas activas, e passivas, encargos Pios, fóros, Cenços, padroens de Juros, e outros quaes quer rendimentos de qualquer nome, ou titulo» (f. 0019-0020).

No dia 11 são assinados o termo de juramento do escrivão (José Júlio Aleixo Freire) e a certidão de intimação feito ao Prelado e aos religiosos do convento (f. 0024), que então se encontravam no edifício do Hospício de São João Nepomuceno, para que nomeiem o seu representante no inventário (nomeariam no dia seguinte frei Joaquim António da Conceição - f. 0025)

No dia 16 são inquiridas as três testemunhas: o Padre João dos Santos da Mata (pároco de Santos-o-Velho), Agostinho Fernandes (alfaiate e morador diante da Igreja de Santos-o-Velho) e Bernardo Joze Pedro (mestre correeiro e morador na Rua do Olival). Após a inquirição (que implicava três perguntas: «que vantagens alcança a Religião, ou o Estado da Conservação do Convento?», «O mesmo está, ou não comprehendido na Letra do Decreto de cinco e nove de Agosto?» e «Quantos são os Religiosos de que se fórma aquella Communidade, a sua capacidade e qualidades, serviços, ou desserviços, feitos á Religião, e á Casa da Rainha, e da Nação Portuguesa?»), as testemunhas foram unânimes na falta de vantagens para a religião e Estado da manutenção do convento, percebendo-se destes depoimentos um curioso facto: «a parte excedente do numero regular de doze [religiosos] fôra admittida no tempo do Governo intruso» (f. 0034) e que por isso não deveria ser contemplada para as contas do cumprimentos dos decretos anteriormente mencionados (f. 0030-0036). À vista do depoimento das testemunhas que fundamentaram legitimamente os fundamentos da supressão, e uma vez que o Governo há muito decretara o despejo da comunidade do dito convento, julga procedente a supressão do convento e a execução do inventário dos bens (f. 0036).

Entre 16 de dezembro e 15 de fevereiro seguinte processam-se os diferentes inventários dos bens do convento (f. 0061-0201), que se dividem em Igreja (17 de dezembro - f. 0065-0084), «Sachristi» (18 de dezembro - f. 0085-0140), Bibliotheca (23 de dezembro - f. 0141-0148), Objetos do Comum (7 de janeiro de 1834 - f. 0149-0153), Objetos Preciosos (f. 0155-0160), Cartório (f. 0161-0171), Dividas Ativas (8 de janeiro - f. 0171-0180), Dividas Passivas (8 de janeiro - f. 0181-0186), Encargos Pios (9 de janeiro - f. 0187-0188), Encargos não Pios (9 de janeiro - f. 0188), Capitais a Juros (9 de janeiro - f. 0189-0191), Prédios urbanos (9 de janeiro - f.0191-0196) e respetivos autos de entrega e depósito ao fiel do depósito da Esperança (quando aplicável).

A 16 de julho de 1834 são assinados os autos de posse e avaliação dos prédios urbanos (pelo Provedor do Quinto Distrito, Rodrigo António Segurado de Lemos, e António Melitão dos Passos - oficial de diligências), divididos em:

«- Dois quartos misticos por baixo do Convento com lojas, e primeiros andáres que rendem annualmente 102.800 reis

- Casas ao lado do Convento com Fabrica, Fornos, e serventias, rendem annualmente 72.000 reis

- Casas na Rua do Olival com loja, primeiro andár, e agoas fortadas Nº 41, rendem annualmente 28.800 reis

- Outras casas no mesmo sitio, constão de loja, e primeiro andar rendem annualmente 22:400 reis

- Huns fornos na Rua Nova de S. Francisco de Paula, com seu quintál rendem annoalmente 96:000 reis

- Humas Barracas com um pedaço de terra na sobre dita rua, e rendem annoalmente 40:000 reis

