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Da cidade sacra à cidade laica. A extinção das ordens religiosas e as dinâmicas de transformação urbana na Lisboa do século XIX

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Designação

Convento de São Domingos de Benfica

Código

LxConv071

Morada actual

Largo São Domingos de Benfica

Caracterização geral

Ordem religiosa

Ordem dos Pregadores

Género

Masculino

Fundador

D. João I - Iniciativa régia

Tipologia arquitetónica

Arquitetura religiosa\Monástico-conventual

Componentes da Casa Religiosa - 1834

Convento
Pátio
Igreja
Cerca de recreio e produção

Caracterização actual

Situação

Convento - Existente
Igreja - Existente
Cerca - Existente / parcialmente construída

Disposições legais

Monumento Nacional; Decreto; 16 de Junho de 1910
Imóvel de Interesse Público; Decreto nº 22 734; 24 de Janeiro de 1933
Zona Especial de Protecção; Portaria; 9 de Dezembro de 1994

Cronologia

1552 A comunidade é constiuída por sessenta frades e quatro servidores.
1616-02-29 Em resposta a um pedido de ajuda por parte dos religiosos do Convento de São Domingos de Benfica, a Câmara concede-lhes uma esmola de 40$000 réis.
1823-01-02 Numa Consulta da Comissão Eclesiástica da Reforma dirigida ao Rei, é proposta a extinção do Convento de São Domingos de Benfica, por ter poucos religiosos (apenas nove) e por se encontrar em estado de ruína.
1832-02-03 Dão entrada na Comissão criada pela Ordem Geral do Exército nº 79, estabelecida na Casa da India, os donativos para a aquisição de capotes e outros objectos para os Corpos de voluntários Realistas e de milícias. Da lista de doadores faz parte o Procurador-Geral do Convento de São Domingos de Lisboa, em representação do Convento de Benfica, com a quantia de 10$000 réis.
1834-05-30 Decreto de extinção de todas as casas religiosas masculinas das ordens regulares e incorporação dos seus bens nos Próprios da Fazenda Nacional.
1834-08-19 Portaria do Tribunal do Tesouro Público sobre a venda e o arrendamento dos bens nacionais. Determina que o Perfeito da Província da Estremadura dê orientações para que se proceda à venda dos bens móveis e semi-móveis, excepto os objetos do culto divino, as peças de ouro e prata e as livrarias; e que arrende, por um ano, todos os prédios rústicos e urbanos da Fazenda Nacional.
1835-09-28 Venda do edifício do convento e da cerca por 6.700$000.
1910-06-16 Decreto de classificação da Capela dos Castros e do Túmulo de João das Regras como Monumento Nacional (publicado a 23 de Junho).
1911-01-09 Aprovada em sessão de câmara a proposta do Presidente para que se solicite ao Governo a Quinta do Infantado e a cerca do Convento de São Domingos, em Benfica, para viveiros de arvoredo, uma vez que o viveiro do Parque Eduardo VII é «insufficiente para as exigencias da cidade», bem como a cedência de 4 estátuas existentes no convento para «embellezamento dos jardins municipaes».
1911-08-23 Atendendo à necessidade de instalar condignamente o serviço da obra social e tutelar do exército, e de harmonia com os decretos de 8 de Outubro e 31 de Dezembro de 1910, o Governo decreta que o edifício do antigo Convento de São Domingos de Benfica, onde estavam as Irmãs de São Vicente de Paula, fique sob a dependência do Ministério da Guerra.
1933-06-24 Decreto de classificação da Igreja de São Domingos de Benfica como Imóvel de Interesse Público.
1994-09-12 Portaria fixando o perímetro da Zona Especial de Protecção Conjunta da Igreja de São Domingos de Benfica, da Capela dos Castros e do Túmulo de João das Regras (no Convento de São Domingos de Benfica), e do Palácio dos Marqueses de Fronteira.

Fontes e Bibliografia

Material gráfico

Convento de São Domingos de Benfica - Distribuição de espaços.

Convento de São Domingos de Benfica - Planta de localização.

Audiovisual

- Levantamento laser scanning do claustro do Convento de São Domingos de Benfica. Lisboa: CMLisboa, Agosto 2014. (00:50) .

Cartografia

[Enquadramento urbano | Convento de São Domingos de Benfica, 1834].

[Enquadramento urbano | Convento de São Domingos de Benfica, 2015].

Manuscrito

[Consultas da Comissão Eclesiástica da Reforma]. [Manuscrito]1822-1823. Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Ministério dos Negócios Eclesiásticos e Justiça, Maço 268, n.º 4, Caixa 214, Doc. 7.

Inventário de extinção do Hospício de Nossa Senhora do Desterro de Lisboa. [Manuscrito]. Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Ministério das Finanças, Hospício de Nossa Senhora do Desterro de Lisboa, Cx. 2225, f. 0174-0176.

Monografia

Actas das Sessões da Câmara Municipal de Lisboa no Anno de 1911. Porto: Officinas Motta Ribeiro, Limitada, 1911, p. 84.

BRANDÃO, João - Grandeza e Abastança de Lisboa em 1552. Lisboa: Livros Horizonte, 1990, p. 115.

BRITO, Gomes de - Lisboa do Passado. Lisboa de nossos dias. Lisboa: Livraria Ferin, 1911, p. 116.

Collecção de Contas da Commissão Interina da Junta do Crédito Público até 10 de Setembro de 1836. Lisboa: Imprensa Nacional, [s.d.].

OLIVEIRA, Eduardo Freire de - Elementos para a história do município de Lisboa. Lisboa: Typographia Universal, 1ª parte, tomo II, 1887, p. 363.

PORTUGAL, Fernando; MATOS, Alfredo de - Lisboa em 1758. Memórias Paroquiais de Lisboa. Lisboa: Publicações Culturais da Câmara Municipal de Lisboa, 1974, p. 37.