- Quatro propriedades de casas na Rua do Olival desde nº 126 até nº 131, com lojas, primeiros andares, e agoas furtádas, e rendem annualmente [um total de 140.400 reis]

- O Convento com todas as suas Offecinas»(f. 0207)

Feitas as notificações dos inquilinos (f. 0215-0238) nos dois dias seguintes, são nomeados como avaliadores dos prédios urbanos do convento, Prudencio José d'Oliveira (mestre pedreiro) e Manuel Francisco Mafra (mestre carpinteiro), que de seguida se encarregam da descrição e avaliação dos mesmos:

«Nós abaixo assignados [...] fomos a rua direita de São Francisco de Paula ás Cazas a direita do mesmo Convento que tem o Nº 69 a 72, tem de frente noventa e sinco palmos que faz esquina á Travessa de São Francisco onde tem huma porta d'escada para o primeiro andar tem por esta frente vinte e seis palmos incluindo gróssos da parede tem este predio duas lojas, e does primeiros andares, e duas cazas a cada hum e sendo por nós bem vista, e examinada, e terem de rendimento cento e does mil e oito centos avaluamos em hum conto duzentos noventa e sinco mil trezentos e sincoenta reis [1:295$350], e sendo com o pavimento de cima que he o dormitorio dos Frades e que sem elle não pode passar, avaluamos mais em trezentos e sinco mil reis [305$000, num total de 1:600$350] (f. 0241).

[...] Fomos ao predio de Cazas Nº 74 na Rua direita de São Francisco de Paula que consta de lojas, e primeiro andar, tendo de frente trinta e oito palmos, e de fundo sincoenta e oito e meio incluindo hum Saguão que parte do poente do convento de São Francisco de Paula, tendo no pavimento terrio sinco cazas, e no andar quatro tendo de rendimento trinta e trez mil e seis centos reis annuais, e sendo por nos bem vistoa e examinados, e o acharmos muito danificado, e por nos constar não ser foreiro o avaluamos na quantia de quinhentos e sincoenta mil reis [550$000] (f. 0243).

[...] para avaluarmos os predios urbanos que pertencião aos Religiozos do extincto, e suprimido Convento de São Francisco de Paula. Fomos ao predio N. 76 cito na Rua direita de São Francisco de Paula que faz frente para a travessa de São João de Deos com serventia para a Rua do Olival com N. 39 e frente vinte e sinco palmos e meio com seu grossos de parede, e pela frente da travessa de São João de Deos tem cento e trinta e nove palmos tendo huma porta de serventia para a dita Travessa forma este terreno hum angulo de quarenta e hum palmos e meio donde faz de frente a fundo cincoenta, e oito e meio palmos onde há huma porta que da serventia a hum Saguão que fica no fundo do predio immediato pertencente pertencente [sic] ao outro predio, contem este predio em duas grandes lojas, com trez fornos, e hum grande vão por cima fazendo figura de andar, com purumos para segurança do madeiramento, sem mais nenhuma devizão, e há conhe digo cocheira no findo que fica na Rua do Olival com o seguinte numero 39 visto o estado em que se acha, e por ser por nós visto, e bem examinados e nos constar não ser foreiro o avaluamos na quantia de seis centos mil reis [600$000] (f. 0245-0246).

[...] Fomos ao predio cito na rua do Olival Nº 40 a 41 consta este predio de lojas, e primeiro andar com suas Agosta furtadas, tendo de frente trinta e trez palmos, e de fundo quarenta, e parte do poente com hum pateo do Convento de São Francisco de Paula tendo no pavimento terreo quatro cazas, e no andar quatro ditas, e nas agoas furtadas trez cazas constando ser livre de foro, e renderem vinte mil reis, e vendo o estado de ruina em que se achão depois de termos, visto, e examinado as avaluamos em cento e vinte mil reis [120$000] (f. 0247).

[...] Fomos ao predio da rua do Olival Nº 45 com frente para a Travessa de São Francisco de Paula com huma loja que serve de cavalherice com N.º 4, e tem de frente trinta e sete palmos para a rua do Olival onde tem escada para o andar, e tem de fundo vinte palmos, rendem annualmente vinte mil reis e constando-nos ser livre de foro, e sendo por nós bem vistas, e examinadas as avaluarmos olhando ao estado em que se achão em noventa e sinco mil e quinhentos reis [95$500] (f. 0249).

[...] Fomos ao predio cito na Rua do Olival Nº 131 a 126 que consta de lojas de primeiro Andar, e aguas furtadas dividido em doze inquelinos em duas escadas, e huma para a Travessa de São Francisco de Paula Nº 54, os primeiros andares tem Quintal com trez cazas cada hum tem de frente este predio para a rua do Olival noventa e sinco palmos pela Travessa de São Francisco de Paula cento e dois palmos, que o dito predio rende annualmente cento e vinte e nove mil reis, e por nos constar ser livre de foro e sendo por nós vistas, e examinadas as acharmos em deploravel estado de ruina a avaluamos em hum conto cento e vinte e sinco mil reis [1:125$000] (f. 0251).

[...] para avaluarmos o predio do lado esquerdo do Convetno dos Religiozos do suprimido convento aonde existe o Commisariato. Contem este predio sete vao de Frente de dois pavimentos com sua Trapeira com serventia para o Telhado, achámos ter de frente quinze digo cento e quinze palmos, de fundo cento e sincoenta entrando as groçuras das paredes, e tendo o primeiro pavimento quinze cazas, e huma porta de serventia para hum pateo com suas leterinas, o segundo pavimento com as mesmas cazas, este pateo mencionado tem serventia para a rua do Olival, e tem de frente oitenta e nove palmos com o Nº 42 por nos bem visto, e examinado em sua construção achamos ser hum edificio com grande pezo nas suas Cantarias pois todas as escadas que dão serventia a seu pavimento são todas de pedra de cantaria escudada com suas abobedas seus alizares nas mesmas de cantaria com suas molduras, e assim como tambem se achão algumas cazas por acabar e não lhe podendo calcular bem a sua renda lha arbitramos em quatro centos e oitenta mil reis, e constando nos ser livre de foro avaluamos, em oito contos cento dezanove mil e quinhentos reis [8:119$500] (f. 0253-0254).

[...] A caza da rua nova de São Francisco de Paula nº 53 a 53A. tem de frente secenta e dois palmos pelos seus quatro lados, e avaluamos este terreno no valor de cento noventa e seis mil e cem reis [196$000]. NB este terreno pertence aos fornos cujo valor se for percizo he de oitocentos e noventa e seis mil reis (f. 0254).

O Terreno que fica no fundo da dita caza dos fornos tem oitenta e does palmos de frente, com secenta e does de fundo, cujo fundo fica para as cazas da rua do Olival, e a sua frente do Beco faz a sua aria da superficie da terra, o avaluamos, no valor de cento e hum mil, e seis centos reis [101$600] por se achar encravado e com frente para o Beco (f. 0254)

As barracas da rua Nova de São Francisco de Paula com o mesmo 47 que athe o Nº 53 que da entrada para o Beco tem na frente do Beco cento e quarenta e quatro palmos na frente da rua tem trinta e sete palmos e avaluamos o terreno na quantia de cento vinte e seis mil reis [126$000]» (f. 0255).

Cronologia


1710 Chegada do frade espanhol Ascêncio Vaquero, da Ordem dos Mínimos, a Lisboa, acompanhando D. António Luís de Sousa, 2º marquês de Minas (em cuja casa se aloja).
1717-07-13 Alvará de D. João V concedendo licença para a fundação de um hospício de religiosos Mínimos em Lisboa.
1719-03-23 O Patriarca autoriza a construção de uma ermida com porta para a rua.
1743 Início das obras de construção da nova igreja.
1751 | 1752 Os religiosos Mínimos adquirem umas casas contíguas ao seu hospício, propriedade de Francisco Vieyra Carneiro e de sua irmã D. Vicencia Aranha, por 750 mil réis.
1753 Ao fim de uma década de construção do novo templo, apenas o espaço correspondente à capela-mor estaria construído.
1753 Em consequência de uma promessa pelo restabelecimento da saúde da sua filha primogénita, a rainha D. Mariana Vitória começa a envolver-se diretamente no destino do cenóbio.
1753-08-14 Alvará régio de D. José I a elevar o hospício a convento.
1754 D. Mariana Vitória financia a compra de umas casas contíguas à igreja do cenóbio a Roza Maria da Piedade, por três contos e oitocentos mil réis.
1755-11-01 O terramoto pouco afeta o edifício.
1765-07-29 D. José Dantas Barbosa, bispo de Lacedemónia, benze a igreja mesmo sem estar totalmente concluída.
1767 | 1769 Intervenção de Giacomo Azzolini na fachada da igreja: construção das duas torres e do frontão.
1781-01-16 Entrega do corpo da rainha D. Mariana Vitória no convento de São Francisco de Paula
1833-11-30 O Ministério da Guerra solicita a cedência do edifício do antigo Noviciado para aí instalar a Repartição do Comissariado do Exército.
1833-12-07 Portaria Régia determinando o início do processo de supressão do Convento de São Francisco de Paula.
1833-12-16 | 1834-02-15 Inventário dos bens do convento.
1833-12-24 É dada autorização ao Ministério da Guerra para instalar no edifício a Repartição do Comissariado do Exército.
1834-05-30 Decreto de extinção de todas as casas religiosas masculinas das ordens regulares e incorporação dos seus bens nos Próprios da Fazenda Nacional.
1834-07-16 Auto de posse dos prédios urbanos do convento pela Fazenda Nacional.
1834-08-19 Portaria do Tribunal do Tesouro Público sobre a venda e o arrendamento dos bens nacionais. Determina que o Perfeito da Província da Estremadura dê orientações para que se proceda à venda dos bens móveis e semi-móveis, excepto os objetos do culto divino, as peças de ouro e prata e as livrarias; e que arrende, por um ano, todos os prédios rústicos e urbanos da Fazenda Nacional.
1835-07-21 Arrematação em hasta pública de cinco propriedades do antigo convento (Rua de São Francisco de Paula, 76; Rua do Olival, 40-41, 45, 126-131 e casas do lado esquerdo do convento) no valor de 12:130$000.
1854-06-27 Carl Adolf de Kantzow, então consul da Suécia em Lisboa, adquire o edifício do antigo hospício por 651 mil réis. O contrato implica a demolição do hospício para permitir o alargamento da Rua Nova de São Francisco de Paula e a construção de um novo edifício.
1855-04-16 A Câmara Municipal de Lisboa aprova o prospeto de construção submetido por Carl Adolf de Kantzow.
1861-05-13 A Câmara Municipal de Lisboa aprova o "prospecto de acrescentamento"do edifício do antigo noviciado, submetido por Maria Lívia Ferrari Schindler .
1908 | 1929 O político João Franco vive no edifício do antigo Noviciado (Palácio Schindler, como então era conhecido).
1910-06-16 Decreto de classificação do túmulo da rainha D. Mariana Vitória, na igreja de São Francisco de Paula, como Monumento Nacional (publicado a 23 de Junho).
1938-03-22 A Igreja de Sao Francisco de Paula é classificada como Imóvel de Interesse Público pelo decreto 28536.
1944 O Instituto Geográfico e Cadastral instala-se no edifício construido por Kantzow.
1954 Projeto de António Lino para o edifício do antigo noviciado propondo a abertura de vãos no remate do corpo principal. (
1977-11-17 É fixada, pela portaria 709/77, uma Zona Especial de Protecção à Igreja de São Francisco de Paula.

Fontes e Bibliografia


Material gráfico

Plano térreo do Convento de São Francisco de Paula em Lisboa.

Planta das ruas adjacentes ao Convento de S. Francisco de Paula.

Planta do segundo pavimento do Convento de São Francisco de Paula em Lisboa.

Cartografia

CARVALHO, José Monteiro de; - [Livro das plantas das freguesias de Lisboa]. Códices e documentos de proveniência desconhecida, nº 153, Freguezia de Santos, f. 10 (imagem 0034).

[Enquadramento urbano | Convento de São Francisco de Paula de Lisboa, 1834].

[Enquadramento urbano | Convento de São Francisco de Paula de Lisboa, 2015].

FERREIRA, Francisco António; - [Mapa topografico dos Terrenos que medeião entre a Pampulha e a Calçada da Estrella / feito geometricamente pelo Architeto da inspecção da cidade de lisboa Francisco Antonio Ferreira].

FOLQUE, Filipe; - [Carta Topográfica de Lisboa e seus arredores, 1856/1858]. 1:1000. 65 plantas; 92 X 62,5cm, Plantas 48 (Setembro 1856) e 57.



Manuscrito




2º Cartório de Lisboa. [Manuscrito]Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Cx. 1, Livro 5.
PINTO, Júlio António Vieira da Silva; - [Levantamento da planta de Lisboa, 1904/1911]. 1: 1000. 249 plantas; 80 X 50cm, Plantas 8D (Fevereiro 1910) e 8E (Junho 1910).
[Planta Topográphica da Marinha das Cidades de Lisboa Ocidental e Oriental desde o Forte de S. Joseph de Riba-Mar té o Convento do Grilo feito no ano de 1727]. MC.DES.1403.
[Consultas da Comissão Eclesiástica da Reforma]. [Manuscrito]1822-1823. Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Ministério dos Negócios Eclesiásticos e Justiça, Maço 268, n.º 4, Caixa 214, Doc. 30.
[Junta do Exame do Estado actual e Melhoramento temporal das Ordens Regulares]. [Manuscrito]1790-1830. Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Ministério dos Negócios Eclesiásticos e Justiça, Maço 270, nº1, Cx. 216, Doc. 30.
2º Cartório de Lisboa. [Manuscrito]Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Cx. 1, Livro 5.

2º Cartório de Lisboa. [Manuscrito]Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Cx. 1, Livro 5.

2º Cartório de Lisboa. [Manuscrito]Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Cx. 1, Livro 5.

Inventário de extinção do Convento de São Francisco de Paula de Lisboa. [Manuscrito]Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Ministério das Finanças, Convento de São Francisco de Paula de Lisboa, Cx. 2233.

Inventário de extinção do Hospício de Nossa Senhora do Desterro de Lisboa. [Manuscrito]. Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Ministério das Finanças, Hospício de Nossa Senhora do Desterro de Lisboa, Cx. 2225, f. 0174-0176.

Livro de Cordeamentos de 1760-1789. [Manuscrito]Arquivo Municipal de Lisboa, pp. 237-246.

Monografia

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BOSSIO, Fr. Francisco de Paula - Vida do Gloriozo Patriarca S. Francisco de Paula, Fundador da Penitente Ordem dos Minimos. Lisboa: Officina de Antonio Rodrigues Galhardo, 1779.

CARVALHO, Rosário Salema de - Fachadas Oitocentistas em Lisboa. Repertório Fotográfico e Documental da Cerâmica Arquitectónica Portuguesa. [não publicado].

CASTRO, João Bautista de - Mappa de Portugal Antigo e Moderno. Lisboa: Oficina Patriarcal de Francisco Luis Ameno, tomo terceiro, parte V, 1763.

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FRANÇA, José-Augusto - A Arte em Portugal no Século XIX. Lisboa: Bertrand, 1966.

MACHADO, Cyrillo Wolkmar - Collecção de memórias, relativas às vidas dos pintores, e escultores, architecto, e gravadores portuguezes, e dos estrangeiros, que estiverão em Portugal. Lisboa: Imprensa de Victorino Rodrigues da Silva, 1823.

MIMOSO, José Manuel - No Caminho do Oriente... um catálogo da produção de azulejos da Fábrica Roseira circa 1870. GlazeArch2015 - Internationl Conference Glazed Ceramics in Architectural Heritage. Lisboa: LNEC, 2015, pp. 81-90.

Obra nº 13764: Rua do Olival, 61; Rua Presidente Arriaga, 78 a 84. .

Obra nº 3669: Rua do Olival, 65 e 67; Rua Ribeiro Sanches, 2 e 2A; Rua Presidente Arriaga, 86 a 90. 1 volume.

PEREIRA, Luís Gonzaga - Monumentos Sacros de Lisboa em 1833. Lisboa: Biblioteca Nacional, 1927.

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SILVA, Augusto Vieira da - Dispersos. Lisboa: Publicações Culturais da Câmara Municipal de Lisboa, volume II, 1960.

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Electrónico

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Periódico

MIGUEL, Sidónio - Igrejas da Pampulha (S. Francisco de Paula e S. João de Deus) [conclusão]. Olisipo - Boletim do Grupo Amigos de Lisboa. Lisboa: Editorial Império, Limitada. Ano VIII, nº 31, julho de 1945, pp. 161-173.

MIGUEL, Sidónio - Igrejas da Pampulha (S. Francisco de Paula e S. João de Deus). Olisipo - Boletim do Grupo Amigos de Lisboa. Lisboa: Editorial Império, Limitada. Ano VIII, nº 30, abril de 1945, pp. 79-84.

PÉCANTET, Julião - S. Francisco de Paula e a sua Projeção Lisboeta. Brotéria, Vol. LXV, nº 5. Lisboa 1957.

Material Fotográfico


Convento de São Francisco de Paula | Exterior | Fachada Sul | Igreja. DPC_20150902_184.
© CML | DMC | DPC | José Vicente 2015.

Convento de São Francisco de Paula | Exterior | Fachada Sul | Edificio construido no local do hospicio. DPC_20160720_135.
© CML | DMC | DPC | José Vicente 2016.

Convento de São Francisco de Paula | Exterior | Fachada Sul | Edificio construido no local do hospicio. DPC_20160720_130E.
© CML | DMC | DPC | José Vicente 2016.

Convento de São Francisco de Paula | Exterior | Fachada Sul | Convento. DPC_20160720_117E.
© CML | DMC | DPC | José Vicente 2016.

Convento de São Francisco de Paula | Exterior | Igreja.

Convento de São Francisco de Paula | Interior | Igreja | Galilé. DPC_20150902_193.
© CML | DMC | DPC | José Vicente 2015.

Convento de São Francisco de Paula | Interior | Igreja | Galilé. DPC_20150902_194.
© CML | DMC | DPC | José Vicente 2015.

Convento de São Francisco de Paula | Interior | Igreja | Coro alto.

Convento de São Francisco de Paula | Interior | Igreja | Nave.

Convento de São Francisco de Paula | Interior | Igreja | Sacristia.

Convento de São Francisco de Paula | Interior | Átrio.

Convento de São Francisco de Paula | Interior | Átrio.

Convento de São Francisco de Paula | Interior | Portal no 2º piso.

Convento de São Francisco de Paula | Interior | Escadas.

Convento de São Francisco de Paula | Interior | Escadas.

Convento de São Francisco de Paula | Exterior | Fachada sul. JBN001320.
© CML | DMC | Arquivo Municipal de Lisboa.


Inventariantes


Tiago Borges Lourenço - 2016-08-25
Rita Mégre
Hélia Silva
Última atualização - 2020-06-26


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Câmara Municipal de Lisboa
 Data: 2024-04-18